Soberda e Humildade na Liderança não Combinam

Provérbios 16:18 nos adverte com uma verdade atemporal: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda.”

Esta passagem serve como um farol para qualquer pessoa, mas adquire um peso especial quando aplicamos à liderança, especialmente a cristã. A humildade, a gestão do ego e o controle da vaidade não representam apenas virtudes espirituais; funcionam também como ferramentas essenciais para lideranças que desejam ser eficazes, frutíferas e, sobretudo, fiéis ao exemplo de Cristo.

Como líderes, enfrentamos constantemente a tentação sutil do poder. É tentador tratar os liderados como instrumentos para nossos próprios fins, ignorando suas necessidades e sentimentos.

Quando isso acontece, transformamos a liderança em uma prática utilitarista: enxergamos o outro não como irmão, mas como meio. Um líder vaidoso evita elogios, rejeita críticas e teme ser substituído. Ele luta para manter sua posição, não para servir. E, como nos lembra Provérbios, esse é o caminho certo para a queda.

Vejamos o que esse texto: Liderança, Orgulho e a Virtude de Servir, tem a nos ensinar:

  1. A sombra do orgulho da liderança

O orgulho não representa apenas uma falha pessoal: funciona como um corrosivo silencioso da confiança, da empatia e da comunhão. De tal sorte que ele transforma o ministério em palco e o servir em vitrine.

  • Cegueira espiritual: O líder orgulhoso ignora suas limitações. C.S. Lewis, em Cristianismo Puro e Simples, escreve: “O orgulho não tira prazer em ter algo, mas em ter mais do que o próximo.” Esse impulso comparativo destrói a humildade e ergue barreiras entre o líder e sua equipe.
  • Vulnerabilidade reprimida: Por medo de parecer fraco, o líder altivo evita pedir ajuda, admitir erros ou delegar. Isso enfraquece o grupo e bloqueia a colaboração. Tiago 4:6 é direto: “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.”
  • Isolamento perigoso: O orgulho empurra o líder para a solidão. E um líder isolado se torna vulnerável ao erro, à exaustão e à queda moral.

2. O Antídoto: A Liderança de Servo

Temos, porém, uma boa notícia: existe um caminho melhor: a liderança que nasce da espiritualidade autêntica e do desejo sincero de imitar Jesus Cristo. De conformidade com Marcos 10:45, lemos: “Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.”

  • Servir é liderar: O líder cristão não se define pela autoridade que possui, mas pelo cuidado que oferece. Isso não o diminui. Pelo contrário, fortalece sua influência e seu testemunho.
  • Humildade que constrói: Em Filipenses 2:3-8, Paulo nos convida a adotar a mentalidade de Cristo: “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade… esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo.”
  • Liderança comunitária: O líder humilde compartilha decisões, ouve a equipe e valoriza o dom de cada membro. Ele entende que a igreja não se resume a um trono, mas funciona como uma família.

Tendo visto esses conceitos, vamos a uma conclusão motivadora:

3. Um Novo Olhar para Liderar

  • Liderar, portanto, não significa apenas ocupar uma posição, mas assumir uma responsabilidade com temor e tremor. A humildade não indica fraqueza, mas revela consciência de dependência. Dependência de Deus, dos irmãos, da graça.
  • Por isso, o líder que busca o coração de servo não perde autoridade; conquista relevância. Ele não se apega ao cargo; e abraça a missão. E nesse movimento, reflete o próprio Cristo: humilde, firme, amável e transformador.
  • Assim sendo, que cada um de nós revise, com coragem e verdade, a forma como temos liderado. Que abandonemos a soberba e escolhamos, dia após dia, o caminho da humildade.
  • Pois é nesse caminho que a liderança se transforma em ministério, e o ministério se transforma em reflexo do Reino.

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