Neste sermão vamos aprender sobre o favor de Deus em perdoar
Texto: Zacarias 1.4-6
Introdução
Zacarias nos mostra que o arrependimento não é apenas um ato psicológico ou emocional, mas a restauração de um relacionamento que foi quebrado pelo povo de Deus, por causa do pecado, porém restaurado e perdoado pelo SENHOR dos Exércitos. Aqui vemos onde estava a raiz do problema, a maior necessidade de Israel: Sua relação com Deus foi cortada pela rebelião e necessitava de restauração. Portanto, sem arrependimento não pode haver nenhuma relação com Deus. Fica óbvio para nós que o arrependimento não é um evento único, mas contínuo. Devemos sempre nos voltar em sincero arrependimento para com o nosso Deus.
I – A Relação de Israel com seus Profetas
Exemplo de desobediência à Palavra de Deus
“Não sejais como vossos pais, a quem clamavam os primeiros profetas, dizendo: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Convertei- vos, agora, dos vossos maus caminhos e das vossas más obras; mas não ouviram, nem me atenderam, diz o SENHOR” (Zc 1.4)
– A relação na história do povo de Deus entre a atividade dos profetas e a rejeição de Israel as suas palavras é extremamente repetitiva. O livro de Zacarias nos mostra isso através da repetição da palavra “pais”, que significa as gerações anteriores citadas por sua negligência, desatenção e desobediência.
– Note que ao rejeitarem as palavras dos profetas era a Palavra de Deus que eles rejeitavam. “Quando o Evangelho é pregado em nome de Cristo, é como se Ele em pessoa falasse”(Calvino).
– Deus não precisou entrar em detalhes quantos aos pecados de Judá porque as feridas do exílio ainda estavam frescas em suas mentes e corações.
De que os judeus precisavam se converter?
1 – De seus “maus caminhos” – Esta expressão denota uma direção, um caminho, uma mentalidade ou tendência de sempre optar pelo caminho do mal.
2 – De suas “más obras” – A prática ou atividade do mal. Enquanto alguns só vão se inclinar para o mal, outros vão realmente fazer o mal. Ambas as formas do mal são condenadas por Deus. Perceba então, como é arriscado deixar de aprender as lições das gerações anteriores.
Aplicação
* O histórico de Israel em resposta aos seus profetas é terrível. Até mesmo os pagãos ninivitas se arrependeram com a pregação de Jonas mais facilmente do que Israel. Deus chama o seu povo para lembrar como a desobediência em não ouvir as profecias deixou seus pais no exílio por 70 anos.
* A tendência humana é ignorar as lições da história. A união do orgulho e a arrogância ainda hoje faz com que as pessoas sigam os seus próprios caminhos egoístas. Compreenda porque a necessidade de intervenção divina é tão importante. “Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte” (2Co 7.10).
II – Aprendendo com o Passado – A Brevidade da Vida
“Vossos pais, onde estão eles? E os profetas, acaso, vivem para sempre?” (Zc 1.5)
Duas perguntas se destinam a despertá-los para a realidade de que a vida é curta:
1 – Onde estão os vossos pais? “Pois todos os nossos dias se passam na tua ira; acabam- se os nossos anos como um breve “pensamento. Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos” (Sl 90.9-10).
2 – E os profetas, acaso vivem para sempre? Nem mesmo os profetas escaparam da brevidade da vida. “O que temos de fazer para Deus na vida deve ser feito rapidamente, pois a vida está passando rapidamente, para o bem e o mal as sombras velozes do pôr-do-sol chegam da mesma forma” (T.M. Moore).
“Ensina- nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio” (Sl 90.12)
III – A Certeza da Palavra de Deus
“Contudo, as minhas palavras e os meus estatutos, que eu prescrevi aos profetas, meus servos, não alcançaram a vossos pais? Sim, estes se arrependeram e disseram: Como o SENHOR dos Exércitos fez tenção de nos tratar, segundo os nossos caminhos e segundo as nossas obras, assim ele nos fez” (Zc 1.6)
– Embora a história de Israel lembrasse aos judeus, que seus pais e profetas haviam morrido, a Palavra de Deus permanece para sempre, ecoando no Salmos (Sl 119.89), em Isaías 40.8, e sendo pregada por Cristo no Evangelhos (Mt 5.18).
– A expressão “alcançaram a vossos pais” tem raízes na promessa da Aliança que Deus fez com o seu povo: bênção como fruto do temor e obediência à Lei de Deus; e, a maldição como resultado da desobediência e falta de temor ao Senhor.
“Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do SENHOR, teu Deus, não cuidando em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos que, hoje, te ordeno, então, virão todas estas maldições sobre ti e te alcançarão… Todas estas maldições virão sobre ti, e te perseguirão, e te alcançarão, até que sejas destruído, porquanto não ouviste a voz do SENHOR, teu Deus, para guardares os mandamentos e os estatutos que te ordenou” (Dt 28.15, 45)
– O que distingue um profeta como servo de Deus? A permanência e imutabilidade da Palavra de Deus revelada a ele, com o propósito de converter o seu povo ao Senhor.
– A maldição da Aliança persegue e alcança quem pratica o mal até que ele seja destruído. O exílio do povo de Deus envolveu a remoção de líderes e a destruição das instituições nacionais, matando toda uma nação.
– Os exilados literalmente “recobraram seus sentidos”, que é a ideia de “se arrependeram” neste contexto. Eles perceberam que o cativeiro babilônico era fruto da maldição pronunciada pelo Senhor em Deuteronômio 28, pois eles se rebelaram contra o Senhor.
– O verdadeiro arrependimento faz o povo de Deus lembrar a razão de seu exílio e reconhecer abertamente o pecado de desobediência da nação e a justiça de Deus.
Aplicações Práticas
1 – Deus nunca mudou sua atitude para com o pecado. Todo pecado é, em última análise, contra Deus: “Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mau perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar” (Sl 51.4). Portanto, Deus que está irado com os pecadores: “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça”(Rm 1.18).
2 – O chamado ao arrependimento demonstra a urgência e o favor de Deus em perdoar. Para que aja uma resposta certa da parte seu povo, Deus emite o seu chamado ao arrependimento, produzindo na alma de seu povo o senso terrível da sua santa e justa ira. “Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte” (2Co 7.10).
3 – O Arrependimento é relacional. “… Tornai- vos para mim, diz o SENHOR dos Exércitos, e eu me tornarei para vós outros, diz o SENHOR dos Exércitos”(Zc 1.3). Não estamos lidando com um conceito religioso abstrato, mas um relacionamento. Em essência, o arrependimento é um afastamento de tudo o que atrapalha o seu relacionamento com Deus, retornando a Ele como o Senhor de sua vida!
4 – Devemos aprender com a história. Os julgamentos do passado prenunciam os acórdãos do futuro. Obediência = Caminho de Vida / Desobediência = Caminho de Morte.
5 – A vida é curta, por isso, dê atenção à Palavra de Deus agora. Veja a urgência de voltar para o Senhor e viver em um relacionamento pessoal com ele. “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus. Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.18-21).
Autor: Pr. Alan Kleber
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