Se o estrangeiro peregrinar na vossa terra, não o oprimireis. Como o natural será entre vós o estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-eis como a vós mesmos. Lev. 19:33.
Era domingo à noite, 29 de dezembro de 1946. A primeira edição do jornal Miami Herald havia acabado de ir para a impressão. Timothy Sullivan, redator, preparava-se para ir para casa e ter uma bem-merecida noite de descanso, quando seu telefone tocou e uma voz de mulher começou a implorar:
– Por favor, me ajude! Meu marido está tendo uma hemorragia e vai morrer!
O moribundo era Rudy Kovarik, do Estado de Michigan. Ele e sua esposa estavam de férias na Flórida, quando a úlcera do estômago dele começou a sangrar e ele foi levado às pressas para o Hospital Biscayne. Uma úlcera sangrando não é necessariamente uma ameaça à vida. A situação, no entanto, era crítica porque o tipo de sangue de Kovarik era raro, AB com RH negativo, e não estava sendo encontrado em toda a região. A menos que um doador com aquele tipo de sangue fosse localizado em pouco tempo, os médicos temiam que Kovarik não amanhecesse vivo.
O que poderia fazer um redator de jornal? Um homem estava morrendo. Sullivan teve uma idéia. Telefonou para a emissora de rádio WCBS, alguns quarteirões adiante, e pediu para falar com o locutor Walter Winchell, que devia ir ao ar dentro de minutos com o noticiário. Relutantemente, o telefonista permitiu que Sullivan falasse com Winchell. Dentro de poucos minutos, Winchell irradiou a notícia acerca de Kovarik, dando o nome do paciente e os números do telefone do hospital, do posto policial e do escritório do redator do Miami Herald.
Dentro de minutos, esses telefones ficaram congestionados com ligações vindas de todo o país, oferecendo doações de sangue. Um dos oferecimentos veio de um soldado que estava de licença, hospedado num hotel a uns dois quarteirões do hospital. Dentro de minutos, o sangue transportador de vida fluía para dentro das veias do debilitado paciente. A vida de Kovarik foi salva. Algumas semanas mais tarde, Sullivan obteve a recompensa quando o agora restabelecido Kovarik entrou em seu escritório para expressar-lhe gratidão, não mais como um estranho, mas como amigo.
Às vezes somos recompensados nesta vida por demonstrar bondade