Neste sermão vamos aprender sobre Orgulho e desesperança, uma das tragédias dos seres humanos.
“Não existe viva alma mais honesta do que eu” – LULA – ex-presidente do Brasil
“I’m a Christian.” […] “I’ve never asked God for forgiveness”
(“Eu sou cristão” […] “Eu nunca pedi perdão a Deus”) – Donald Trump
Como uma pessoa afirma ser cristão sem jamais ter sentido a necessidade de ser perdoado por Deus? – Max Lucado – Pastor e conferencista norte-americano
Para esta reflexão eu te convido a olhar para o Salmo 131.
Texto: SALMO 131
Existe algo curioso sobre este salmo, pelo fato de clamar ter aprendido a ser humilde. “Sabemos que aqueles que arrogam humildade na maioria das vezes estão provando que não a tem”
Mesmo assim, estes três pequenos versos nos falam de três atitudes que cada crente deve cultivar para se tornar humilde: (1) Ser cuidadoso para não tratar outras pessoas como menor e a si mesmo como maior; (2) reconhecer nossas limitações; (3) aprender que mesmo uma criança desmamada continua sendo amada e cuidada; exibindo uma confiança na continuidade do cuidado de Deus.
A perspectiva do Salmo 131 também analisa a nação de Israel ao longo do tempo: a história dos israelitas é tratada como uma criança trôpega e insegura – que só consegue firmar seus pés após seu longo exílio babilônico.
QUEM É O NARRADOR DO SALMO 131?
Não há nada que contrarie a tradição davídica do salmo. Entretanto, não temos informações sobre quando foi escrito; o conteúdo do salmo supõe que tenha sido escrito por um jovem. O salmo manifesta um espírito humilde, e de total confiança em Deus. Se esta suposição estiver correta, podemos estar diante de um dos registros mais importantes da juventude de Davi. Para esta reflexão adoraremos a posição que o Salmo 131 foi escrito por uma pessoa comprometida com Deus.
UMA PESSOA DIFERENTE
1Samuel 16:11
Então perguntou a Jessé: “Estes são todos os filhos que você tem?” Jessé respondeu: “Ainda tenho o caçula, mas ele está cuidando das ovelhas”. Samuel disse: “Traga-o aqui; não nos sentaremos para comer enquanto ele não chegar”.
12 Jessé mandou chamá-lo e ele veio. Ele era ruivo de belos olhos e boa aparência. Então o Senhor disse a Samuel: “É este! Levante-se e unja-o”.
1 Samuel 17:28 Quando Eliabe, o irmão mais velho, ouviu Davi falando com os soldados, ficou muito irritado com ele e perguntou: “Por que você veio até aqui? Com quem deixou aquelas poucas ovelhas no deserto? Sei que você é presunçoso e que o seu coração é mau; você veio só para ver a batalha”.
Eliabe, o mais velho, um fanfarrão que caminha com ar superior e gabola, é o primeiro a se exibir. Seu tamanho descomunal e o bom aspecto do seu talhe rude despertam atenção. Samuel fica impressionado (quem não ficaria?). Grandalhão e brutamontes. Eliabe costumava resolver as coisas pela pura força dos seus músculos. Tinha um cabelo preto estilo “piaçava” que jamais se preocupava em pentear. O nariz percorria seu semblante abaixo, dando a impressão de que não tinha mais onde parar.
Usava um macacão frente-única e botas enfeitadas com grandes tachas de fechar. Nunca trocava as meias. Pouco importava se as pessoas gostassem ou não do que viam — Eliabe dominava. Com certeza, ali estava um homem que tinha como fazer as coisas. Como todo mundo na comunidade, Samuel deixou-se inicialmente levar por sua aparência. Logo, porém, seu olhar profético, treinado por Deus, penetrou além da superfície e viu o interior de Eliabe. E ali não viu muito o que relatar. Não havia substância de rei nele.
O fim da história, como todo mundo sabe muito bem, é que havia outro filho: Davi. Mas ele entra na história anonimamente, referido com a menor importância pelo pai como apenas “o caçula” — em Hebraico, haqqaton, o mais jovem —, na verdade dizendo: “Ainda tenho o caçula, mas ele está no campo cuidando das ovelhas” (1 Sm 16.11).
Quem é o caçula de oito irmãos, provavelmente, nunca será lembrado senão como sendo o mais moço. A palavra haqqaton contém um sentido sutil de insignificância, de não se poder considerar capaz de muita coisa — com certeza alguém que não seria um forte candidato para uma posição de prestígio. Uma espécie de mascote da família.
A opinião condescendente de seu pai sobre ele (compartilhada presumivelmente por seus irmãos) é confirmada por sua ocupação: “cuidando de ovelhas”. A menos importante de todas as tarefas numa fazenda, aquela em que mal poderia causar qualquer prejuízo. Correspondente, no nosso sistema econômico atual, a levar o cachorro para passear ou empacotar as compras dos fregueses num supermercado.
Como Davi estivesse ausente, e a maior parte do tempo ignorado enquanto apascentava as ovelhas, ninguém tinha pensado em chamá-lo para estar em Belém naquele dia. No entanto, Davi foi o escolhido. Escolhido e ungido. Escolhido não por algo que alguém tivesse visto nele — nem seu pai, nem seus irmãos, nem mesmo Samuel —, mas por causa do que Deus viu. Foi, então, escolhido e ungido por Deus, mediante Samuel, para viver na gloria de Deus.
Tal como acontece frequentemente em coisas assim, a dissonância entre aquilo que ocorreu e o que as pessoas esperavam foi tão grande que possivelmente ninguém em Belém, naquele dia, tomou conhecimento da unção. Ao olharem depois para trás, com certeza lembraram-se de sua surpresa naquela ocasião por terem sido os “excelentes” filhos de Jessé rejeitados para exercer tão importante tarefa, recordando-se, também, que Davi fora apresentado, como sempre, posteriormente.
Mas essas lembranças iriam rapidamente se apagar. Não demoraria muito, e logo os sete irmãos de Davi estariam novamente dominando a cidade com as suas arremetidas, e Davi, pastoreando as ovelhas lá fora, no campo, fora da vista e da memória.
Eliabe era irmão de Davi. Ele viu seu irmão crescer e desenvolver seu caráter. Sabia bem que ele tinha sido escolhido para ser rei em lugar de Saul. Mas ele não foi capaz de se alegrar com o sucesso de Davi. A felicidade do seu irmão era a sua tristeza. O sucesso do seu irmão era o seu fracasso. Há pessoas que não conseguem celebrar a vitória dos outros. Entristecem-se sempre que alguém é promovido. Eliabe irritou-se com a coragem de Davi. A coragem de Davi era uma denúncia à sua covardia.
Eliabe acusou Davi de ser um subversivo mentiroso. Nada mais longe da verdade. A verdadeira motivação de Davi em enfrentar o gigante era o seu zelo pela glória de Deus (v. 26b). Eliabe não podia aceitar que Davi fosse elogiado por sua atitude piedosa. Ele era um soldado e guerreiro e Davi apenas um pastor.
Eliabe era um crítico crônico. Ele não dava pausa. Estava sempre buscando uma ocasião para atingir Davi. Em vez de lutar pelos seus próprios sonhos, buscava destruir os sonhos do irmão. As virtudes de Davi incomodavam Eliabe. A resposta de Davi revelam a personalidade de Eliabe: “Que fiz eu agora?”. Davi já estava habituado às palavras cheias de veneno de Eliabe.
Eliabe acrescentou à sua crítica um dado que revelou sua sórdida intenção de humilhar Davi: “Por que desceste aqui? E a quem deixaste aquelas poucas ovelhas no deserto?”. Sua intenção era clara: afirmar que Davi não tinha capacidade para ser soldado. Era apenas um insignificante e pobre pastor, com poucas ovelhas. As palavras eram carregadas de veneno. Eliabe exalava seu complexo de inferioridade. A grandeza de Davi não estava nas suas posses, mas no seu caráter, na sua coragem e no seu relacionamento com Deus.
DE VOLTA AO SALMO 131
1. Senhor, o meu coração não é orgulhoso. Apesar de ter dito ou agido de modo a aparentar orgulho, estou consciente que este não é o meu caráter; e meus olhos não são arrogantes. Estou consciente de que não sou ambicioso como sou acusado; Não me envolvo com coisas grandiosas. Não ando entre este tipo de futilidades; não as priorizo nem flerto com elas. Meus interesses são orientados pela ação do Espírito.
2. De fato, acalmei e tranquilizei a minha alma. A ideia linguística é que ele está consciente que já havia alcançado a tranquilidade da alma. Ele já conhece seu lugar no mundo e não precisa ser ansioso. Sou como uma criança recém-alimentada por sua mãe. Há várias interpretações para esta passagem. Talvez a verdadeira ideia seja a de uma criança recém alimentada que recosta sobre o peito da sua mãe porque sabe que ali pode encontrar conforto e abrigo. Minha alma é como essa criança.
Minha alma é tão dependente quanto a de uma criança de colo. Meu poderes, minha natureza, meus desejos, minhas paixões estão escondidas em Deus. O sentimento presente aqui é que o relacionamento com Deus produz em nós um espírito infantil de total dependência e humildade.
3. Ponha sua esperança no Senhor, ó Israel! Existem razoes para que Israel depositar a esperança no Senhor; há uma confiança bem fundamentada; há algo no caráter de Deus que é justo e bom—e tudo isto faz com que seja apropriado para a igreja, para o indivíduo, confiar no Senhor
O anti-salmo – o caminho de Eliabe
1 A mim mesmo, meu coração é orgulhoso, pois vivo para mim mesmo e os meus olhos são arrogantes, pois desprezo, as outras pessoas. Corro atrás de coisas grandes demais e difíceis demais para mim.
2 De fato, por dentro estou perturbado e inquieto. Isso acontece naturalmente, como em uma criança faminta agitada no colo da sua mãe; assim como esse bebê faminto, estou inquieto com minhas exigências e preocupações.
3 Deposito toda minha esperança sobre qualquer coisa!
O CAMINHO DO SALMO – O CAMINHO DE DAVI
Isaías 53:7
Ele foi oprimido e afligido; e, contudo, não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca.
Mateus 18:1 Naquele momento os discípulos chegaram a Jesus e perguntaram: “Quem é o maior no Reino dos céus?”Chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: “Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus.
Amém.
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Autor: (Fonte:http://www.ipbg.org.br/index.php/artigos/518-orgulho-e-desespero)
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