Objetivo: Conscientização da nossa dependência do Espírito Santo. Dos perigos da autoconfiança no ministério da pregação.
Introdução: Se voltarmos um pouquinho na história da Igreja, no século IV, d.C. houve um cristão de nome João Crisóstomo. Ele pregava na Igreja de Constantinopla, atualmente Istambul, na Turquia. Esse homem era uma pessoa que falava bem demais, ele tinha uma oratória excelente. Era um grande pregador e multidões se reuniam para ouvi-lo. Ele pregava tão bem, que sempre que ele terminava de pregar as pessoas aplaudiam o sermão dele. Ele se incomodava com aquela situação. Ele sabia que quem merecia a honra era somente Deus e não o homem. Um dia ele resolveu pregar contra os aplausos. Preparou então um sermão, mostrando biblicamente porque não se deve aplaudir um pregador quando ele prega. Ele falou tão bem nesse sermão que ao final ele foi novamente aplaudido.
Essa história, fato real, nos mostra o perigo que a falsa confiança na eloqüência/oratória pode provocar. Não era esse o caso de João Crisóstomo, ele era um homem de Deus. Não confiava na oratória dele, embora essa fosse excelente. Não é errado alguém falar bem, mas esse era um problema do público dele,estavam se reunindo apenas para ouvi-lo falar, talvez, não por causa do conteúdo, prova disso foi que ao pregar contra os aplausos, ele foi aplaudido. Há um perigo na falsa confiança, nesse tipo de coisa, em métodos, na forma de uma pregação e não no conteúdo dela.
A passagem (1 Co. 2:4 / I Co. 4:20) que vamos compartilhar nessa noite vai mostrar exatamente isso, não só o perigo dessa oratória, desse falar bem, não colocado em submissão a Deus. Mas também do perigo da sabedoria humana, das filosofias humanas.
Lembrando então, que estamos lendo em I Coríntios. Vemos que essa carta foi escrita pelo Apóstolo Paulo à Igreja de Corinto, que ele mesmo fundou. A fundação dessa igreja se deu em sua 2ª viagem missionária (aproximadamente 52 –53 d.C.) conforme Atos 18:1-11 e sua obra continuou com Apolo. Depois em sua 3ª viagem missionária à cidade de Éfeso, pertinho de Corinto, chega alguns irmãos da Igreja de Corinto a ele para falar sobre alguns problemas que a igreja estava passando e também para entregarem uma carta com algumas dúvidas. Essa era a motivação de Paulo para escrever essa carta. Paulo escreve então a primeira carta aos Coríntios para falar dos problemas que foram informados a ele e para responder às questões que foram colocadas na carta. Corinto era uma cidade antiga da Grécia,tinha uma forte influência na filosofia Grega. Eles davam grande importância aos grandes filósofos, pensadores e oradores. Eles gostavam de ouvir belos e rebuscados discursos. Tendo conhecimento do perfil dos cristãos de Corinto, Paulo dirigi-lhes a carta/sermão da seguinte forma:
“E a minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana…”
I – Minha Palavra
Paulo vai a Corinto não expor idéias rebuscadas do pensamento humano, mas vai para anunciar o testemunho de Deus, ou seja, o evangelho. Nossa mensagem consiste em aquilo que temos para oferecer. Aquilo que nos foi entregue (At. 3:1-6).
II – Minha Pregação
Paulo não tem outro tema, outro assunto, outra paixão a não ser Cristo. Cristo é tudo e em todos. Nem política, nem filosofia, nem dinheiro – a vida para Paulo era anunciar Cristo.
Quando esteve em Atenas, “o seu espírito se revoltava em face da idolatria dominante na cidade” (At. 17:16). A cidade era o sonho filosófico, cidade natal de Sócrates e Platão.
Paulo disse: “Esse…. é precisamente aquele que eu vos anuncio” (At. 17:23). “ESSE!”. A pregação a respeito de Deus. O que pode ser mais comovente do que a percepção de que Deus, em Cristo, fezalgo por nós?
III – Meu Ministério
Paulo toma uma decisão firme em seu ministério, seu discurso precisava consistir nas escrituras. Relembra aos Coríntios a sua maneira de pregar o evangelho. Embora Paulo fosse um Apóstolo, ele veio a Corinto sem presunção, sem auto-confiança, mas com humildade, sabendo da sublimidade do seu ministério e da grandeza da sua mensagem
Muitos pregadores engrandecem-se a si mesmos, os seus dons de tal forma que não podemos ver a Jesus. Devemos nos gloriar apenas na cruz de Cristo (Gl 6:14). O que Paulo estava tentando dizer:
Meu ministério não consiste em boa vontade, não consiste em fazer quinhentas visitas, não consiste em obra social, não consiste em eloquência, humanismo, psicologia. Meu ministério não consiste em força da carne, alto flagelação. O meu ministério consiste na obra sobrenatural do Espírito Santo que é o poder de Deus para todo aquele que crê!
Conclusão: Quero encerrar esta mensagem, lendo uma poesia.
De: Myrtes Matias
Caminhos de Deus
“Somos caminhos que Deus usa.”
Senhor, do alto sei que vês melhor,
quanto mais se sobe, maior a visão;
Teus olhos abrangem a eternidade:
contemplam o sol em sua imensidade,
vêem o verme a se arrastar no chão.
Para que então ficar gritando ao mundo:
olha o que tenho, o que sei, quem sou?
Se lá do alto vês o mundo todo,
Tu sabes, Senhor, onde eu estou.
Tu sabes por que vim ao mundo,
tens uma missão pra mim.
Nada mais falta que submissão,
dizer – Ordena. Abrir o coração.
Ouvir a ordem e obedecer assim:
Sem importar a obra que a mim couber,
ou o lugar em que meu campo esteja.
Pode ser obscura minha atuação,
o que me importa é Tua aprovação,
ser tudo aquilo que queres que eu seja.
Talvez não tenha a sorte das estrelas
que belas cintilam, dando inspiração.
Talvez meu campo seja o mais mesquinho;
que me importa, se me tornar caminho
por onde passe a Tua compaixão?
Agora, Senhor, a minha prece:
eu quero a graça de participar,
se não posso ser um caminho brilhante,
faze-me atalho na serra distante
mas onde o mundo veja Teu amor passar.
Usa-me, Senhor, durante todo o tempo,
para que no dia em que voltar ao céu,
possa dizer-Te, com um sorriso doce:
– Nada fiz, nada ajuntei, eu nada trouxe,
na terra fui apenas um caminho Teu.
Sueli – aluna FTSA Londrina