Em busca do que se perdeu

Lc 15.8-10 è Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la?
9 E, tendo-a achado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido.
10 Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.

Introdução è A leitura desta parábola nos coloca diante de um simples acontecimento doméstico, mas nos leva a refletir sobre alguns aspectos importantes.
Ela conta a história de uma mulher que possuía dez moedas. Um dia deu falta de uma delas. Determinada, iniciou imediatamente a busca por todos os cantos da casa. Acendeu a lamparina, afastou os móveis, varreu toda a casa, empreendeu uma cuidadosa procura. Só sossegou depois de encontrar o que havia perdido. Feliz, por ter encontrado o que procurava, reuniu as amigas e vizinhas dividindo com elas a sua alegria.
Mas o que é uma dracma? Por que tanto empenho na busca? Dracma era uma antiga moeda de prata. Embora pequenina, tinha um grande valor para uma família de poucos recursos, porque representava o suficiente para alimentar uma família por um ou dois dias.
O que se deve fazer diante da perda de algo precioso na vida? As providências tomadas pela mulher da parábola são exemplos muito úteis.

1 – BUSCAR O QUE FORA PERDIDO

Temos uma capacidade surpreendente de nos acomodarmos diante das perdas na vida. Tal acomodação, às vezes, acontece gradativamente, sem que a percebamos, o que nos trás prejuízos inimagináveis ao longo do tempo.

Também gostamos muito de minimizar nossas perdas. Dizemos: “é assim mesmo, isto acontece com qualquer um”. Com tal atitude sufocamos qualquer expectativa e não nos dispomos a lutar para mudar essa condição.

Mas o que podemos ter perdido? O que pode ter ficado esquecido ao longo de nossa vida?

A – O ânimo

Há coisas em nossas vidas que, quando desaparecem, provocam carências profundas. Algumas perdas podem afetar substancialmente nossa qualidade de vida. O ânimo é uma delas.

Quem que nunca se desanimou algum dia? Será que alguém poderia dizer que nunca se desanimou com nada?

Quando falta o dinamismo na vida do cristão, o desânimo vai aparecendo e se instalando na nossa vida. Por isso não devemos deixar de ouvir o conselho do salmista que nos exorta a mantermos o bom ânimo e fortalecer o coração com uma receita simples: esperar no SENHOR.

Sl 27.14 è Espera pelo SENHOR, tem bom ânimo e fortifique-se o teu coração; espera, pois, pelo SENHOR.

São muitas as causas do desânimo. Vai desde a uma acomodação que vai acontecendo gradualmente em nossa vida, até a uma frustração com algo ou alguém. Mas a maioria das vezes, o desânimo nos abate por causa do pecado.

Quando isso acontece, o primeiro passo para a cura do desânimo espiritual é a confissão de pecados. Ninguém consegue correr, chegar até o seu destino final com um grande peso sobre os ombros.

Hb 12.1 è “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta.”

Podemos até nos desanimar um dia, mas não podemos ficar prostrados, precisamos recuperar o ânimo e o vigor da vida cristã.

Is 40.31 è Mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.

B – O primeiro amor

O esfriamento do amor, também representa uma perda lamentável na vida do cristão.

Em Apocalipse, vemos que a igreja em Éfeso havia perdido o seu primeiro amor.

Ap 2.4,5 è Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor.

5 Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.

Paulo, quando escreveu sua epístola aos efésios, mencionou várias vezes o amor, advertindo aquela igreja a permanecerem neste amor:

Ef 3.17 è E, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor.

Ef 4.15 è Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.

Ef 5.2 è E andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave.

Vinte anos depois, quando Jesus escreve para aquela igreja, percebe-se que o amor ficou para trás, esquecido em alguma parte do caminho.

O amor é um dos combustíveis mais importantes da fé, ele não pode ser desprezado e nem esquecido, porque certamente as conseqüências serão trágicas. Se isso aconteceu, ouça o que Jesus diz: Arrepende-te e volta.

C – O caminho

Aquele que teve uma experiência pessoal com Cristo, que experimentou uma profunda transformação de vida, no seu caráter, no seu modo de viver, tem agora um compromisso com Deus e com a Sua Palavra: o de permanecer fiel.

1 Co 10.12 è Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia.

Mas, infelizmente, muitos ficam prostrados no meio do caminho, como a semente semeada na beira do caminho que não germina e nem produz frutos. As promessas da vitória devem nos incentivar a permanecermos fiéis.

Ap 3.5 è O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.

Se perdemos o caminho, precisamos voltar ao Senhor e rasgarmos o nosso coração diante dEle.

A mulher da parábola não se conformou com a perda de sua moeda. Embora possuísse as outras nove, queria preservar tudo o que tinha. É necessário que nós também não nos acomodemos diante de nossas perdas.

2 – EMPREENDER UM GRANDE ESFORÇO NESTA BUSCA

Para encontrar o que se perdeu, não basta uma procura por cima e apressada. É necessário um grande empenho para localizar o que ficou na beira do caminho porque pode estar escondido onde menos se espera.

A mulher da parábola revirou a casa, varreu todos os seus cantos, ciente de que ali era o lugar onde deveria empreender sua busca.

Para preservarmos o vigor, é necessário uma vida ativa e para renovarmos o vigor perdido, precisamos ter muita força de vontade.

Para conservarmos o primeiro amor, é necessário rega-lo todo dia com comunhão fraterna com Jesus em oração e para voltarmos ao primeiro amor só empreendendo uma grande luta contra mal costumes e acomodações adotados ao longo da vida.

Para permanecermos no caminho, é necessário perseverança e para voltarmos a ele, a própria Palavra nos diz o tanto que é difícil consegui-lo.

Seremos tentados a pegar um atalho, por onde pensamos poder levar nosso fardo, por não querermos nos dispor dele. Não faça isso, porque nenhum atalho te conduzirá ao verdadeiro caminho. Jesus é o caminho, e o único caminho.

3 – BUSCAR COM A AJUDA DA LUZ

A mulher da parábola cuidou de acender uma candeia para aprimorar sua busca. Sem luz ficaria difícil localizar a pequena moeda. De modo semelhante, a localização das coisas perdidas requer a iluminação da luz.

Jesus é a nossa luz. Ele ilumina nossa vida, nosso caminho e nos mantém revigorados a cada dia.

Jo 8.12 è De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.

Aquele que segue a Cristo não anda mais nas trevas. Recebeu da parte de Cristo a luz que ilumina a vida e com a qual tem que iluminar àqueles que se encontram nas trevas.

Se não temos a luz, precisamos busca-la, porque sem ela, certamente pereceremos.

Je 29:13 è “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração”.

Com a luz presente em nossa vida não perderemos nem o caminho e nem o amor.

Ef 4.13 è Tudo posso naquele que me fortalece.

Conclusão è A busca da mulher termina em festa ao encontrar a moeda perdida. Assim também a gratidão, as ações de graças, devem estar presentes em nossa vida nos momentos de vitória, porque se somos vitoriosos, o somos não pelos nossos méritos, mas pelos daquele que ilumina nossa vida com Sua maravilhosa luz.

É tempo de reavaliar nossa vida e buscar o que se perdeu, o que ficou para trás.

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