A vinda do Senhor Jesus Cristo é a coisa mais esperada pelos cristãos de todas as partes do mundo. Todos os crentes fiéis desejam muito que o Senhor Jesus Cristo volte logo e os leve para o lá Celestial. A morada de Deus. Assim todos os fiéis serão libertados do corpo pecaminoso. O pecado será eliminado de nosso corpo e teremos um corpo glorificado semelhante ao do nosso Senhor Jesus Cristo. Estamos aguardando a volta do Senhor Jesus Cristo. Estamos aguardando ansiosos por ver o nosso Salvador raiar nos céus sobre as nuvens com seus anjos. Ao som das trombetas dos arcanjos. Anunciando que o Senhor dos senhores voltou para julgar vivos e mortos. A volta do Senhor Jesus é o dia mais esperado do cristão. Este é o dia da nossa salvação. Será o dia em que todas as promessas de Deus se cumprirão na vida dos cristãos. Os cristãos habitarão com Deus. Viverão na nova Jerusalém com Deus para todo sempre. Porém, já se passaram muitos anos depois que a vinda do Senhor Jesus Cristo foi anunciada. Qual deve ser a atitude do cristão com respeito a demora da volta de Cristo?
Eu vos proclamo a palavra de Deus no seguinte tema:
1. Porque a sua vinda está próxima.
Cristo vai voltar. Esta é uma certeza que as Escrituras testificam. Por isso Tiago diz: “Sede, pois, irmãos, pacientes. Mas, por que Tiago exorta os cristãos a serem pacientes? Provavelmente tenha haver com o contexto das pessoas para quem ele escreveu. Onde Tiago está reprovando aqueles ricos, provavelmente são descrentes, que estavam adquirindo suas riquezas por meio de fraude. Eles estavam se enriquecendo de uma maneira ilícita. Até condenando e matando os justos. Eles praticavam tamanha maldade e não se preocupavam com o amanhã. Viviam regaladamente sobre a terra; desfrutando dos prazeres deste mundo pecaminoso. Provavelmente, aqueles ricos estavam vivendo sem se arrepender e sem receber castigo da parte de Deus, nos olhos dos fiéis. A exortação de Tiago nos lembra o Salmo 37, que é dirigido para animar ao justo. O justo é descrito como pobre e necessitado (Sl 37.14), que está a sofrer perseguição sob a mão do ímpio. Ele é tentado a invejar a prosperidade e bem-estar do ímpio e também, um tanto, a se impacientar para que o ímpio receba julgamento. O salmista incentiva o justo a descansar no Senhor (Sl 37.7) e deixar a ira, pois Deus, certamente, irá defender o justo e destruir o ímpio. Tiago escreve para justos, pobres, que estão passando por uma situação semelhante. E isto pode ter levado alguns fiéis a enfraquecer e a duvidar da volta de Jesus Cristo. Eles estavam ficando sem paciência em esperar a volta de Jesus. Cristo subiu para junto de seu Pai e disse que voltaria logo. Mas, para aqueles crentes parecia uma eternidade. Eles estavam esperando, mas nada acontecia. Jesus ainda não estava voltando. Era o pensamento que passou, provavelmente, pelas mentes de muitos crentes. Como também nós podemos cair neste mesmo erro e perdermos a paciência na volta do Senhor. Porque a exortação e a ordem de Tiago para os crentes terem paciência não é algo indeterminado, sem fim. Pelo contrário, ele diz: “Sede, pois, irmãos, pacientes até à vinda do Senhor”.
Ele diz que devemos ser pacientes até a volta do Senhor. O que ele quer nos ensinar? Quer nos ensinar que a demora no aparecimento de Cristo, pode levar os homens a duvidarem de que o dia da volta acabará realmente chegando. Nesta situação, Tiago está exigindo dos cristãos a terem paciência. Porque em 2 Pedro 3.4-5 diz o seguinte: “Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação”. O que estava acontecendo? Alguns homens ímpios começaram a criticar a crença dos cristãos. Começaram a dizer que a volta de Cristo é apenas uma lenda, um mito. Que Jesus jamais voltaria. ‘E por isso eles diziam: “onde está a promessa da vinda de Jesus? Desde quando vossos pais morreram, nada mudou. Tudo continua a mesma coisa desde a criação do mundo. Não mudou e não vai mudar”’. Com este escárnio muitos começaram a duvidar na volta de Cristo. Começaram a duvidar da sua fé. Por isso o apóstolo Pedro sentiu a necessidade de escrever àqueles crentes a respeito deste assunto e por isso ele diz na sua segunda carta 3.8: “Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia”. Pedro exorta os fiéis a não terem uma mente terrena de Deus. Porque os caminhos de Deus são diferentes dos caminhos dos homens. E por isso ele estava dizendo que mil anos para Deus é como um dia. Para nós talvez possa parecer muito demorada a volta de Cristo. Mas, para Deus nada é demorado demais.
Por isso Tiago está escrevendo para aqueles fiéis a não desanimar e a não perder as esperanças na volta do Senhor. Por isso ele usa um exemplo da agricultura. Ele diz: “Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas”. O lavrador prepara a terra para o plantio. Há todo um preparo e um esforço por parte do lavrador. Depois de lavrar a terra, ele começa a semeá-la. Então, ele fica esperando com paciência que a terra produza o precioso fruto do qual depende a sua vida aqui na terra. Ele espera as primeiras e as últimas chuvas. As primeiras chuvas eram ansiosamente aguardadas para fazer germinar as sementes plantadas. As últimas chuvas serviam para amadurecer o fruto precioso. Era e é um processo paciente. O lavrador tem que ter paciência para receber o precioso fruto da terra. Semelhantemente como o agricultor espera pacientemente a semente germinar e a safra amadurecer, assim os crentes devem esperar com paciência a volta do Senhor que os libertará e julgará seus opressores. Veja que Tiago está dando uma ordem no verso 8: “Sede vós também pacientes”. O crente também deve exercer sua paciência no Senhor. Deve colocar suas aflições e desejos debaixo da vontade de Deus. E deve esperar pacientemente no Senhor.
Porque há um perigo muito grande quando não exercemos paciência no Senhor. O perigo é de acharmos que Ele não pode conceder aquilo que nós queremos ou precisamos. Nós nos achamos mais sábios do que Deus e queremos inventar e satisfazer nossos desejos pecaminosos. Mesmo que isto custe desobedecer à vontade de Deus. Porque quando esperamos com paciência, tudo ocorrerá conforme a vontade de Deus. Mais aquele que se precipita é comparado a um louco. Porque nós somos de Cristo e nossa esperança está unicamente Nele. Porque Hebreus 11.1 diz que “a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem”. Fé não é algo que se pode ver. Se pudesse ver não seria fé. E a mesma coisa é a paciência do cristão na volta do Senhor. Como Paulo diz em Romanos 8.24-25: “Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos”. Essa é a nossa esperança: Cristo vai voltar e vai nos libertar do corpo de maldade. Nos levará para si e viveremos com Ele para todo sempre.
É por isso que o dia da volta de Cristo não nos é revelado. Porque se fosse revelado a nós, por nossa natureza pecaminosa, iríamos deixar para servir a Deus na última hora. Assim não seria arrependimento, mas apenas medo do juízo. Pois foi justamente pela incerteza sobre a data da volta de Cristo que a igreja, no decorrer dos séculos, tem sido estimulada a combater o pecado e a viver de tal maneira que, a cada momento, possa aguardar seu Senhor. Cristo virá como um relâmpago que sai do oriente e se mostra até no ocidente (Mt 24.27). Quem não estiver preparado, ficará. Aquele que espera por Cristo e estiver preparado, será levado.
Porque muitas vezes ficamos tristes e queremos que o Senhor volte logo. Mas, o que vemos neste mundo pode nos deixar desanimado nas coisas de Deus e não ansiarmos pela volta de Cristo. Achando que está demorando demais. E por isso ficamos com um coração fraco e duvidando. Por isso devemos fazer o que Tiago diz quando estivermos esperando a volta de Cristo: “fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima” (Tg 5.8). Fortaleça o vosso coração. Não desanime na luta cristã. Tiago está exortando os cristãos a um firme apego à fé em meio de tentações e provações. À medida que esperam pacientemente a volta de seu Senhor, os crentes precisam fortalecer uns ao outros para a luta contra o pecado e circunstâncias difíceis. Por que devemos fortalecer o nosso coração? Porque a vinda do Senhor está próxima! Porque logo após da volta de Cristo vem o juízo. E quem não espera. Quem não estar com o coração firme no Senhor. Quem não estar agarrado a sua fé. Pode ser condenado. Pode ser desqualificado para entrar no reino de Cristo. Quem leva uma vida sem Cristo será condenado.
Nós somos uma família em Cristo. Devemos fortalecer uns aos outros para estarmos juntos quando Cristo voltar e seguirmos o mesmo caminho eterno. Porque a nossa vida com paciência na volta de Cristo, tem haver com a nossa vida com nossos irmãos. Por isso Tiago diz: “Irmãos, não vos queixeis uns dos outros”. Ele está nos instruindo a não vivermos nos queixando uns dos outros. Essas queixas pode ser atribuindo o nosso sofrimento aos outros irmãos. Ou se queixar pelas dificuldades dos outros. Existem, infelizmente, crentes que gostam de murmurar e criticar. Que gostam de se queixar de suas dificuldades. De falar mais do que orar. De murmurar mais do que depender de Deus. De falar mais da vida dos irmãos do que ajudar.
Tiago está nos ensinando que há um perigo muito grande neste estilo de vida pecaminoso em estar criticando a vida dos outros. Veja que ele diz no verso 9: “Irmãos, não vos queixeis uns dos outros…”. Por que não devemos nos queixar uns dos outros? Tiago responde no mesmo verso 9: “para não serdes julgados”. Não é apenas um pecado grosseiro que nos faz entrar em juízo e nos condenar. Mas o ato de viver murmurando contra os nossos irmãos também pode nos condenar. Porque aquele que se chama cristão, deve viver como cristão. Por isso Paulo diz em Colossenses 3.13-14: “Suportai-vos uns aos outros…, perdoai-vos mutuamente…, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Por que? Ele continua: porque ‘Assim como o Senhor vos perdoou…, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição”. E Paulo ainda diz em Efésios 4.2: “com toda a humildade e mansidão, com longanimidade (ou paciência), suportando-vos uns aos outros… EM AMOR”. Em amor devemos suportar uns aos outros. O amor é a base deste suportar, agüentar. Quando não há amor, também não há a vontade de Deus neste meio. Porque Deus é amor. E quer que seus filhos vivam em amor. Porque aquele que vai julgar não está longe.
Olhe o que diz o final do verso 9: “Eis que o juiz está às portas”. O que esta expressão estar às portas significa? Literalmente Tiago está dizendo: “olhe o juiz está em frente à porta”. Quer dizer, a proximidade do dia da volta de Cristo não é apenas uma advertência ao julgamento rápido dos ímpios. Mas também é uma advertência para que a pessoa examine seu comportamento, de modo que quando aquele, cujos passos se aproximam, finalmente bater à porta, ela possa estar preparada para abri-la. Porque o Senhor que vem é também o juiz do cristão. Em outras palavras: Cristo já está preste a voltar. É como se ele estivesse em frente da porta de uma casa, preste a bater. Por isso a exortação é urgente para os cristãos. Se o cristão não vive como Jesus ensinou em sua Palavra, mas vive desprezando o seu irmão. Não demonstra o amor de Jesus em sua vida. Se chamando de cristão, mas vive como não cristão. O juízo está próximo. Bem perto e pode ser a qualquer momento a volta de Cristo Jesus. Por isso, vivam como filhos de Deus. Aguardando com paciência a volta de nosso Senhor e suportem uns aos outros sem se queixar. Suportando em amor conforme a vontade de Jesus Cristo.
2. Porque temos modelo de paciência.
Tiago ainda nos exorta nesta caminhada de paciência pela volta do Senhor Jesus Cristo, a olhar para as Escrituras Sagradas. Mais precisamente, o Antigo Testamento. Ele cita dois exemplos para a nossa vida. Ele diz no verso 10: “Irmãos, tomai por modelo no sofrimento e na paciência os profetas, os quais falaram em nome do Senhor”. O primeiro exemplo são os profetas. Assim como Jesus ensinou a seus discípulos a imitá-Lo, também manda agora imitar a atitude dos profetas. Homens ungidos por Deus para servi-Lo. Homens que falaram em nome do Senhor Deus. Seus embaixadores. Comissionado para falar ao povo da aliança. Jesus quer que tomemos por modelo os profetas nos sofrimentos e na paciência! Por que nos sofrimentos e na paciência? Porque a vida cristã é uma vida de sofrimento. Assim como os profetas sofreram por causa do Senhor e sua Palavra. Assim devemos nós sofrer também. Profetas, como Elias que desenvolveu seu trabalho sob perseguições, sofrimentos, martírio e rejeição; Jeremias que foi chicoteado, lançado em uma cisterna e muitos outros. Porém, todos eles têm algo em comum. E o que eles têm em comum? É que em meio ao sofrimento não abandonaram a sua fé no Senhor. Mas com paciência perseveraram até o fim. Este é o modelo que o Senhor quer que imitemos nos profetas.
O outro exemplo é o de Jó. Jó é admirado pela paciência. Eles tinham ouvidos sobre a paciência. Como ele esperou pacientemente no Senhor. Mas a paciência dele não foi uma paciência passiva ou morta. A sua paciência foi uma paciência ativa. Ele questionou, protestou, argumentou, chorou, lamentou, discutiu com Deus. Contudo, seu mérito foi nunca abandonar a sua fé e a sua confiança em Deus, mesmo sem compreender plenamente a causa de seu sofrimento. E sabe qual foi o fim que Deus deu a Jó? Deus restituiu tudo o que ele tinha em dobro o que havia perdido! Isto não significa que se nós formos fiéis Deus vai conceder em dobro o que perdemos. Mas, o que Tiago quer apontar é que o Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo.
Por isso Tiago diz que “temos por felizes os que perseveraram firmes”. Bem-aventurados são aqueles que permanecem firmes nos caminhos do Senhor sem se desviar. “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós” (Mt 5.10-12).
Amém.