Neste sermão vamos aprender a lutar contra a impaciência.
Texto: Col. 1. 9-12
INTRODUÇÃO:
O moderno dicionário da língua portuguesa, Michaelis 2.000, define impaciência além da falta de paciência, como é natural, também como desespero, sofreguidão, precipitação, pressão de ânimo, pressa.
A impaciência de alguns, faz os outros perder a paciência, agastar-se e se irritar. Isso aconteceu com Moisés em direção da terra prometida. No lugar de ordenar, Moisés bateu duas vezes com sua vara na rocha, para que desse água ao povo (Nm. 20: 8, 11).
8- Toma o bordão, ajunta o povo, tu e Arão, teu irmão, e, diante dele, falai à rocha, e dará a sua água; assim lhe tirareis água da rocha e dareis a beber à congregação e aos seus animais.
11- Moisés levantou a mão e feriu a rocha duas vezes com o seu bordão, e saíram muitas águas; e bebeu a congregação e os seus animais.
O impaciente, registra o mesmo dicionário, é o apressado, precipitado, frenético, rabugento, perturbado.
O Dr. John Piper, famoso escritor evangélico, além de pastor conceituado, afirma sobre a impaciência: “A impaciência é uma forma de incredulidade.” É o que começamos a sentir quando duvidamos da sabedoria do tempo de Deus ou da bondade de sua orientação. Ela surge em nossos corações quando o nosso plano é interrompido ou destruído.”
Por certo a espera paciente e obediente no, e pelo tempo de Deus, é um passo de fé com a certeza de que a graça de Deus nos alcançará sempre.
I – Desenvolver a Capacidade de Resistir
ILUSTRAÇÃO:
No fim do século XVI, no Sul da França, uma menina chamada Marie Durant foi acusada de heresia huguenote. Ela tinha catorze anos de idade, era brilhante, atraente, passível de casamento e um futuro promissor, segundo seus biógrafos. Ela foi convidada a renunciar a sua fé huguenote, protestante, ou como conhecemos hoje, evangélica. Ela foi convidada a dizer simplesmente “J’abjure”, ou em português eu abjuro, o que significava renunciar publicamente a sua fé. Nem mais, nem menos.
Ela não aceitou, juntamente com outras trinta mulheres huguenotes. Ela foi colocada então, em uma torre prisão, a beira mar. Por 38 anos, ela permaneceu presa ali. Em vez da palavra odiada – eu abjuro -, juntamente com suas companheiras mártires, riscou na parede da prisão da torre uma única palavra: resistam, resistam, resistam!
Essa palavra ainda hoje é vista, e deixa os turistas admirados pelo compromisso de fé.
Trinta e oito anos vendo o sol nascer e a noite chegar. Trinta e oito anos vendo a velhice chegar, as enfermidades aparecerem, sentir tudo isso e ainda perseverar.
Resistir é desenvolver a paciência e a capacidade de “esperar e persistir, sem murmuração e desilusão.”
O escritor e pastor Karl Olsson citado por John Piper, afirma: “Nós não podemos compreender uma fé que não é alimentada pela esperança de que amanhã as coisas serão melhores.”
A realidade é que a esperança das e nas promessas de Jesus para esta vida, e para além desta vida, que os crentes desenvolvem a paciência através de suas aflições. Paulo registrou esse quadro em II Cor. 4.16-18: na versão da mensagem, uma versão contemporânea, está assim:
“Portanto, não estamos desistindo. Como poderíamos? Ainda que por fora pareça que tudo estar-se acabando, por dentro, onde Deus está criando uma nova vida, não há um só dia em que sua graça reveladora não se manifeste. Os tempos difíceis nada são comparados com os bons tempos que estão por vir, a celebração sem fim preparada para nós. Há muito mais do que podemos ver. As coisas que agora vemos estão aqui hoje, mas desaparece amanhã. Mas as coisas que não vemos agora irão durar para sempre.”
II – Desenvolvendo a força interior da paciência
A impaciência é gerada pela ansiedade. É uma roda.
Força, e força interior, tem como evidência, a paciência e, foi por isso que Paulo orou: “… sendo fortalecidos com todo poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria.” (Cor . 1:11).
Pessoas impacientes ficam debilitadas, acabam necessitando de apoio extra e externo. Ficam fragilizadas, e tem a tendência de terem explosões de descontentamento, de ira, de conclusões precipitadas sobre as pessoas e coisas em seu redor. É o barulho da falta de paciência.
A paciência, por outro lado, é pautada pela moderação, pelo equilíbrio, pela serenidade mesmo diante da adversidade. Ela produz a certeza de que tudo vai passar, de que o melhor vai chegar. De que o direito e a verdade vai prevalecer. É a força que vem de Deus. É a enorme força, que se chama paciência, produzida pela bendita presença do Espírito Santo na vida do crente, e que produz essa força para resistir, para lutar contra a impaciência.
A vida cristã alimentada pela paciência, que alguns confundem com passividade, é o resultado da presença e controle do Espírito Santo. A paciência é um fruto do Espírito Santo (Gal. 5.22,23).
22- Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,
23- mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.
III – Perseveram na absoluta confiança em Deus
Transformando cada barreira, provação, em testemunho vivo de suas bênçãos.
Devemos confiar de maneira cega, no poder de Deus.
“Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente.” (Habacuque 3.17-19).
Em outras palavras, a força da paciência depende da nossa capacidade em acreditar no poder de Deus.
IV – Crer que o mal se torna em bem
Gen. 37-50
A história de José é uma lição de por que devemos ter fé, em que o mal se tornará em bem em nossa vida.
Vendido como escravo, desafiou sua paciência
Melhorando suas condições, pelo trabalho na casa de Potifar, é alcançado pela mentira e maledicência da esposa de Potifar. Jogado na prisão, acumula um enorme peso de injustiças que não abalam a sua paciência, traduzida por esperança e confiança na ação e poder de Deus na sua vida, e em sua vida. Na prisão, abençoa um copeiro ao interpretar seu o sonho. Espera que o copeiro promova seu indulto. O copeiro o esquece por mais dois anos na prisão.
Agora, diante de Faraó, ele interpreta o sonho que Faraó teve, e que só ele consegue interpretar. Finalmente, após todos esses anos e provações, o significado torna-se claro: José diz a seus irmãos: “… Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na terra e para vos preservar a vida por um grande livramento… vós na verdade intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida.”
(Gên. 45.7; 50.20).
A fé de José, preservou sua paciência. Ele conservou, com sua paciência, muita gente em vida.
Meu amado irmão, minha amada irmã, a sua paciência conservará muita gente em vida e com vida, nesta e em outras gerações. Como José, a sua paciência tornará o mal em bem, pelo poder de Deus em você.
CONCLUSÃO:
Lutando Contra a Impaciência, podemos ver, pela fé e paciência, que herdamos as promessas contidas na Palavra de Deus.
Em cada angústia, em cada frustração, em cada dor, em cada ferida aberta, em cada injustiça sofrida, em cada plano frustrado, em cada projeto ainda não alcançado, em cada sonho ainda não concretizado, mas sempre andando pelo caminho da obediência, constatamos que a palavra de Deus é verdadeira, e suas promessas são reais.
Jeremias registra essas promessas: 32.40,41 “… não deixarei de lhes fazer o bem… alegrar-me-ei por causa deles e lhes farei bem; plantá-los-ei firmemente nesta terra, de todo o meu coração e de toda minha alma.” Amém.
Autor: Pr. João Roberto Raymundo
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