Estou aqui abrasileirando uma fábula européia, a respeito de um vendedor muito famoso, daqueles que era capaz de vender qualquer coisa. Contava-se que ele já havia vendido pão para um padeiro, creme dental para um dentista, uma caixa de maçãs para um plantador de frutas e assim por diante. Então ele foi desafiado por uma amiga: “Eu sei que você é um bom vendedor, mas eu acreditarei que realmente você é bom se você conseguir vender uma máscara de gás para uma onça”.
O vendedor aceitou o desafio e foi para a floresta. Ao encontrar uma onça, disse: “Você precisa comprar uma máscara de gás”. A onça retrucou: “Para que? O ar aqui na floresta é bom!”, e virou-lhe as costas. Então o vendedor pensou um pouco, e logo começou a construir uma fábrica na floresta. O ar começou a ficar impuro e, quando a fábrica ficou pronta, ela começou a poluir o ar de forma intensa.
Então a onça retornou ao vendedor e disse. “Agora realmente eu estou precisando de uma máscara de gás”. O vendedor respondeu: “Eu não lhe disse? Eis aqui uma. Produto de qualidade!”. A onça comprou a sua e perguntou: “Você teria outras máscaras de gás ainda? Outras onças precisarão comprar, cada qual a sua”. O vendedor, feliz, disse: “Vocês estão com sorte. Eu ainda tenho mil máscaras”.
A onça pegou a sua e, antes de ir embora, inquiriu: “A propósito, o que a sua fábrica está produzindo?”. O vendedor respondeu: “Máscaras de gás”!
Moral: não precisamos construir fábricas que poluem, a fim de justificarmos a compra/venda de máscara de gás. Não precisamos criar situações absurdas para o povo sem Cristo, de modo que justifiquemos o fazer engulirem o evangelho. O evangelho deve ser pregado não apenas como solução para os terríveis problemas do homem moderno (e ele, de fato, é a solução), mas também como prevenção às terríveis doenças e poluições morais de um tempo moderno. Há uma certa semelhança entre um evangelista e um vendedor: ambos precisam “passar” um produto. A fábula acima é apenas para nos lembrar que, na honrosa missão de transmitir o evangelho, não há necessidade de poluirmos ainda mais vidas alheias. Devemos persuadir com amor, e nunca com terror.
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