INTRODUÇÃO
Uma das coisas mais surpreendentes da Bíblia é a sua contemporaneidade. A Palavra de Deus é viva e eficaz. Ela traz sempre uma mensagem ao nosso cora-ção. Os profetas menores então, que de menor não tem nada, são extremamente contemporâneos, ou seja, são atuais, são dos nossos dias, falam das coisas que to-dos nós vivemos, fazem da nossa vida da nossa crise, etc. Particularmente o profeta Ageu é uma contemporaneidade marcante.
EXPLICAÇÃO
Ou seja, os problemas do tempo de Ageu são os nossos problemas, as suas crises são as crises dos nossos dias e vai por aí à fora. Judá vivia a crise de lide-rança, que fatalmente estava afetando o povo de todo. Os versos 1-11 nos falam do tempo de Deus e do tempo do homem. E dificilmente o tempo do homem está de a-cordo ou em sintonia com o tempo de Deus. Podemos dizer que a desgraça de Isra-el começou quando pediu a Samuel um rei, ou seja, estavam declaradamente rejei-tando a teocracia, optando pela monarquia. Muito mais do que a simples mudança de governo, o povo queria se livrar de Deus. (Atos 13:21). Saul reina por 40 anos também. I Rs 2:11. Salomão também reinou por 40 anos – I Rs 11:l42. Foram 120 anos de reino unido, com um poder central.
O desastre tem início com o filho de Salomão, Roboão. Ao invés de ouvir o conselho dos anciãos (I Rs 12.7) preferiu acatar o conselho dos jovens (I Rs12.14). A partir daí o reino se dividiu. As tribos do norte seguiram Jeroboão, o líder das rei-vindicações nortistas (I Rs 12.160. O reino do sul passou a ser chamado de Judá, a parte fiel a Roboão.
O reino do norte, Israel, já nasceu debaixo da idolatria (I Rs 12.27-32). Em 722 AC. veio o fim de Israel, diante da Assíria (II Rs 17). A destruição de Judá foi mais lenta. Em 605 a derrota começou diante da Babilônia, Quando o rei Jeoaquim foi vencido pelos caldeus (II Cr 36.7).
Em, 597, Jeoaquim foi vencido por Nabucodozor (II Cr 36.10). Em 587, Ze-dequias, um rei fantoche, foi colocado no trono. Ele Quis ser realmente rei, aí foi o fim. Jerusalém foi arrasada, o Templo saqueado e destruído (II Cr 36.11-20). O po-vo foi cativo para Babil6onia e lá permaneceu 70 anos. Contudo, houve retorno para Judá. Babilônia sucumbiu diante do império Persa. Conforme Daniel5. Ciro, o rei Persa, ordenou o retorno dos judeus para a terra santa. Assim, em 537 Zorobabel conduziu 50 mil judeus para Jerusalém. 536 a.C. Inicia-se a reconstrução do templo, mas a obra é suspensa. Por 15 anos a obra ficou parada. Em 520 surge Ageu. Por isso é que ele é o profeta pró-construção.
TEMA: Enquanto há tempo, viva o tempo de Deus.
1º) O povo vivia povo vivia o tempo da indiferença em relação aos valores do Reino. V.2. A indignação de Deus era tão grande que Ele diz “Este povo”, em vez de “meu povo, era uma clara repreensão.
Vocês sabem o significado da palavra “indiferença”? Desinteresse; desdêm; in-teligência; apatia; insensibilidade moral; inconsciência doentia; inércia.
O verso 2 nos diz que o povo se dava ao tempo cujo tempo não havia tempo para o tempo de Deus.
A missão de Ageu é encorajar a liderança e o povo para a reconstrução do Templo. Ele é o profeta pró- construção. O povo tinha até consciência de que o tem-plo estava em ruínas, mas reconstruir, isso não, não era chagado ainda o tempo. Era muito cedo para se pensar nisso. Ageu foi chamado para falar acerca do templo. Deus estava desgostado por causa da negligência para o templo, por parte do povo. O povo era de Deus mas não estava preocupado com Deus e muito menos com a casa de Deus.
Ageu é a voz de Deus falando ao povo acerca da necessidade de refletir a res-peito das coisas de Deus.
O verso 2 nos diz que o povo se dava ao tempo cujo tempo não havia tempo para o tempo de Deus.
2o.) O povo vivia o tempo do egoísmo declarado – vs. 4,9
Repetindo, o povo era de Deus, mas a sua preocupação era puramente pesso-al. Muitas vezes nós fazemos a afirmação de dedicação, de consagração e de amor a Deus e cuidamos tão somente da nossa própria vida. Este povo foi o povo que deu tudo o que possuía para construção do primeiro Templo, o de Salomão, conforme I Crônicas 29.
O povo retornado lançou-se numa inquietante busca pelos seus próprios inte-resses, abandonando, assim, as coisas do Senhor, principalmente a reconstrução do Templo.
Ageu critica o egoísmo do povo em detrimento à Casa do Senhor que estava em ruínas. Os versos nos alertam para o perigo do egoísmo.
A expressão do verso 4 “casas apaineladas” significa casas forradas com lam-bris de cedro, madeira importada. Assim para a casa dos adoradores, material impor-tado, de pimeira qualidade. Para a Casa do Senhor, absolutamente nada. Um templo sem teto. Primeiro a minha, segundo a minha, terceiro a minha, depois, depois a ca-sa de Deus.
Billy Gaham cita em um dos seus livros que no seu país, cunha-se nas moedas a inscrição “in God we trust” ( nós confiamos em Deus), mas nos corações o povo escreve “me first”( eu primeiro).
Esse não é o nosso tempo também? Primeiro a minha vida, mais tarde a de Deus. Os meus negócios primeiro depois os de Deus.
Numa analogia com o nosso país, a coisa não é diferente. O governo cuida de sua ostentação pessoa; em detrimento dos miseráveis, dos brasileiros coisificados, dos abandonados, etc.
O egoísmo de alguns poucos que dominam o país redunda cada vez mais no caos da nação.
3o.) O povo vivia o tempo do esquecimento de Deus – vs. 6,9.
A crise que havia se instalado era decorrência do esquecimento de Deus. A cri-se econômica, social e política, era resultado do abandono do templo.
Irmãos e irmãs, por trás do mero abandono do Templo, estava a falência espiri-tual do povo. A indiferença e o egoísmo eram apenas resultado do esquecimento de Deus.
Ilust.: A crise brasileira tem muito haver com a situação espiritual do nosso povo. Somos o país dos 300 mil terreiros de macumba. Somos o pais dos milhões de espíritas, etc.
A experiência de Jeremias é a mesma – 2.32;18.15-17.
Já temos inclusive os teólogos da morte de Deus.
4o.) Finalmente Ageu desafia o povo a viver o tempo de Deus.
A parte central da mensagem é esta subir aos montes e trazer madeira para construção do templo. Era o desafio ao trabalho. Era o desafio a prioridade do Reino de Deus. Era o desafio à dedicação, à consagração, etc.
Não há referência ao arrependimento, porém pela obediência o povo estaria voltando as costas para a apatia e a indiferença. Provando seu arrependimento pala ação.