O amor que se compromete

Encerramos hoje a série de reflexões sobre uma vida em aliança ou, em outras palavras, uma vida de amor.
Vida em aliança é baseada nos pactos que fazemos quando da participação em células. Foram eles: amor incondicional (amor incondicional); amor exigente (honestidade); amor terapêutico (transparência); amor que intercede (oração); amor que se importa (sensibilidade e disponibilidade); amor que protege (confiabilidade); amor que se compromete (assiduidade e prestação de contas).
A sociedade que não quer compromisso. Não me comprometa! Pessoas não querem se casar. Políticos sem compromisso com os que os elegeram. Até os jogadores de futebol não amam a camisa que vestem, inclusive os da seleção brasileira. Isto é o inverso do que prega o evangelho. É o oposto, contramão.
Vivemos a contracultura do evangelho.
O texto acima nos indica uma forma de vida em comunidade de verdadeiro interesse e comprometimento um com o outro.
Neste assunto, corremos o risco de sermos muito teóricos e pouco práticos.
A natureza dependente do ser humano (ex.: bebê)
Deus quer o comprometimento com o seu povo. Somos dependentes uns dos outros. Precisamos de cuidado! E isto precisa ser um com o outro.
Fomos projetados para sermos uma comunidade, para vivermos em comunidade. A Trindade é uma comunidade. Jesus diz em João 14.23: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada”.
Somos cristãos e o cristianismo não é uma religião, são relacionamentos.
A pergunta que surge é: quando verdadeiramente estamos vivendo esse amor que se compromete?

1 – QUANDO TEMOS CONSIDERAÇÃO UNS PELOS OUTROS

V 24 “Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras”.
A expressão do texto traduzida por “consideremos” ou “pensemos” implica em uma intencional atenção, foco e concentração no outro.
Considerar = concentração no outro.
Estimular = incitar, provocar o outro intencionalmente ao amor e boas obras
Tradução livre “Concentre-se no outro para atrevidamente provocá-lo ao amor e às boas obras.”
Comece a pensar em como pode ajudar alguém e verá como seu amor aumentará.
O alvo proposto é nos incentivarmos e estimularmos ao amor e às boas obras. Servos do Senhor sempre agiram em elevada consideração aos outros.
Alguns exemplos na Bíblia:
Jesus intercedia (João 17) para que seus discípulos e sua igreja cumprissem a missão.
Paulo sofria dores de parto até que Cristo fosse formado em seus discípulos. Em Gálatas 4.19 diz: “meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós”.
Pedro encorajava para que fossem fortes na caminhada. Em 1 Pedro 5.12 diz: “Por meio de Silvano, que para vós outros é fiel irmão, como também o considero, vos escrevo resumidamente, exortando e testificando, de novo, que esta é a genuína graça de Deus; nela estai firmes”.
João se alegrava em receber notícias de seus filhos na fé e percebia o amor sendo vivenciado um pelo outro. É o que diz em 3João 4: “Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade”.
Hoje somos desafiados a desenvolver nossa afeição, respeito e estima pelo outro.
Alguns exemplos nos dias de hoje:
Desafiando discípulos ao discipulado.
Hospedando irmãos em viagem.
Vivemos o amor que se compromete:
Quando temos considerações uns pelos outros.

2 – QUANDO NOS REUNIMOS COM OS OUTROS

V 25a. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns.
A orientação do autor é expressa, pois alguns estavam faltando muito nas reuniões.
A presença é uma condição fundamental para qualquer relacionamento e os relacionamentos são os meios que Deus se utiliza para o desenvolvimento de nossa espiritualidade.
Mais que isso, Deus sempre se manifestou de maneira especial nas reuniões do seu povo.
Alguns exemplos na Bíblia:
Em alguns relatos do livro de Atos aprendemos que, quando nos reunimos têm unção (2.1-2), oração fervorosa (4.23-31), ensino e operação de maravilhas (20.6-12), libertação (16.16-18), e muito mais.
Afinal, quando nos reunimos Cristo mesmo está em nosso meio: (Mateus 18.20) “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mateus 18.20), e o Espírito Santo distribui seus dons: “Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para edificação” (1 Coríntios 14.26).
Seja assíduo e estimule outros a não perder as reuniões das células e os cultos dominicais.
Alguns exemplos nos dias de hoje:
Às vezes estamos tão desanimados que não queremos vir a igreja. Arrumamos muitas desculpas.
Vivemos o amor que se compromete…
Quando temos considerações uns pelos outros.
Quando nos reunimos com os outros.

3-QUANDO PRESTAMOS CONTAS UNS AOS OUTROS

V 25b” … antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima”.
Ao estarmos ligados em pensamento e em comunhão, nos será natural avisarmos e sermos avisados das incorreções do modo de pensar e agir um do outro.
Nos submeter aos irmãos em Cristo para sermos confrontados, corrigidos e aconselhados no que for preciso para uma vida cristã madura e frutífera.
A prestação de contas nos protege!
Deve ser feita até o Dia do Senhor.
Alguns exemplos na Bíblia: Quando prestamos contas uns aos outros:
trazemos a palavra de Deus (1 Coríntios 14.3), “Mas o que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando”,
consolamos (1 Tessalonicenses 4.18) “Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras …”
exortamos (1 Tessalonicenses 5.11) “Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo”.
encorajamos (Hebreus 3.13) “pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado”,
vivemos a verdade em amor (Efésios 4.13 “até que todos cheguemos á unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo”.
Alguns exemplos nos dias de hoje:
No ambiente da família acontece naturalmente prestação de contas entre o casal e com os filhos.
No ambiente da célula: No caso de precisar faltar é necessário que o líder seja avisado.
No ambiente do discipulado: Abrimos o coração um com o outro para saber como está a vida com Deus.
Mesmo exigindo muita maturidade espiritual, a prestação de contas sempre trará grandes benefícios aos envolvidos.
Vamos nos submeter aos irmãos em Cristo para sermos confrontados, corrigidos e aconselhados no que for preciso para uma vida cristã madura e frutífera.

Conclusão:

Em meio a uma geração que não quer se comprometer com nada e com ninguém, vamos viver o amor que Jesus viveu e ensinou.
O amor de Cristo foi e é altamente comprometido com todos nós.
Vamos agradecê-lo e seguir seus passos.
Comprometer-se não é fácil, mas faz parte do projeto de Deus para nós.
Vamos viver o amor que se compromete considerando o outro, nos reunindo regularmente e prestando conta um ao outro.

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