Vivendo na plenitude do Espírito Santo
Efésios 5.18-6.9
Introdução
Por ser hoje o dia das mães, pensamos na família; pensamos na igreja, família de Deus; pensamos no mundo onde vivemos como famílias e como igreja. A família traz a idéia de comunhão, de relacionamentos. Os relacionamentos são profundos e significativos quando vivemos cheios do Espírito Santo, tomados de toda a plenitude de Deus (Efésios 3.19), tanto na igreja como no lar e no nosso campo de atuação no mundo.
Existe a possibilidade de vivermos cheios do Espírito, em relacionamentos significativos, porque todos os que crêem em Jesus como Salvador e o confessam como Senhor recebem o dom do Espírito Santo (Atos 2.38), são selados com o Espírito Santo (Efésios 1.13-14) e têm o Espírito (Romanos 8.9).
Nem todos os crentes, no entanto, vivem cheios do Espírito porque há a possibilidade (1) de entristecer o Espírito (Efésios 4.30), (2) de resistir ao Espírito (Atos 7.51) e de (3) apagar o Espírito (1 Tessalonicenses 5.19). Quando isto acontece o crente fica fraco, insatisfeito, sente-se vazio e, muitas vezes, não percebe o encanto da vida cristã.
Por isto, a Palavra de Deus ordena aos crentes: “Enchei-vos do Espírito”. A Palavra diz também como essa ordem pode ser cumprida. Enchei-vos do Espírito, COMO? (1) louvando de coração ao Senhor (5.19); (2) agradecendo por tudo ao Senhor (5.20): (3) sujeitando-nos uns aos outros no temor de Cristo (5.21). ONDE praticamos isto? (1) NA IGREJA (5.18-21, observem as expressões”entre vós”, 5.19; “uns aos outros”, 5.21); (2) NA FAMÍLIA (5.22-6.4, esposo-esposa, pais-filhos); (3) NO TRABALHO (6.5-9).
I – VIVENDO CHEIOS DO ESPÍRITO NA IGREJA
O Espírito inspira atitudes de louvor (5.19). É um louvor (1) comunitário, como indica a expressão “entre vós”; (2) é um louvor através de palavras (falando entre vós); (3) é um louvor através de cânticos (com hinos e cânticos espirituais); (4) é um louvor de coração (entoando e louvando de coração ao Senhor). Quando obedecemos, na inspiração do Espírito, ficamos cheios do Espírito. É um fluxo e refluxo do Espírito Santo.
O Espírito inspira atitudes de gratidão (5.20). Ele nos inspira a agradecer POR TUDO. Isto abre o coração para ficar cheio do Espírito. Mais uma vez, acontece o fluxo e o refluxo do Espírito. Ele nos inspira a agradecer e, agradecendo, ficamos cheios do Espírito.
O Espírito inspira atitudes práticas de serviço mútuo. Tos os crentes que têm o Espírito (Romanos 8.9) têm também a unção Espírito (1 João 2.27). Logo, o Espírito se manifesta através de dons em cada crente (1 Coríntios 12.7). Quando estamos submissos uns aos outros, ministramos também uns aos outros e todos ficamos cheios do Espírito Santo. Cada crente é um ministro.
II – VIVENDO CHEIOS DO ESPÍRITO NA FAMÍLIA (5.22-6.4)
A submissão mútua é o princípio de relacionamento tanto na Igreja como na Família e no trabalho. O título que separa os versículos 21 e 22 em nossas Bíblias pode dar a idéia de que a submissão mútua não funciona na relação esposo-esposa, pais-filhos e empregador-empregado, o que não é verdade. Na Bíblia, o maior é quem serve e isto exige submissão. O casal vive cheio do Espírito quando o esposo e a esposa se submetem um ao outro no temor de Cristo.
A MESMA POSIÇÃO COM FUNÇÕES DIFERENTES.
A esposa como auxiliadora idônea (Gênesis 2.18) está na mesma altura do marido, mas está submissa na função de governo que ele (marido) exerce na família, assim como a igreja está submissa a Cristo que a governa. Essa submissão é no Senhor. Quando isto não acontece, as conseqüências podem ser desastrosas como aconteceu com Ananias e Safira. Safira foi tão submissa que concordou com a mentira do marido. E o resultado foi desastroso.
O esposo está submisso à esposa através do amor. O amor do marido pela esposa, seguindo o modelo de Cristo é (1) sacrificial (5.25), (2) santificador e terapêutico (5. 26-27, produz e conserva a beleza da esposa), (3) inteligente pelos efeitos reflexos que produz (5.28-29), (4) sublime porque é figura do amor de Cristo pela Igreja (5.29-32). O marido está sujeito à esposa também nas funções que ela exerce como esposa, mãe e cidadã. Essa função está descrita de maneira bonita em Provérbios 31.10-31. A leitura desse texto é uma homenagem às mães-mães e às eposas-esposas.
Os filhos obedecem aos pais por questão de justiça. Essa obediência é (1) no Senhor, pois os pais não podem obrigar a consciência dos filhos na transgressão de princípios do Reino; é (2) recompensadora, pois há uma promessa para os obedientes.
Os pais CRIAM os filhos na disciplina e admoestação do Senhor . O cumprimento desse dever não provoca os filhos à ira, mas traz paz e harmonia no lar. Os pais exercem autoridade natural quando identificam as necessidades dos filhos e procuram atendê-las com humildade.
Os relacionamentos familiares são os mais íntimos e indicam o grau de espiritualidade de esposos, esposas, filhos e pais. Os relacionamentos na igreja não são significativos quando não têm lastro nos relacionamentos familiares; as celebrações na igreja são hipócritas e vazias quando não refletem o culto na vida familiar. Lares cheios do Espírito causam impacto positivo na Igreja e na Sociedade. Os maiores problemas acontecem no nível das famílias.
III – VIVENDO CHEIOS DO ESPÍRITO NO TRABALHO( 6.5-9)
Servos e escravos expressam relações de trabalho. Quando Paulo escreveu, a relação entre senhores e escravos era uma extensão das relações familiares. Aplicamos hoje como relação entre empregadores e empregados.
O trabalho é vocação cristã. Através do trabalho, somos cooperadores de Deus. Onde um crente está colocado, ele é embaixador do Reino de Deus. Por isso ele trabalha “servindo de boa vontade, como ao Senhor, e não como a homens”. O empregado que trabalha de acordo com esse princípio fica cheio do Espírito Santo, vive feliz e torna-se missionário onde serve.
O empregador está sob a autoridade do Senhor. Mais uma vez vale o princípio de que todos têm a mesma posição diante de Deus. Empregados e empregadores têm o mesmo Senhor que está no céu. Esse Senhor não discrimina. O empregador cristão trata os seus empregados com a dignidade que eles têm como pessoas criadas à imagem e semelhança de Deus e que está debaixo do mesmo senhorio que ele. Sendo assim, ele é missionário a partir do seu relacionamento com os empregados. A Sociedade é impactada quando empregadores e empregados vivem cheios do Espírito Santo nos seus relacionamentos de trabalho.
Conclusão
A experiência da plenitude do Espírito pode acontecer em ocasiões especiais, e repetir, como aconteceu no dia de Pentecostes (Atos 2.4) e quando a Igreja orou unida num momento de provações pelas perseguições (Atos 4.31). Mas a grande lição que deixamos com todos é que podemos viver continuamente cheios do Espírito Santo quando o louvor, a gratidão e a submissão mútua são atitudes vividas no relacionamento com os irmãos em Cristo nos cultos e nas células, no relacionamento entre esposos e esposas, no relacionamento entre pais e filhos e nos relacionamentos de trabalho. Quando isto acontece, o reino de Deus torna-se realidade visível e concreta em nossa Sociedade.
Autor: Rev. Mathias Quintela de Souza
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