Salmo 73

A. Duas premissas básicas:

1 Com efeito, Deus é bom para com Israel, para com os de coração limpo.

Primeira proposição: DEUS É BOM.

Não podemos nunca esquecer esta premissa. Deus é justo. Ele não erra. Mesmo que não entendamos nada. Mesmo que estejamos perplexos. (Israel = Seu povo, os de coração limpo – o verdadeiro Israel)

2 Quanto a mim, porém quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem os meus passos.

Segunda proposição: NÓS SOMOS FRACOS. O contraste com a firmeza de Deus.

B. A Inveja, perante a prosperidade do Ímpio.

3 Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos.

Nossas inquietações para com as coisas ao nosso redor (3-12). Visão fixada no presente, temporal, limitada. Não possuímos a perspectiva de DEUS. Não podemos enxergar a razão de sua longanimidade. Muitas vezes ela está inserida nos “propósitos insondáveis de DEUS.”

4 Para eles não há preocupações; o seu corpo é sadio e nédio.

5 Não partilham das canseiras dos mortais, nem são afligidos como os outros homens.

6 Daí a soberba os cinge como um colar e a violência que os envolve como um manto.

7 Os olhos saltam-lhes da gordura; do coração brotam-lhe fantasias.

8 Motejam e falam maliciosamente; da opressão falam com altivez.

9 Contra os céus desandam a boca, e a sua língua percorre a terra.

C. A influência e arrogância do ímpio, em sua falsa segurança.

10 Por isso o seu povo se volta para eles e os têm por fonte de que bebe a largos sorvos.

O Povo de Deus se volta para os prósperos nesta vida e olham para eles como fonte de suprimento de todas as necessidades e orientação.

11 E diz: Como sabe Deus? Acaso há conhecimento no Altíssimo?

D. A murmuração e questionamento interno do salmista.

12 Eis que são estes os ímpios; e sempre tranqüilos, aumentam suas riquezas.

Murmuração interna. Possui pensamentos indignos,com relação a justiça de Deus. Descarta as diretrizes bíblicas, com relação à pureza de vida (v. 13 – questiona a santidade!), em função das aflições temporais (v. 14)

13 Com efeito, inutilmente conservei puro o coração e lavei as mãos na inocência.

14 Pois de contínuo sou afligido, e cada manhã castigado.

E. Momento de reflexão interna, do Salmista.

15 Se eu pensara em falar tais palavras, já aí teria traído a geração de teus filhos.

Pausa para reflexão. A sabedoria de ASAF. Cala quando devia calar. Pesou a importância de suas palavras para a congregação, mesmo não conseguindo compreender (v. 16).

16 Em só refletir para compreender isso, achei mui pesada tarefa para mim.

F. A aproximação de Deus, no meio da perplexidade.

17 até que entrei no santuário de Deus e atinei com o fim deles.

Como conseguiu aceitar os desígnios de DEUS? Aproximando-se MAIS de DEUS. Procurando MAIS a Deus. Entrando em seu santuário.

G. O discernimento do fim do ímpio.

18 Tu certamente os pões em lugares escorregadios e os fazes cair na destruição.

19 Como ficam de súbito assolados! Totalmente aniquilados de terror.

20 Como ao sonho, quando se acorda, assim, ó Senhor, ao despertares, desprezarás a imagem deles.

H. Vergonha do salmista, pelos seus questionamentos.

21 Quando o meu coração se me amargou e as entranhas se me comoveram,

22 eu estava embrutecido e ignorante; era como um irracional à tua presença.

I. A segurança do Salmista na providência de Deus e as suas obrigações para com Ele.

23 Todavia estou sempre contigo; tu me seguras pela minha mão direita.

A segurança eterna do crente, retratada nesses dois versos (23 e 24).

24 Tu me guias com o teu conselho, e depois me recebes na glória.

25 Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra.

26 Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre.

27 Os que se afastam de ti, eis que perecem; tu destrois todos os que são infieis para contigo.

28 Quanto a mim é bom estar junto a Deus; no SENHOR Deus ponho o meu refúgio, para proclamar todos os seus feitos.

O resultado final da aproximação com DEUS, mesmo perante nossa perplexidade e falta de entendimento, mesmo perante o nosso sofrimento e nossas tribulações, é a proclamação não de nossas angústias, mas dos feitos de DEUS.

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