A Carta de Paulo a Igreja de Cristo em Éfeso é dividida em duas partes quanto ao conteúdo, segundo o comentarista da Bíblia de Estudo NTLH. Dos capítulos 1 ao 3, o Apostolo trata do plano secreto de Deus para “na plenitude do tempo unir todas as coisas debaixo da autoridade de Cristo”, incluindo os não judeus nas bênçãos divinas.
A segunda parte trata da nova vida dos seguidores de Cristo, unidos a Ele, mostrando como essa vida se manifesta e o relacionamento que eles devem ter uns com os outros. O comentário do verso 11 da Bíblia de Jerusalém, enfatiza que Paulo cita apenas os “Carismas” de ensino pois esses são os que de fato importam nesse contexto: Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Doutores.
Nossa meditação ira centrar-se na segunda divisão dessa carta, mais
especificamente na imagem usada pelo Apostolo para retratar a Igreja de Cristo.
A imagem do “Corpo”.
E quando o Apostolo recorre a figura do corpo para falar sobre a Igreja de
Cristo, ele tem em mente algumas realidades:
– Esse corpo é formado para os propósitos de Cristo (Ef. 3:10) – Missão;
– Esse corpo é místico, em sua pluralidade e multiforme manifestação
– Esse corpo é local – Identificável.
Não ignorando a realidade de tensão desse corpo local, lugar onde acontece a fé comunitária, o Apostolo apresenta 7 elementos de união desse corpo: um só corpo, um só Espírito, uma só esperança, um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, que dá a cada um dos membros desse corpo dons diferentes visando a edificação do mesmo para Sua própria glória (a glória de Deus).
Assim:
1- OS DONS SÃO PARA SERVIRMOS UNS AOS OUTROS.
Ao mesmo tempo que interpretamos o ministrar dos dons como culto à Deus, o doador do dom (pois de acordo o uso que damos ao dom de Deus a nós comunicado, prestamos um culto racional ou não), precisamos também entender que Deus usa a Igreja e seus dons para demonstrar seu plano de restauração para a humanidade (e criação) onde as insuficiências humanas (por causa do pecado) são supridas pela graça divina.
Com o fim de edificar seu corpo em unidade, maturidade até a sua imagem (a Nova Criação), Cristo, por meio dos dons, nos exorta a servirmos uns aos outros. Servir aos domésticos da fé com os dons de ensino (como enfatiza a B.J) promovendo o crescimento pelo conhecimento de Deus e sua vontade, pois o povo do Israel (no A.T. Os. 4:6) havia sido destruído por falta do Conhecimento, isso é: conhecer a Deus.
2- OS DONS APENAS NÃO BASTAM.
Sabedor que os dons agindo só, podem deturpar a verdadeira glória de Deus se manifestando para a humanidade, pois os dons têm haver com habilidades ou capacidades de fazer alguma coisa, o Apostolo vai advertir os (Ef. 2:11-22) – Formação (Rosto);
destinatários de sua carta a ministrarem os dons sob a supervisão dos frutos do Espírito Santo, com a humildade, benignidade, longanimidade, suportando-se uns aos outros.
Pois nas relações diárias dos membros desse corpo, as diferenças, quando olhadas apenas como desvantagens ou apenas quando as fraquezas forem enfatizadas, poderão condicionar e até mesmo prejudicar a unidade desse corpo (que lembremos é místico), o que Paulo vai considerar como “entristecer o Espírito”. Assim, quando dos e frutos do Espírito cooperam juntos o corpo de Cristo é edificado e os seus membros crescem em maturidade.
CONCLUSÃO
Paulo termina o capítulo 4 demonstrando como os membros desse corpo de Cristo deveriam viver o modelo da unidade crescente: servindo uns aos outros com dons e cooperando juntos sustentados pelos frutos do Espírito, baseados no favor que deus operou também em nós.
Isso é, porque todos, individualmente fomos perdoados pelo SENHOR das nossas transgressões e inseridos no Corpo de Cristo, nalgum lugar e tempo para
seu propósito, e por Ele ministrados com Dons e Frutos do Espírito, devemos da mesma maneira, ser bondosos, compassivos e perdoadores uns dos outros, como ensinou Jesus na oração dominical (ou modelo) perdoar uns aos outros, pois pertencemos uns nos outros no Corpo de Cristo, para a glória Dele.
Esperançosos (baseados no versículo 16) em Cristo, vivamos a realidade
do Corpo de Cristo, pois é Ele quem desejou, formou, mantem, aperfeiçoa e para
si esse Corpo de glória.