Ninguém jamais terá ouvido aquele som ecoar pelos vales daquele paraíso impecável, mas todos reagirão conscientemente. Esse som de trombeta será para alguns a ordem de recolhida nas nuvens, mas, para outros, um lamento aterrador, que os fará ajoelhar-se e implorar por misericórdia como alguém que se esconde em meio às rochas (Romanos 14:11; Apocalipse 6:16). Que som é esse? Será a última trombeta de Deus, soada no fim desta era para dar início à era vindoura S seguida do próprio juízo de Deus (1 Coríntios 15:52; 1 Tessalonicenses 4:16).
Não será só pelo som que o Senhor se evidenciará no grande notável dia. O Senhor virá nas nuvens com seus poderosos anjos para trazer um terrível castigo aos que não se submeteram ao seu domínio (2 Tessalonicenses 1:7-8; Atos 1:9-11). Na verdade, será um dia terrível do Senhor (veja Joel 2:31) S mas também um dia majestoso. O paradoxo surge do fato de que será um dia de julgamento, não apenas para o perverso, mas para os justos que estão no seio de Abraão (Lucas 16:22).
Há Esperança
Joel mostrou que na vinda do Senhor há esperança (Joel 2:32). Há uma libertação para todos os que invocam o seu nome. Essa mesma mensagem foi pregada por Paulo (Romanos 10:13) e proclamada por Pedro no Pentecostes (Atos 2:38). Na verdade, o julgamento diz respeito ao perdão, à remissão de pecados. Como Deus disse: “Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor” (Apocalipse 14:13), pois seus pecados são verdadeiramente “cobertos” (Romanos 4:7). Cobertos no sentido de terem sido perdoados; apagados do registro do Senhor.
Embora seja verdade que deveremos comparecer diante do trono de julgamento de Cristo para responder pelos atos que fizemos no corpo (2 Coríntios 5:10), isso de forma alguma significa que devemos ficar com os medrosos e os incrédulos (Apocalipse 21:8). Pelo contrário, o santo fiel apresenta-se ao Cordeiro de Deus com confiança porque já foi perdoado. O pecado dele, não o nome dele, foi apagado (Isaías 44:22; Atos 4:19). É como se o pecado jamais tivesse ocorrido. O pecado é apagado para sempre por Deus e jamais será reinserido nos registros. Deus fez um julgamento para saldar a dívida, e não há outro juiz que possa fazê-la ser novamente registrada.
Paulo trata dessa confiança em 2 Timóteo 1:12, ao declarar que é só Deus que é capaz de guardar aquilo que lhe confiou até aquele dia. O santo fiel está sempre em contato com o sangue purificador de Cristo, para que possa levar uma vida sem medo (1 João 1:7). Está sempre debaixo do julgamento de Deus, que o declara justo S uma justiça que surge do perdão, não da realização humana.
O Seio de Abraão
Lucas 16 apresenta um quadro muito singular, onde mostra que os justos que morrem são levados por anjos para o seio de Abraão. É interessante, uma vez que a cena precede o julgamento, mas mostra com clareza que já aconteceu uma separação. Por um lado, o rico em tormento clama a Abraão sem sucesso. O outro homem, Lázaro, é recebido em conforto e em descanso. Fica mais interessante quando se leva em conta que o descanso (exoneração do trabalho) dos justos deve seguir o julgamento (2 Tessalonicenses 1:7-8). Para ser claro, vamos dizer o “juízo final”.
Na verdade, entretanto, a cena não deve ser considerada estranha. O perdão constantemente disponível ao justo constitui uma forma de julgamento S a justiça de Deus sendo conferida sem favor aos que andam na luz. A graça de Deus apareceu trazendo a salvação, mas ensinando-nos a desejar ansiosamente a salvação imperdível que acontecerá no julgamento final (Tito 2:11-14).
Os justos que morreram não têm desvantagens com respeito aos vivos. Na verdade, temos certeza que os vivos não “precederão” os mortos quando a igreja subir para o Senhor da Glória (1 Tessalonicenses 4:15-17). Assim, quer mortos, quer vivos; quer desfrutando do julgamento de perdão na vida, quem tendo consciência dele na morte, todos seremos capazes de subir até Deus em triunfo. Naquele dia, ouviremos o Senhor declarar que devemos reunir-nos à sua direita (Mateus 25:33-34), onde ouviremos a mais gloriosa das declarações: “Entra no gozo do teu senhor” (Mateus 25:21).
Ao fim
As pessoas geralmente pensam que o juízo de Deus é algo terrível, mas não o é. É tanto uma declaração de perdão quanto de condenação. Só ficam apavorados os que não estão em Cristo, os que não aproveitaram a purificação de seu sangue. Os que o amam não têm nenhum medo (1 João 4:18).
Se você está aproximando-se do juízo final com medo, é necessário pensar no autor da salvação, para que possa chegar no julgamento como aqueles que ouvirão: “Muito bem, servo bom e fiel”. Então, quando você ouvir aquele som singular que jamais ouviu, alegremente se levantará para encontrar-se com o Senhor. Você não pensará no julgamento como um momento de medo, mas de regozijo; regozijo com a perspectiva de experimentar ainda outro “primeiro” S aquele primeiro exame do lar preparado para os salvos pelo próprio Filho de Deus (João 14:1-3). Ah, como será maravilhoso lá S no cenário do próprio julgamento!
fonte: http://www.estudosdabiblia.net/a13_26.htm