Texto: Gênesis 17.18 – “Orando por um filho”.
INTRODUÇÃO – UMA VISÃO DO TEXTO
F. B. Meyer escreveu sobre os capítulos 17-18 de Gênesis: “Até parece que estes dois capítulos foram escritos para mostrar a intimidade e familiaridade entre o Deus Eterno e o homem que recebeu o honroso título de ‘o amigo de Deus’”. No início do capítulo 17 Abraão recebe o testemunho de uma manifestação visível de Deus (v. 1), o que o levou a cair com o rosto em terra (v. 3). Não era uma emoção passageira. Em 17.17 ele agiu assim novamente. Era um homem reverente, temente a Deus. Logo depois ora pelo filho. Aprendemos algumas coisas aqui.
A primeira é a seriedade da presença de Deus. Saber que Deus está presente, ter a consciência de que ele está entre nós, deveria nos levar a por o rosto em terra. A presença de Deus produz temor, reverência e respeito. Isto se vê ao longo da Bíblia. Dois exemplos: Moisés (Êx 3.6) e Isaías (Is 6.5). Hoje fala-se gargalhada santa, faz-se festa, mas nem sempre se vê temor.
A segunda é para o registro histórico. O comentarista Lockyer chama a atenção para um ponto: 17.18 é a primeira oração registrada, formalmente, na Bíblia: Oxalá que viva Ismael diante de ti. Abraão pede por Ismael. Filho da escrava Agar, fugira esta, grávida dele, por causa de Sarai (16.6-8). Ismael estava com 13 anos e Abraão com 99 (16.16 e 17.1). Poderia Abraão morrer em breve. O que aconteceria com Ismael? Pede por ele: quem me dera que Ismael vivesse diante de ti, isto é; quem me dera que Ismael continuasse a viver debaixo dos teus cuidados. Um pai orando pelo filho, a primeira oração registrada na Bíblia. Não é alguém pedindo por si, mas pedindo pelo filho.
A terceira é que Deus respondeu imediatamente: v. 20. O pacto é com os descendentes de Abraão por Isaque (v. 21), mas Deus prometeu que Ismael, o pai dos árabes, seria grande.
LIÇÕES PARA NOSSA VIDA – APLICAÇÕES DO TEXTO
1. Num sentido, os pais são sacerdotes dos filhos. Devem orar por eles. Antes de nascerem. Ana era estéril e orava por um filho: 1Sm 1.9-11. Filhos devem se desejados, e não acidentais. Deve-se desejar e orar por eles. Devem ser vistos com herança de Deus (Sl 127.3) e não como estorvo.
2. Filhos devem ser dados a Deus: 1Sm 1.11 e 1.26-28. Isto não quer dizer literalmente, deixando-os num templo. Mas consagrando-os a Deus. José e Maria fizeram assim: Lc 2.22-24. Pedindo direção a Deus para saber como criar o filho: Jz 13.6-8.
3. Uma pessoa pode não ter filhos. Por ser solteira, criança ainda, ou estéril. O motivo não importa. O princípio permanece: a oração intercessória é própria dos grandes. Só gente como Abraão poderia nos legar este ensino: o primeiro pedido de oração registrado é de alguém pedindo por outro. Pedimos por nós, por nossos problemas. Intercedemos? Jó 42.10 deve ser uma lembrança viva em nosso coração.