Introdução:
1) Uma Aliança é um pronunciamento soberano de Deus através do qual ele estabelece um relacionamento de responsabilidade:
1. Entre ele mesmo e um indivíduo (Na Aliança com Adão, Gn 3.14-19);
2. Entre ele mesmo e a humanidade em geral (Aliança com Noé, Gn 8.20-9.27, cf. 9.11;
3. Entre ele mesmo e uma nação (Aliança com Israel, Êx 19-30, cf. 19.5-8;
4. Entre ele mesmo e uma família humana específica (Aliança com Davi, 2 Sm 7.5-19, cf. v. 16.
2) Uma Aliança pode sobrepor-se às outras, por exemplo, a Aliança com Davi, onde foi prometida uma contínua casa real com bênçãos no fim, não só a Davi, mas também a todo mundo no reino do descendente de Davi, Rei e Senhor, Jesus Cristo.
A Aliança pode ser:
1. Incondicional ou de declaração, Gn 9.11 “Eu estabeleço”;
2. Condicional ou recíproca, Êx 19.5 “se guardardes”
As Alianças
1) Aliança no Éden, Gn 1.26-30; 2.15-17. Condicionava a vida do homem em seu estado de inocência. Seus elementos eram:
1. Multiplicar a raça humana;
2. sujeitar a terra;
3. dominar os animais;
4. cuidar do jardim, alimentando-se dos seus frutos e ervas;
5. não comer um único fruto, o que dava o conhecimento do bem e do mal, com a penalidade da morte para a desobediência.
1) Aliança com Adão, Gn 3.14-19. Condicionava a vida do homem após a queda, dando-lhe a promessa de redenção cf. Rm 8.21. Seus elementos eram:
1. A serpente, instrumento de Satanás, é amaldiçoada, v.14; Rm 16.20; 2 Co 11.3,14; Ap 12.9. Advertência dos efeitos do pecado, o mais lindo torna-se o mais repugnante. Em Nm 21.5-9 o mais profundo mistério da cruz de Cristo está tipificado pela serpente de bronze, Cristo feito pecado por nós ao assumir o castigo que nós merecíamos. Jo 3.14-15; 2 Co 5.21.
2. A primeira promessa de um redentor, v.15. Aqui começa o caminho da semente: Abel, Sete, Noé (Gn 6.8-10), Sem (Gn 9.26-27), Abraão (Gn 12.1-4), Isaque (Gn 17.19-21), Jacó (Gn 28.10-14), Judá (Gn 49.10), Davi (2 Sm 7.5-17), Cristo (Is 7.10-14; Mt 1.1,20-23; Jo 12.31-33; 1 Jo 3.8).
3. A condição da mulher mudou (v.16) em 3 aspectos:
a) Dor na concepção;
b) dor no parto;
c) senhorio do marido. cp. Gn 1.26-27. A desordem do pecado faz necessário que haja um senhorio, no lar ele é concedido ao homem. Ef 5.22-25; 1 Co 11.7-9; 1 Tm 2.11-14.
4. O trabalho leve do Éden (Gn 2.15) mudou para trabalho cansativo (3.18-19), por causa da maldição lançada sobre a terra (3.17).
5. O inevitável sofrimento da vida. v.17.
6. A brevidade da vida e a certeza trágica da morte física de Adão e de todos os seus descendentes (v.19; Rm 5.12-21). É importante destacar também a morte espiritual. Gn 2.17; Ef 2.5.
2) Aliança com Noé, Gn 9.1-19. Reafirma as condições do homem caído conforme anunciadas na Aliança com Adão, e institui o princípio do governo humano para reprimir a expansão do pecado, uma vez que a ameaça do juízo divino em forma de outro dilúvio havia sido removida. Os elementos da Aliança são:
1) O homem torna-se responsável pela proteção da santidade da vida humana, através de um governo ordeiro sobre o homem individualmente, até a pena capital. v.5-6; Rm 13.1-7.
2) Nenhuma maldição adicional sobre a terra e, a garantia de nunca mais haver outro dilúvio universal. Gn 8.21; 9.11-16.
3) A ordem da natureza é confirmada. Gn 8.22; 9.2.
4) A carne dos animais é introduzida na dieta dos homens (Gn 9.3-4). Presume-se que o homem fosse vegetariano antes do dilúvio.
5) Uma maldição é pronunciada sobre Canaã, um dos filhos de Cão, e seus descendentes. Seriam servos dos seus irmãos. Gn 9.25-26.
6) Sem terá um relacionamento peculiar com Deus e dominará os seus irmãos (Gn 9.26-27). Toda a revelação divina é através dos homens semitas, e Cristo, segundo a carne, descende de Sem.
7) Jafé teria o favorecimento especial de Deus, v.27. De um modo generalizado os povos jafistas, europeus e asiáticos, tem sido o berço de governos, ciências e artes, de modo que a história é o registro incontestável da verdade destas declarações.
3. Aliança com Abraão, Gn 12.1-3; confirmada em Gn 13.14-17; 15.1-7,18-21; 17.1-8. Trata da fundação física e espiritual de Israel, impondo condições aos que quisessem pertencer ao Israel espiritual. Possui os seguintes elementos:
1) Abraão tornar-se-ia uma grande nação:
a) De modo natural, Gn 13.16, Jo 8.37;
b) de modo espiritual, em todos os homens regenerados. Jo 8.39; Rm 4.16-17; 9.7-8; Gl 3.6,7,29;
c) como pai de outras nações que por ele vieram a existir: Ismael (árabes), Gn 17.18-20; e os descendentes de Esaú (tribos nômades).
2) A benção de Deus estaria sobre ele e os seus descendentes:
a) Em sentido temporal ou material, Gn 13.14,15,17; 15.18; 24.34-35;
b) em sentido espiritual, na vida eterna conferida aos remidos, Gn 15.6; Jo 8.56; Gl 3.13-14; Rm 4.1-5.
3) A exaltação do próprio nome de Abraão, Gn 12.2. A importância do homem Abraão é indiscutível.
a) Através dele variadas bênçãos seriam dadas para muitos, Gl 3.13-14.
b) Uma benção especial estaria com aqueles que fossem bondosos para com Abraão. Por implicação, à nação de Israel; e, por extensão, o grupo dos regenerados (igreja de Cristo), que são filhos espirituais de Abraão. Gn 12.3
c) Uma maldição cairia sobre os que de igual modo amaldiçoassem a Abraão, nas mesmas implicações do ponto acima.
d) “Na tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra…” Gn 12.3. O filho de Abraão, Jesus Cristo seria o redentor da humanidade. Gl 3.16; Jo 56-58; At 2.5-11. O próprio crente seria transformado à imagem moral de Cristo e, ainda, participando da sua natureza divina. Rm 8.29; 2 Co 3.18; 2 Pe 1.4; Ef 1.23, 4.13.
4) A Aliança com Moisés, Êx 19-30. É apresentada para ensinar como se devia viver a vida, terminou por ser motivo de morte e condenação. É apresentada em duas partes:
1) Lei do dever. Os dez mandamentos.
2) Lei da misericórdia, sacerdócio e sacrifícios. Lv 4.27-31; Hb 9.1-7.
3) Foi dada aos filhos de Israel, Êx 19.3; e a todos os homens, Rm 2.12; 3.19.
4) Seu propósito era:
a) Negativo: condenar os homens, Rm 3.19-20; Gl 2.16-21.
b) Positivo: alertar sobre o pecado, Rm 3.19; 7.7-13.
4) A relação entre Cristo e a Aliança com Moisés:
a) Está debaixo desta Aliança, Gl 4.4; Mt 3.13.
b) Obedeceu-a, Jo 8.46; 15.10.
c) Suportou sua maldição pelos pecadores, Gl 3.10-13; 4.4-5; 2 Co 5.21.
d) Substituiu-a terminando com o sacerdócio e sacrifícios, Hb 9.11-15; 10.1-12.
e) A Nova Aliança providenciada para os crentes em Cristo, Rm 8.1; Gl 3.13-17.
5. A Aliança Deuteronômica, Dt 28-30. Prometeu a restauração de Israel no tempo devido. Apresenta as condições sob as quais Israel entrou na terra prometida. É importante notar que Israel ainda não havia tomado a terra sob a Aliança incondicional feita com Abraão (cp. Gn 15.18 c/ Nm 34.1-12). Possui sete elementos:
1) Dispersão por causa da desobediência, Dt 30.1; 28.63-68; cp. Gn 15.18.
2) futuro arrependimento de Israel quando estiver na dispersão, Dt 30.2.
3) A volta ao Senhor, Dt 30.3; Am 9.9-15; At 15.14-17.
4) A restauração da terra, Dt 30.5; Is 11.11-12; Jr 23.3-8; Ez 37.21-25.
5) A conversão de toda nação, Dt 30.6; Os 2.14-16; Rm 11.26-27.
6) julgamento dos opressores de Israel, Dt 30.7; Is 14.1-2; Jl 3.1-8; Mt 25.31-46.
7) A prosperidade nacional, Dt 30.9; Am 9.11-15.
6. A Aliança com Davi, 2 Sm 7.8-17. Estabeleceu a perpetuidade da família e do reino de Davi, cumprido em Cristo como Rei, Mt 1.1; Lc 1.31-33; Rm 1.3. Isso inclui o reino milenar,(Zc 12.8; At 15.14-17; 1 Co 15.24) que tipifica o reino eterno de Cristo. Suas previsões principais são as seguintes:
1) Garantia de posteridade à família de Davi, v.12,16.
2) Haveria um trono, isto é, autoridade real, v.16.
3) Haveria um reino, isto é, uma esfera de governo, v.16.
4) Esse governo e reino se estenderiam para sempre, v.16.
5) A obediência era exigida; e por causa da desobediência da descendência de Davi veio a punição divina e a linhagem real quase se perdeu para sempre, não fora a misericórdia de Deus, 2 Sm 7.15.
6) Salvação universal, dos judeus e dos gentios, pelo Rei, Rm 15.12.
7) O Rei legítimo foi coroado de espinhos e crucificado; mas ainda haverá de reinar, At 2.29-30. Essa Aliança foi renovada a Maria, Lc 1.26-38; pelo anjo Gabriel. É imutável, Sl 89.30-37. O Senhor Deus ainda entregará esse trono ao Salvador ressurreto, Lc 1.31-33, At 2.29-32; 15.14-17.
7. A Nova Aliança, Hb 8.6-13. Repousa sobre a obra sacrificial e sacerdotal de Cristo, tendo por objetivo garantir a benção eterna e a salvação para os homens. Apesar dos homens não poderem produzir nada que esta Aliança exige, por si mesmos, a verdade é que ela esta condicionada à fé e à entrega da alma nas mãos de Cristo. A Aliança com Moisés fazia exigências difíceis aos homens e não era capaz de dar-lhes força para viverem à altura destas exigências. Na Nova Aliança foi dada a lei do Espírito de Deus que opera no coração e aí as operações íntimas do Espírito dão garantia do cumprimento das condições exigidas. Seus elementos são:
1) Moralmente igual a Aliança com Moisés, porém, muito mais eficiente, Hb 7.19 cp. Rm 8.3-4.
2) Estabelecida sobre promessas melhores, isto é, incondicionais. Na aliança com Moisés existe o “se…”, Êx 19.5; na Nova Aliança, Deus diz “Eu farei…”, Hb 8.10,12.
3) Na Aliança com Moisés, a obediência brotava do temor, Êx 12.25-27; sob a Nova Aliança, a obediência brota de uma mente e um coração dispostos a isso, Hb 8.10.
4) A Nova Aliança garante a revelação pessoal do Senhor a cada crente, Hb 8.11.
5) A Nova Aliança assegura esquecimento completo dos pecados, Hb 8.12; 10.17 cp. 10.3.
6) A Nova Aliança repousa sobre uma redenção consumada, Mt 26.27-28; 1 Co 11.25; Hb 9.11-12,18-23.
7) A Nova Aliança garante a perpetuidade, conversão futura e benção de um Israel arrependido, com o qual a Nova Aliança ainda será ratificada, 10.9 cp. Jr 31.31-40.
A Relação de Cristo com as 8 Alianças
1. Na Aliança no Éden, Cristo, o “segundo homem” e o “último Adão” (1 Co 15.45-47), retoma todas as coisas que o primeiro Adão perdeu, Cl 2.10; Hb 2.7-9.
2. Na Aliança com Adão Ele é a semente da mulher (Gn 3.15; Jo 12.31; Gl 4.4; 1 Jo 3.8; Ap 20.10) e cumpre suas condições de trabalho penoso (Mc 6.3) e de obediência (Fp 2.8; Hb 5.8).
3. Na Aliança com Noé, Ele cumpre em si de maneira suprema as promessas feitas a Sem, Gn 9.10.
4. Na Aliança com Abraão Ele é a semente, o filho de Abraão obediente até à morte, Gn 22.18; Gl 3.16; Fp 2.8.
5. Ele viveu sem pecado na Aliança com Moisés e levou por nós a sua maldição, Gl 3.10-13.
6. Ele viveu obediente como um judeu na terra sob a Aliança Deuteronômica, e vai realizar suas graciosas promessas, Dt 28.1-30.9.
7. Ele é a semente, o herdeiro e o rei da Aliança com Davi, Mt 1.1; Lc 1.31-33.
8. O seu sacrifício é o fundamento da Nova Aliança, Mt 26.28; 1 Co 11.25.
Fonte: http://www.proveg.com.br/igrejabatista/ALIANCA,%20AS%20SETE%20GRANDES.htm
A Graça e a Paz de NSSJCristo. Sobre a Nova Aliança pelo sangue do Cordeiro Jesus, chamada de Aliança da Graça venho a expor da minha crença de que ela é NOVA, por ser constituída em um novo tempo. Quando acerto alguma coisa e tenho um pacto com alguem eu combino com ele algumas coisas e entre tratos e distratos de um certo período nós renovamos nossos contratos, aqui podemos chamar de bilaterais, onde dizemos que temos uma NOVA aliança. Na Bíblia ocorre situações parecidas em níveis completamente distintos porem relacionados. No caso de Deus com Adão até com a casa de Davi, que nos conduziu até José e Maria, temos tambem uma Aliança de Graça e Favor porque o homem sempre tem a oportunidade de obedecer ou resistir à economia da Graça. A oferta está posta e precisamos compreender é o privilégio e a oportunidade de sermos parte desta Aliança, que pra mim é de Graça e favorecimento em todo tempo. Se o homem não tem condição em si mesmo, em todo tempo e fase, de ser suficiente e eficiente pra buscar sua salvação, como podemos pensar em uma Aliança de OBRAS se somos incapazes de cumpri – la. Sempre fomos incapazes. Somos competentes pra nos disponibilizarmos à Deus aceitando sua oferta, mas somos dependentes da Graça (presença de Deus em Nós) eficaz pra completar a perfeição da Obra de Deus em nós. Ou alguem um dia seria capaz e eficiente sem Deus?.