A manifestação da graça na restauração

A graça se manifestou na encarnação (Tito 2.11), na primeira vinda, quando Jesus se esvaziou, assumindo a forma humana e sendo obediente como servo até à morte de cruz para a nossa salvação.
Essa salvação pela graça mediante a fé é perfeita e completa. Quando cremos, fomos salvos da culpa do pecado na conversão (Tito 2.11); no presente, estamos sendo salvos do poder do pecado na santificação (Tito 2.12); mas seremos salvos da presença do pecado quando o Senhor se manifestar em glória (Tito 2.13).
Em Cristo já desfrutamos, no presente, tempos de refrigério, enquanto aguardamos a sua volta (Atos 3.19-20). “É necessário que ele permaneça no céu até que chegue o tempo em que Deus restaurará todas as coisas” (Atos 3.21). Quando o tempo da restauração chegar, ouviremos a voz que procede do trono: “Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras” (Apocalipse 21.5).
Todas as coisas serão feitas novas em relação à qualidade, não ao tempo (Apocalipse 21.1-4). Será consumação de todas as coisas (Apocalipse 21.6).
Que coisas serão essas?

Leia ainda Apocalipse 21.1-8

NOVA VIDA

Quando cremos, recebemos a vida eterna (João 5.24; 1 João 5.11-12).
O selo do Espírito Santo é a garantia e as primícias dessa salvação (Efésios 1.13-14). Temos certeza e segurança (1 João 5.13).
Na restauração, teremos a experiência da salvação em sua plenitude. Como será? João escreveu: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é (1 João 3.2). O nosso Catecismo resume este ensino: “Os justos serão recebidos no céu, onde serão plenamente e para sempre libertados de todo o pecado e miséria, cheios de gozos inefáveis, feitos perfeitamente santos e felizes, no corpo e na alma” (R, 90).
Somos salvos em esperança. Estamos sujeitos ainda às conseqüências do pecado. Na restauração, essas coisas ficaram no passado (Apocalipse 21.3-4; 7.13-17). Essa esperança nos dá forças para superarmos “os sofrimentos do tempo presente” (Romanos 8.18; 2 Coríntios 4.16-18).

NOVO CORPO

A salvação em Cristo alcança o nosso espírito, a nossa alma e o nosso corpo (1 Tessalonissenses 5.23). A nova vida em Cristo tem expressão NA ALMA: (1) nossos sentimentos (tende em vós os mesmos sentimentos que Cristo teve); (2) na nossa mente (temos a mente de Cristo); (3) na nossa vontade (experimentamos a vontade de Deus – Romanos 12.2). E NO NOSSO CORPO: (1) instrumento de justiça (Romanos 6.12-13); (2) templo do Espírito Santo (1 Coríntios 6.20).
No presente, nossos corpos estão sujeitos à corrupção. É o corpo da humilhação (Filipenses 3.21). Na volta do Senhor em glória, haverá radical mudança. Os que morreram em Cristo serão ressuscitados imortais e os que estiverem vivos serão transformados (1 Coríntios 15.51-57).
Paulo ensina ainda: “Nós somos cidadãos do céu e estamos esperando ansiosamente o nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que virá de lá. Ele transformará o nosso corpo fraco e mortal e fará com que fique igual ao seu próprio corpo glorioso, usando para isto o mesmo poder que ele tem para dominar todas as coisas” (Filipenses 3.20-21).
A salvação completa envolve o espírito e o corpo, pois “corpo sem alma é cadáver e espírito sem corpo é fantasma”.

NOVO LAR, NOVO HABITAT

A vida humana, no propósito divino, começa no paraíso (Gênesis); na consumação, o paraíso é restaurado. O céu é o nosso lar, a nossa casa (João 14.1-3). Nele, há plenitude de alegria (Salmo 16.9-11).
A criação toda será salva. A Bíblia ensina que “a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Romanos 8.19-23). Como crentes, “esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça” (2 Pedro 3.13). Este será o nosso ambiente natural.
A celebração do lar celestial não é fuga dos problemas do presente, mas fortalecimento interior para as lutas e as vitórias. Os crentes enquanto fazem trabalho braçal sob o sol inclemente, feridos por espinhos entre as pedras, cantam: Junto ao trono de Deus preparado/ Há cristão um lugar para ti/ Há perfumes, há gozo exaltado/ Há delícias profusas ali. Sim, ali/ De seus anjos fiéis rodeados/ Numa esfera de glória e de luz/ junto a Deus nos espera, Jesus.

CONCLUSÃO

Aguardemos, com alegria, a manifestação final da maravilhosa graça, quando entraremos na plenitude da salvação. “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Coríntios 2.9).

Mathias Quintela de Souza

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