O triunfo da graça

“A lei veio para aumentar o mal. Mas, onde aumentou o pecado, a graça de Deus aumentou muito mais ainda” (Rm 5.20)

Introdução

1. O nosso tema geral para esta série de mensagem é: “No limite de Deus”. Começamos com o propósito de Deus nas provações. Vamos prosseguir selecionando textos que mostram sempre servos de Deus vivendo em situações-limite.
2. Neste domingo, refletiremos sobre a experiência de Adão, não apenas como indivíduo, mas como cabeça da raça humana. De acordo com (1 Co 15.21-22; 2 Co 5.17)., ou estamos “em Adão” (velha criatura) ou estamos “em Cristo” (nova criatura). Quando teve consciência do seu pecado contra Deus (nudez), Adão chegou ao seu limite na tentativa de justificar-se (cobrir-se com tangas); superou esse limite quando confessou o seu pecado (comi) e foi coberto por Deus (Veste de pele).
3. Na experiência de Adão, percebemos o triunfo da graça de Deus sobre a lei, o pecado e o sofrimento humano. No limite das possibilidades humanas, começa a possibilidade de Deus!

1º – O TRIUNFO DA GRAÇA SOBRE A LEI PORQUE DEUS BUSCA O CONDENADO
1. Distinguimos na aliança feita com Adão (pacto das obras): (1) a promessa da vida eterna; (2) a perfeita obediência como condição; (3) a pena de morte em caso de desobediência (Gn 2.9, 16-17; 3.2-3). Esta é a compreensão da nossa igreja no Breve Catecismo que expõe o sistema doutrinário bíblico sobre o assunto. Como Adão pecou, ele recebeu a pena prevista (Rm 3.23; 6.23; 5.5.12; Ef 2.1; 1 Co 15.21-22 etc).
2. A graça de Deus triunfa quando ele busca homem pecador e condenado pela lei (Gn 3.7-9). Ele continua andando no Jardim e chama pelo homem: “Adão, onde estás?” Isto é graça. Na religião, o homem busca Deus; pela graça, Deus busca o homem.
3. A graça é insistente mesmo quando o homem: a) Tenta estabelecer a sua justiça própria quando faz vestes de folhas de figueira ( Gn 3.7 – religiosidade, alegação de vida moral íntegra, boas obras etc); b) foge quando ouve a voz de Deus, procurando esconder-se (Gn 3.8, 10). Como isto acontece hoje: haveria necessidade de tantas CPIs, inquéritos policiais etc?; c) transfere a culpa quando confrontado (Gn 3.12-13. Mas Deus em sua graça persiste até encontrar a verdade, ou seja, a confissão: COMI. Ver Salmos 85.10a ; 1 João 1.8-9. Quando o homem confessa, ele se rende. Chegou ao limite na tentativa de justificar-se. Aí começa a ação de Deus.

2º – A GRAÇA TRIUNFA SOBRE O PECADO PORQUE DEUS JUSTIFICA O PECADOR CONTRITO

1. Deus não justifica o pecado, mas o pecador quebrantado e contrito (Bonheffer). Ver Salmos 51.17; 1 João 1.9 etc.
2. Sofrer as conseqüências do pecado (Adão, Eva, a serpente) é necessário para que haja consciência da sua gravidade (Gn 3.14-19). Arrependimento não é só um ato, mas uma atitude permanente (Lutero). A consciência do pecado nos faz viver numa atitude constante de arrependimento. O descendente da mulher tem autoridade e domínio (cabeça), mas a serpente continua ferindo o calcanhar (dominado, mas ativo). O pecado da desobediência e rebelião dá legalidade ao diabo para ele agir. Este é o sentido da tentação, da provação, comum a todos os seres humanos (1 Co 10.13).
3. A justificação do pecador contrito pela fé só é possível porque a justiça perfeita de Deus é cumprida no descendente da mulher. Ele esmaga a cabeça da serpente na cruz (Gn 3.15). O esforço humano para cobrir-se é inútil (Gn 3.7) mas Deus cobre o homem com vestes de pele (Gn 3.21) o que pressupões sacrifício! Sem derramamento de sangue não há remissão de pecados (2Co 5.18-19, 21; Hb 9.22).
4. Enquanto o homem tenta justificar-se não pode ser justificado por Deus! O anseio de Paulo é o de todos nós (Fp 3.8-9). Mas, justificado pela fé, tem paz com Deus (Rm 5.1). Quando a graça encontra a verdade (1.Jo 1.8), a justiça e a paz se beijam (Sl 85.10). Na obra perfeita de Deus em Cristo, os famintos e sedentos de justiça encontram satisfação! Isto significa viver no limite de Deus!

3º – O TRIUNFO DA GRAÇA SOBRE OS SOFRIMENTOS DO PRESENTE
1. O caminho para a árvore da vida é vedado (Gn 3.22-23) porque Deus não quer que vivamos eternamente sofrendo as conseqüências do pecado! Para o crente, os sofrimentos do presente não são para comparar com a glória que há de ser revelada! (Rm 8.18, 24). A tribulação do crente é leve e momentânea e produz peso eterno de glória mui excelente acima de qualquer comparação (2 Co 4.16-18).
2. A salvação em Cristo inclui a restauração de todas as coisas (At 3.19-21). O vencedor comerá do fruto da árvore da vida (Ap 2.7). Na Nova Jerusalém que desce do céu (Ap 21.9-10) o fruto da árvore da vida está disponível para todos (Ap 22.1-5). Na regeneração nos libertamos da culpa do pecado; na santificação estamos sendo libertados do poder do pecado; na glorificação, quando Jesus voltar em glória, seremos salvos da presença do pecado. Isto é céu!
3. A esperança viva nos dá forças para superar as aflições do tempo presente!

Conclusão

Mesmo tendo de comer o pão com o suor do rosto; sendo feridos pelos espinhos e abrolhos; sofrendo as condições da maldição que há sobre a terra; sofrendo as dores de parto e a custosa submissão ao marido (mulher), o crente, em meio a tudo isto, pode cantar: “Junto ao trono de Deus preparado/ Há cristão um lugar para ti; / Há perfumes, há gozo exaltado, / Há delícias profusas ali./ Sim ali,/ De seus anjos fieis rodeado, / Numa esfera de glória e de luz, / Junto a Deus nos espera Jesus”.

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