I. INTRODUÇÃO
II. O HÁBITO FAZ O MONGE
Na obra de C. S.Lewis Cartas do Inferno, Screwtape Lettes [o diabo] reprova o aprendiz de demônio Wormwood (Cupim) [seu sobrinho], por permitir que seu “paciente”se tornasse cristão. Apesar disso, ele diz: “Não há necessidade de se desesperar; centenas desses adultos convertidos foram reclamados depois de um passeio pelo campo do inimigo e agora estão conosco. Todos os hábitos do paciente, tanto mentais como físicos, ainda estão do nosso lado”.
Um hábito é uma tendência estabelecida ou uma maneira usual de comportamento adquirido pela repetição constante ao longo do tempo, de modo que se tornou quase que involuntário.
“Plante um pensamento e você colherá uma ação;
Plante uma ação e colherá um hábito;
Plante um hábito e colherá um caráter;
Plante um caráter e colherá um destino”. – Samuel Smiles, início do século XX..
III. CRIE SEU HÁBITO DEVOCIONAL
Na bíblia hebraica aparece uma palavrinha que encerra um grande principio espiritual. É a palavra SELAH, usada nos Salmos para o intervalo que se dava para meditação entre uma verdade revelada e outra.
Os monges DA Idade Media cultivavam um hábito de ter um statio, que significava simplesmente fazer uma pausa para meditar entre uma tarefa e outra.
Melhor ainda é o exemplo de Jesus de Nazaré. Ele mais do que nunca sabia distribuir de forma equilibrada as coisas que fazia e introduzir “selahs” durante um dia de trabalho.
Escolha o melhor local para seu hábito devocional.
Separe o horário para seu hábito devocional.
Seu tempo devocional deve seguir o fluxo natural da vida.
Faça uma pauta para cada dia.
Esteja pronto para alterar sua agenda se for necessário.
IV. DICAS PARA O SUCESSO.
Comece com o que é mais motivador para você.
Siga os procedimentos na mesma ordem todos os dias.
Não permita que nada substitua a oração e a leitura da Palavra de Deus.
Jamais pule ou diminua o tempo de oração. Use pelo menos 50% do tempo para cada um dos dois grandes Absolutos: A oração e a Palavra de Deus.
Crie seu próprio esboço. Ex: Leitura bíblica, oração, louvor, anotações, leitura de um livro.
Se falhar, esteja pronto para reiniciar.
V. DISCIPLINAS ESPIRITUAIS
1. MEDITAÇÃO NAS ESCRITURAS – I Tm 3:16,17.
1. A Bíblia é o agente de transformação básico.
2. Transforme-se pela renovação da mente (Rm 12:1,2).
Aquilo que penso determina o que faço e meus pensamentos determinam meu comportamento.
3. Nossa mente não é transformada de imediato, mas aos poucos, à medida que compreendemos mais e mais a verdade e cremos nela.
“A Bíblia não nos foi dada para nossa informação, mas para nossa transformação” –D. Moody.
4. Renove sua mente lendo a Bíblia toda ou lendo o Novo Testamento anualmente.
5. Leia longos textos e passagens cuidadosamente selecionadas.
6. Selecione pequenas passagens que se concentrem em áreas específicas que precisam ser transformadas para que você agrade totalmente a Deus.
7. Peça a Deus que Ele revele a você o que está errado, qual mentira que precisa ser descartada e qual verdade deverá substituí-la.
8. Não só memorize as Escrituras, mas experimente real transformação de Deus.
9. Renove sua mente transformando textos bíblicos em oração.
2. ESTUDO
“Místicos sem estudo das Escrituras são apenas românticos espirituais que desejam relacionamento sem esforço”- Calvin Miller.
Ex: Jesus – Lc 4:17; 24:27.
Paulo – Suas defesas diante das autoridades – Teses sistemáticas bem elaboradas, fruto de muito estudo das Escrituras e da cultura em redor.
Felipe – At 8:34-35.
João Wesley – Tinha uma agenda apertada:
Segundas e terças-feiras: estudo de grego, História Romana e Literatura.
Quartas: Estudo de Lógica e Ética.
Quintas: Hebraico e Árabe.
Sextas: Meta-física e Filosofia Natural.
Sábados: Composição de Oratória e Poesia.
Domingos: Estudo de Divindade (Teologia).
Afora tudo isso, estudava francês, e se aperfeiçoava em matemática e ainda conduzia experiências em Ótica.
Fez em média três sermões por dia, e durante 54 anos, 44.000 mensagens.
Em sua vida toda viajou no lombo de cavalos 320.000 km, sendo 8.000 por ano.
Publicou i comentário de 4 volumes sobre a Bíblia, 1 dicionário de Inglês, 5 volumes de Filosofia, 4 volumes sobre História da Igreja, escreveu livros de Gramática Inglesa, Hebraica Grega e Francesa, 3 volumes de Medicina, 6 de Música Clássica e 1 jornal que totalizou 50 periódicos no fim da vida.
Esse homem estudioso foi o responsável pela salvação da Inglaterra através de um poderoso avivamento.
Billy Granhan: Duas poderosas ferramentas: A Bíblia e o jornal.
3. O DIÁRIO DE ORAÇÃO.
Se a oração é a ferramenta básica para a renovação da mente, a oração é a ferramenta fundamental para a renovação do relacionamento com o Senhor.
A oração é a linguagem da comunhão e abre a porta da intimidade entre o humano e o divino. Jo 16:23b,24.
A oração nos faz entrar na dimensão do milagre, pois “orar é invadir o impossível”.- Jack Hayford.
Escreva:
1. Suas orações diante de Deus.
2. Pensamentos resultantes da meditação na leitura das Escrituras.
3. Confissões de pecados.
Frustrações e temores
Sonhos e visões
4. SOLITUDE
Não se trata apenas de descanso ou refrigério na natureza (isso seria lazer) embora isso contribua para nosso bem-estar espiritual.
Solitude é escolher estar sozinho e experimentar o isolamento voluntário de outros seres humanos.
Solitude é # do recolhimento monástico.
Exs: Os ratos e a anfetamina.
Jesus buscava lugares tranqüilos como o deserto da Judéia, montes, jardins, beira-mar para conversar com o Pai.
Paulo precisou de se recolher no deserto da Arábia para estudar as Escrituras.
João Batista também se retirava para o deserto – Lc3:1,2.
5. DESCANSO E LAZER
1. Tire tempo para você mesmo.
2. Evite o trabalho vicioso e compulsivo.
3. Jesus não estava disponível todas as horas do dia – Mc6:45.
4. Separe tempo para atividades recreativas ou passatempos.
“Nós, cristãos evangélicos, temos uma boa doutrina da redenção, porém uma doutrina inadequada da criação” – John Stott.
5. Agende tempo qualitativo com a família e amigos. – IICo7:5,6)
6. JEJUM
– Abstenção voluntária de alimentos ou líquidos, total ou parcial.
– Nos ensina a termos uma dependência tal de Deus que encontramos no Senhor a nossa fonte de sustento além do alimento (Mt4:4; Lc12:33) e que temos uma comida para comer que o mundo não conhece (Jo 4:32,34) pois a vida é muito mais que alimento (Lc12:33).
-Quando jejuarmos, não devemos aparentar preocupação ou tristeza ou semblante decaído ( Mt6:16), ao contrário, devemos demonstrar alegria e aparência de bem-estar (17,18).
Também não devemos jejuar por outro motivo que não seja a glória de Deus e a edificação do corpo de Cristo ( Is58:3-5).
– Nosso ventre não é nosso deus (Fl3:3:19; Rm16:18) mas sim, um alegre servo de Cristo e do próximo (ICo6:13).
– Quando jejuamos, temos um senso claro das verdades divinas e maior compreensão das Escrituras.
– Quando jejuarmos, orarmos ou fizermos qualquer coisa, devemos sempre cultivar a disciplina da DISCRIÇÃO e o do SEGREDO, ou seja, nos abstermos também de fazer conhecidas as nossas boas obras e qualidades, evitando, por outro lado, envidar todos os esforços para evitar nossa promoção pessoal. ( Mt6:2-4,6-8; Fl2:3).
Ex: George Miller em Bristol, Inglaterra, vários orfanatos e experiências sobrenaturais de tremendas respostas de Deus, sem falar nada para alguém.
7. SIMPLICIDADE
Ausência de qualquer tipo de ostentação na vida.
Devemos voluntariamente nos abster de usar o dinheiro ou os bens materiais à nossa disposição de modo à meramente gratificar nossos desejos e apetites por status, glamour ou luxo.
Significa permanecer dentro dos limites daquilo que o bom senso dita como suficiente ao tipo de vida para a qual Deus nos direciona.
Exs: Paulo – A arte de viver bem em toda e qualquer circunstância – Fl4;12.
Pr. Caio Fabio – mestre no exemplo de frugalidade de vida.
Alexandre, o Grande e o ermitão Diógenes.
Alexandre, O Grande, foi visitar o sábio Diógenes em sua caverna no alto de um penhasco. Diógenes estava deitado em uma esteira velha de palha, despido, cabelos desgrenhados, corpo esquelético no alto dos seus setenta anos, tomando o sol do final da tarde. Seu cão de estimação lambia-lhe as feridas. Alexandre sobe com seu séqüito e anuncia sua imponente chegada: ”Salve, Diógenes! Quem está na tua frente é Alexandre da Macedônia. Pede-me o que quiseres e eu serei feliz em te dar”.
O velho abriu sua boca desdentada: Qualquer coisa?
– Qualquer coisa!
_ Então, sai daí, que estás a fazer-me sombra!
Depois do encontro, ao ver o estilo de vida frugal (simples) de Diógenes, Alexandre volta-se para Calígenes, seu capitão e diz:
– “Se eu não fosse quem sou, Alexandre, queria ser Diógenes”.
VI. CONCLUSAO
Se decidirmos nos aplicar hoje, com mais afinco nas disciplinas espirituais, separando tempo para a vida devocional diária, para nós mesmos, para nossa diversão em família, tudo de forma equilibrada, aprimoraremos a nossa qualidade de vida e produziremos discípulos não à nossa imagem e semelhança, mais líderes à imagem e semelhança de Jesus e mais e mais parecidos com Ele.