Filipenses 4. 4-6: “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos. Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor. Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças.”
Hoje, estamos celebrando o Dia de Ações de Graças. Existe todo um contexto histórico que ensejou a celebração desse dia. O Dia de Ações de Graças passou a ser comemorado após a chegada dos puritanos nos Estados Unidos. Após a Reforma de 31 de outubro de 1517, o mundo não era mais o mesmo. O ideal da Reforma que teve inicio na Alemanha espalhou-se por toda a Europa, chegando à Inglaterra. O cenário político-religioso na Inglaterra era desfavorável ao avanço do protestantismo. A formação da Igreja Anglicana era apenas uma estratégia do Rei Henrique oitavo, que rompera com a Igreja Romana porque o Papa o excomungara por ter se separado de Catarina de Aragão e se casado com Ana Bolena. Entretanto, o pano de fundo, a intenção real era apenas resgatar as propriedades da Igreja Romana na Inglaterra. A formação de uma Igreja conduzida pelo Estado só trouxe mais dificuldades para os cristãos sinceros e verdadeiros que buscavam disseminar sua fé reformada. Na Inglaterra, a Reforma deu a luz aos puritanos que se proclamavam “seguidores rigorosos da Escritura Sagrada” e brandiam a espada da justiça denunciando o pecado da nação. Como “zelotes” em uma sociedade em crise, eles protestavam contra o governo e a forma de vida que o povo levava, descomprometida com a ética do evangelho. As suas vozes permaneciam no deserto. Ninguém os escutava. Eles chegaram à conclusão que a Inglaterra não era o cenário propício para que o protestantismo avançasse. Precisavam construir uma nação que fosse realmente cristã.
As colônias recém descobertas do Novo Mundo passaram a ser a única alternativa. Embarcaram no navio Mayflower e viajaram em busca do Novo Mundo, da América. Para eles, sua decisão era mais do que uma decisão política, mas uma postura moral e religiosa! Eles fretaram o navio, venderam todos os seus bens, e, junto com as suas famílias, partiram rumo a América para fundar uma colônia a que chamariam Nova Inglaterra. O objetivo era encontrar um lugar em que pudessem viver em liberdade, mas segundo a ética do evangelho. A primeira expedição, liderada por Sir Walter Raleigh, fracassou. Os primeiros pioneiros morreram devorados por lobos e castigados pelo inverno. A segunda expedição deu certo! Eles chegaram e estabeleceram as primeiras bases da nação que hoje é conhecida como Estados Unidos da América. Desenvolveram, de imediato, programas de agricultura e pecuária, evitando a ação predatória dos recursos da terra. Ao recolherem pela primeira vez, o fruto da terra que cultivavam, os puritanos e suas famílias, juntamente com os primeiros habitantes que nela encontraram, promoveram esta cerimônia que ainda hoje se repete todos os anos: o culto em ação de graças que é uma manifestação do reconhecimento público de que tudo que recebemos provém de Deus a quem devemos ser gratos.
Mais tarde convencionou-se a celebração do Dia de Ações de Graças, passando a ser comemorado no mês de novembro e várias nações passaram a ter o seu próprio Dia Nacional de Ação de Graças! A celebração é bonita! A festa é maravilhosa! Mas a questão de maior relevância não é a celebração em si, mas o espírito de gratidão que deve existir no coração de cada pessoa. E a pergunta central que nos arremete para nossa reflexão é: O que significa “ações de graças”? São ações de devoção ordenadas por Deus ao seu povo. Somos, muitas vezes, acometidos pela síndrome da ingratidão. No livro de Lucas, capitulo dezessete, está registrado que dez leprosos foram curados por Jesus, mas apenas um que era samaritano, voltou para agradecê-lo. Dar graças ao Senhor não é apenas um dever, é também um privilégio. O que agradecer?
1. Devemos agradecer a Deus pelo que pedimos e recebemos .
Em alguns países o Dia Nacional de Ações de Graças é celebrado por milhares de famílias em cultos especiais nas igrejas. Isso é muito bom, mas e nos outros dias do ano? Nem sempre as pessoas se lembram de agradecer a Deus por suas bênçãos. Dar graças a Deus não é algo tão fácil e simples. É preciso disciplinar o coração! A pratica tem demonstrado que a nossa tendência é sempre pensar que merecemos as coisas boas que temos. Temos inteligência, criatividade, habilidade, capacidade para realizar e trabalhamos muito! Por que agradecer pelo que somos e pelo que temos? Porque tudo nos foi dado por Deus! Na maioria das vezes nos esquecemos de agradecer o que Deus nos têm dado. Porém, o sentimento de gratidão a Deus vai muito além do que pedimos e recebemos. Sabem porque?
2. Devemos agradecer a Deus também pelo que não pedimos e recebemos.
Agradecer é ainda difícil porque muitos estão na situação em que as coisas más parecem sobrepujar as boas. Ficamos tão desapontados com a vida. É tanto problema que não conseguimos imaginar alguma coisa boa para agradecer a Deus. O sentimento de gratidão deve se infiltrar no nosso cotidiano, fazer parte natural de nossas vidas. A gratidão desinteressada abre mais portas do que supomos, e o sentimento de gratidão a Deus não se resume ao que pedimos e recebemos e não pedimos e recebemos.
3. Devemos agradecer a Deus também pelo que pedimos e não recebemos.
Deus é o sumo benfeitor que nos concede bênçãos sem conta. A Ele devemos render graças e louvor. Devemos agradecer a vida, a esperança da salvação em Cristo; agradecer a força para vencer as tentações e dificuldades. Hoje, não deixe de parar um pouco e agradecer. Esqueça as preocupações e pense nos motivos de gratidão. Deus se agrada de um coração agradecido. No livro de Efésios, capítulo cinco, verso vinte, o apóstolo Paulo nos admoesta a “dar graças por tudo”. E tudo é “tudo”! A “Parábola do Casulo e da Borboleta” ilustra muito bem o sentimento de gratidão. Conta-se que, um dia, uma pequena abertura apareceu num casulo. Um homem assentou-se e observou a borboleta por várias horas enquanto ele se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquela pequena abertura. Em dado momento, ele teve a impressão de que a borboleta havia parado de fazer qualquer esforço. Parecia que ela tinha ido mais longe do que podia, e não conseguiria ir mais além. Então o homem decidiu ajudá-la. Ele pegou uma tesoura, e cortou o restante do casulo. A borboleta saiu facilmente. Porém, seu corpo estava murcho e pequeno, e as suas asas estavam amassadas. O homem continuou a observá-la esperando que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e ela pudesse voar, mas isso nunca aconteceu.
Na verdade, a borboleta passou o resto de sua vida rastejando com um corpo murcho e as asas encolhidas. O que aquele homem não sabia era que o casulo apertado e o esforço necessário para passar através da abertura eram o modo pelo qual Deus fazia com que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas de forma que ela estaria pronta para voar assim que saísse do casulo. Algumas vezes o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida. Quando tentamos “ajudar” a Deus, acabamos interrompendo o ciclo que Ele estabeleceu para o nosso crescimento. Acabamos atrapalhando o projeto de Deus para as nossas vidas e impedindo o fluido do Espírito Santo que nos capacita a “voar” no tempo certo de Deus. Se estiver difícil passar pela “abertura do casulo”, tenha paciência. Não permita que estranhos, na intenção de ajudá-lo, terminem “cortando” o restante do casulo. Precisamos aprender a agradecer a Deus por todas as dificuldades porque cada dificuldade tem um propósito nas nossas vidas. É por esta razão que alguém escreveu o seguinte: “Eu pedi forças, e Deus me deu dificuldades para me tornar forte. Eu pedi sabedoria, e Deus me deu problemas para resolver. Eu pedi sabedoria, e Deus me deu problemas para resolver. Eu pedi prosperidade, e Deus me deu cérebro e músculos para trabalhar. Eu pedi coragem, e Deus me deu pessoas com problemas para serem ajudadas. Eu pedi favores, e Deus me deu oportunidades. Eu não recebi tudo que pedi, mas recebi tudo que precisava. Por tudo isso, muito obrigado Senhor! Irmãos, sede agradecidos ao Senhor por tudo!”.
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