Numa noite de inverno
eu estava atiçando o fogo em nossa lareira, quando um anteparo quente caiu sem que eu esperasse e me queimou a mão, levantando uma bolha. Doeu; tive certeza de que a dor não me deixaria dormir naquela noite. Então me lembrei de algo que alguém me havia sugerido anos antes. Disseram-me que se eu colocasse a queimadura perto do fogo repetidas vezes, doeria terrivelmente a princípio, mas se eu continuasse a aproximá-la do calor vez após vez, a dor iria diminuindo gradualmente. Experimentei a sugestão. Funcionou – comigo, pelo menos. (Antes de você tentar algo parecido, fale com seu médico.) Na manhã seguinte, senti apenas um leve incômodo na área afetada. A pele estava grossa e insensível.
Não sei o porquê do que aconteceu com minha queimadura, mas sei o que acontece quando uma pessoa viola sua consciência repetidamente. Quando pela primeira vez fazemos algo que sabemos ser errado, nossa consciência dói terrivelmente, mas as violações repetidas resultam numa sensação bem mais enfraquecida de dor psicológica, até que finalmente pecamos sem que a consciência nos incomode mais.
No âmbito físico, aquilo que aconteceu comigo (insensibilizar uma queimadura dolorida, aproximando-a repetidas vezes do calor) pode funcionar ou não para outra pessoa (mais uma vez aconselho você a conferir esse procedimento com seu médico). Mas sob o ponto de vista espiritual, insensibilizar a consciência é uma questão muitíssimo séria. Pode resultar no cometimento do pecado imperdoável (ver S. Mat. 12:31 e 32). Não que alguns pecados sejam tão graves que Deus não consiga perdoá-los. Mas porque aqueles que pecam conscientemente chegam ao ponto de não mais conseguirem ouvir o Espírito Santo falando.