Como adorar na posição em Cristo

INTRODUÇÃO

1. Mês de abril – tema é adoração. Na semana anterior vimos os elementos básicos da adoração na experiência de Isaías registrada no capítulo 6: contemplação, confissão, perdão (purificação) e tudo isto desembocando em missão. Hoje veremos que EM CRISTO podemos adorar em espírito e em verdade e como isto acontece.

2. Paulo tinha em mente um objetivo pastoral no texto que lemos. Havia uma riqueza nessa igreja de Filipos que alegrava o apóstolo (2.1), mas para que a alegria de Paulo fosse completa os cristãos filipenses precisavam superar partidarismos e ambições egoístas para que fossem mais unidos (2.2-4). Esses problemas podem ser percebidos em 1.27, 4.2-3).

3. Para superar esses obstáculos, eles precisavam ter o mesmo sentimento (ou atitude, ou modo de agir) que Jesus teve. Isto leva ao reconhecimento de que Jesus é Soberano e de que todo o joelho se dobrará diante dele e toda língua confessará que Jesus Cristo é Senhor para a glória de Deus Pai. Paulo nos ensina que para uma vida de adoração plena, de alegria no Senhor, devemos estar identificados com o Cristo vivo (2.5). Essa identificação nos coloca na posição EM CRISTO ensinada pelo apóstolo em muitas passagens da sua carta. Nessa posição, somos adoradores.

4. Como isto acontece?

1) ESVAZIANDO-NOS DE NÓS MESMOS

1. Vs. 2.7 – Cristo se esvaziou (“abandonou tudo o que tinha” – BLH). Era Deus, tinha os atributos de Deus e abriu mão para se tornar em forma humana, assumindo a forma de servo (escravo). Em 2 Coríntios 8.9 lemos : “pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos”. É o Deus presente em nosso meio (Emmanuel), o Deus entre nós. De acordo com João 1.14: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”. Totalmente Deus, totalmente homem. Esta é a realidade da ENCARNAÇÃO, da identificação de Deus conosco.

2. Essa atitude é o contrário da que vimos em Adão. O desejo de ser como Deus (Gn. 3.5), que resultou em desobediência e em morte. O adorador identifica-se com Jesus a cada dia. Desejamos ser cheios do Espírito Santo e fluir em adoração (Ef. 5.18-20). Mas, antes de sermos cheios, precisamos estar vazios. Lei da física diz que dois corpos não ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo. A lei espiritual nos diz que ou estamos cheios do nosso eu, ou cheios do Espírito. Ou eu sou o senhor da minha vida, ou Cristo é o Senhor. Ou eu estou no trono ou Cristo é quem reina. Para que Paulo fosse pleno de Cristo, ele precisou morrer de acordo com as suas palavras em Gálatas 2.20: “Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim”.

3. Tenhamos a mesma atitude de João Batista de acordo com João 3.30: “Convém que ele cresça e que eu diminua”. Identificamo-nos com Jesus pela fé porque antes ele se identificou conosco. Ele traz o Pai até nós. Por isso, adoramos.

2) OBEDECENDO À VONTADE DE DEUS

1. Somos adoradores quando nos identificamos com Jesus na sua obediência. (2.8). Cristo se humilhou, tornando-se obediente, até a morte e morte de Cruz. Essa obediência não foi fácil. Jesus pediu para ser poupado, mas acima de tudo estava a determinação de fazer a vontade de Deus, conforme Lucas 22.42: Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua”. Esse mesmo propósito pode ser visto em João 4.34 “Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra”.

2. Cai por terra toda oração “eu reivindico”. O adorador se submete à vontade do Pai, ele se identifica com Jesus na obediência. Nos seus lábios sempre terá a expressão “Se Deus quiser”. O Rei dos reis se humilhou e obedeceu. O Rei veio para servir. O Rei tinha como instrumentos de trabalho uma bacia e uma toalha.

3. Identificados com Jesus, seremos testemunhas, pois as pessoas verão Cristo vivendo em nós, verão homens e mulheres obedientes à vontade de Deus. Adoramos por amor, constrangidos pelo amor de Cristo Esse amor se expressa numa obediência espontânea, consciente, não forçada. Essa obediência é preciosa aos olhos do Senhor como está escrito em 1 Sm. 15.22: “Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros”.

4. Jesus é digno de adoração porque obedeceu ao Pai 100% (Ap 5.12). Cheios do Espírito Santo, o Espírito de Cristo, temos a mesma atitude de obediência e somos aceitos na presença do Pai para adorá-lo.

3) MANTENDO A NOSSA POSIÇÃO EM CRISTO

1. Depois da sexta-feira da paixão, sempre vem domingo da páscoa pela manhã. Através da ressurreição Cristo venceu a morte e foi glorificado à direita de Deus Pai. Recebeu o nome acima de todo nome. Ao nome de Jesus se dobrará todo joelho e toda língua confessará que ele é Senhor. Paulo ensina em Efésios 1.20-21: “o qual (poder) exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir, não só no presente século, mas também no vindouro”.

2. Ao nos unirmos a Jesus pela fé, unimo-nos com ele em sua morte e morremos para o pecado (Rm 6.6); unimo-nos também com ele na sua ressurreição para andarmos em novidade de vida (Rm 6.4-5); finalmente, unimo-nos com o Senhor também na sua exaltação como está escrito: “e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus” (Ef 2.6). Somos adoradores quando mantemos essa posição em Cristo. Nessa posição, “somos mais que vencedores” (Rm 8.37), pois em Cristo estamos acima das hostes espirituais da maldade.

3. Essa é a importância da ressurreição e ascensão de Cristo. Somos vitoriosos quando mantemos nossa posição em Cristo. Ele prepara para nós a mesa na presença dos nossos adversários e eles não podem estragar a festa da adoração e do louvor (Sl 23.5). Nessa posição exercemos autoridade “sobre os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais” (Ef. 6.12). Enquanto adoramos e louvamos EM CRISTO, alcançamos a vitória nas regiões celestiais; essa vitória de concretiza na terra (Sl 8.2; Mt 21.15-16). Quando lutamos contra pessoas (sangue e carne) somos derrotados! O adorador identificado com Jesus, anda por fé, vence nas regiões celestiais, derrota o inimigo na terra, em nome de Jesus. Depois de vencer tudo, permanece inabalável (Ef 6.13).

CONCLUSÃO

Para ser adorador, preciso conhecer a Cristo, me identificar com ele e deixar que ele viva sua vida em mim. Em João 8 Jesus diz por três vezes que Ele é o “EU SOU”. Deixe Cristo ser em você tudo o que não pode ser. Então você terá uma vida de constante adoração e de vitória. Nessa adoração ressoará o tema central da carta aos filipenses que é a alegria (1.4; 2.18; 2.28;3.1; 4.1; 4.4; 4.10; 4.11). E o inimigo não pode estragar a festa.

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