Em busca do crescimento estamos caminhando no estudo da oração que Jesus nos ensinou, a oração do Pai Nosso. Vimos até aqui que Jesus nos ensina a termos intimidade com o Pai (Pai nosso), que nossa oração deve glorificar o Pai (santificado), que o Pai sabe do que precisamos (o pão nosso de cada dia). Hoje veremos o quinto pedido, o único que merece um comentário adicional. Falaremos sobre o perdão.
O perdão é para a alma assim como o pão é para o corpo. Nós não temos a opção de não perdoar, perdoar é necessário:
1) Porque fomos perdoados
Éramos devedores (Romanos 3.23: “Todos pecaram e carecem da glória de Deus”), uma dívida impagável, o preço, era preço de sangue (Hebreus 9.22: “…sem derramamento de sangue não há remissão de pecado”). Esta dívida nos afastava do Pai, o Pai nosso (Isaías 59.2), vivíamos em trevas.
Não há como falar do perdão sem iniciarmos trazendo a nossa memória a maior e mais bela notícia já proclamada em todas as épocas: Fomos perdoados. Colossenses 2.13-14: “E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz”.
Esta é a manifestação da graça de Deus ao mundo. Deus perdoou todos os nossos pecados em Cristo Jesus. 2 Coríntios 5.19: “a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação”.
Mas o que isto tem a ver com o fato de eu ter que perdoar? Jesus nos contou uma história em Mateus 18. 23 a 35. A história ou parábola do credor incompassivo. No vs. 32 “… perdoei-lhe aquela dívida toda porque me suplicaste; não devias tu igualmente compadecer-te de teu conservo, como também me compadeci de ti?” Jesus estabelece a relação entre o perdão: da mesma forma que fomos perdoados devemos perdoar também.
2-Para termos relacionamentos saudáveis
Deus nos perdoou para que tivéssemos novo relacionamento com ele. Agora ele institui o perdão como o meio através do qual podemos ter relacionamentos saudáveis uns com os outros. Colossenses 3.13: “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós”.
Não é uma opção, mas um mandamento. Não é um sentimento, mas uma atitude. Muitos estão esperando sentir vontade de perdoar, isto não acontecerá porque nossa natureza é pecadora. Precisamos tomar a decisão de perdoar, e receber de Deus a capacitação para isto e nossos sentimentos serão mudados.
Muitas pessoas estão presas na amargura ou falta de perdão. Hebreus 12. 14-15: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados”
Alguém que te fez algo ou falou algo. Alguém que não fez o que você achava que deveria ter sido feito. Talvez alguém tenha lhe agredido, ou alguém que você ama. Pais e filhos, maridos e esposas, irmãos e irmãs, parentes próximos, amigos na escola, no trabalho ou ainda irmãos da igreja.
Pode ser que não seja uma grande falta, mas há no seu coração um descontentamento por esta ou aquela pessoa. Pequenas coisas, mas que deixaram uma marca.
Para termos relacionamentos saudáveis, precisamos tomar uma decisão hoje e iniciar um processo de restauração, pedindo e liberando perdão.
3-Para desobstruir o canal da graça
Para que nossa oração seja eficaz, para que nosso canal de comunicação com Deus esteja desobstruído precisamos obedecer ao ensino do perdão.
Não perdoar é como tomar um copo de veneno e esperar a outra pessoa morrer. Em contrapartida, perdoar é nos liberar e liberar o ofensor para que Deus possa agir em sua vida com graça. João 20.23: “Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos”.
Nossa vida de oração está diretamente ligada à prática do perdão Marcos 11. 25-26: “E, quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas. Mas, se não perdoardes, também vosso Pai celestial não vos perdoará as vossas ofensas”.
Até mesmo nossa oferta, como expressão de adoração está condicionada ao perdão Mateus 5.23-24: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta”.
Muitas vezes estamos presos pela falta de perdão e não entendemos porque as coisas não acontecem em nossas vidas. O perdão é necessário para o meio da graça, que é a oração, seja liberado e eficaz em nossas vidas.
Conclusão
Vimos que o perdão é necessário. Primeiro porque fomos perdoados e não temos o direito de reter esse presente. Segundo para que nossos relacionamentos sejam sarados e finalmente para que tenhamos liberados todo meio da graça em nossas vidas.
Vamos ter um momento de oração por capacitação do Espírito Santo para que haja quebrantamento e livre prática do perdão.
Pastor Marcio Cirilo
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