“E disse o Senhor a Josué: Não tenha medo desses reis; eu os entregarei nas suas mãos. Nenhum deles conseguirá resistir a você” (Josué 10.8).
INTRODUÇÃO:
PARA QUEM ESTÁ EM CRISTO, NO FINAL TUDO DÁ CERTO!
A conquista começa com a travessia em terra seca pelo rio Jordão, segue com a queda dos muros de Jericó ao soar as trombetas e então, após uma derrota devido ao pecado que, sendo devidamente tratado, resulta na destruição de Ai. Agora veremos a conquista, não de uma cidade, mas de uma região ao sul da Palestina.
Segundo definição de enciclopédia, a conquista é uma forma de deslocação ou migração voluntária de um povo para um território que pretende ocupar e subjugar pela força, através da guerra, ou da ameaça da utilização da força. Segundo o dicionário, conquista é ação de lutar para se obter o que se quer.
Toda conquista requer uma luta a ser travada. Teremos no final os vencedores e os perdedores. Sempre que uma luta é travada teremos aqueles que são a nosso favor e os contrários a nós, ou seja, os nossos parceiros ou aliados e os nossos inimigos ou adversários. Nós escolhemos nossos parceiros, alguns optam por Deus e outros não.
Em todo este processo de conquista no livro de Josué, observamos uma parceria entre Deus e o ser humano. Deus sempre por perto, fiel. O ser humano nem sempre por perto e nem sempre fiel. Nos capítulos 9 e 10 esta história se repete, bem como em nossas vidas de uma maneira geral. O comportamento de Deus sempre imutável, misericordioso, amoroso, consertando nossos erros, batalhando por nós. Em contrapartida, dois comportamentos humanos são flagrados nesta história e que podem acontecer conosco nas fases de uma conquista:
1. Tomamos decisões erradas: muitas vezes com as melhores intenções
Josué, os líderes, o povo, tinham vivenciado muitas vitórias: o Jordão, Jericó, Ai. Tinham visto o poder de Deus em suas próprias vidas, não apenas de ouvir falar. Josué estava vivendo um período glorioso em sua vida. No entanto, os habitantes ao redor não estavam muito satisfeitos com isso. Os versículos 1 e 2 relatam sentimento deles. “E eles se ajuntaram para guerrear contra Josué e contra Israel”.
Mas, os habitantes de Gibeom, cidade daquela região, ficaram com medo de Josué e sua fama e decidiram enganar Israel. Alegando serem um povo de um local muito distante, disseram que desejavam fazer um acordo de paz entre eles, porque ouviram da fama do Senhor. Para parecer bem real, estavam vestidos com roupas velhas, sandálias gastas e remendadas, traziam pão seco e esmigalhado (v. 5). “Os israelitas examinaram as provisões dos heveus, mas não consultaram o Senhor. Então Josué fez um acordo de paz com eles, garantindo poupar-lhes a vida, e os líderes da comunidade o confirmaram com juramento” (Josué 9. 14-15). Eles examinaram a situação e, com as melhores intenções, fizeram um juramento em nome de Deus. Quando descobriram o erro não podiam voltar atrás (Josué 9.16-18).
Aplicação: Nosso dia-a-dia é exatamente igual. Experimentamos várias conquistas, Deus age em nosso favor, opera milagres, transforma nossos corações em alguns aspectos impossíveis, abre portas, cura enfermidades, restaura relacionamentos, etc. Quando as coisas estão indo muito bem, tome cuidado, fique vigilante. Aliás, quando vão mal, é natural esta nossa atitude. “Vigiem e orem para que não caiam em tentação” (Marcos 14.38). “Estejam alertas e vigiem. O diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar” (1Pedro 5.8). Alguns inimigos, que podem ser nós mesmos, ou amigos, ou familiares, ou conhecidos, não ficam muito satisfeitos e se reúnem contra nós. Outros se aproximam de maneira errada, querendo nos enganar. Quem lembra do denorex? Parece mas não é? Acabam fazendo propostas que parecem boas, mas que na realidade são pedras no caminho. Muitas vezes tomamos decisões pelas aparências. Precisamos sempre buscar a Deus em nossas decisões. “Não é bom ter zelo sem conhecimento, nem ser precipitado e perder o caminho” (Provérbios 19.2). Josué e os líderes fizeram tudo em nome de Deus, havia zelo porém sem conhecimento.
Jesus fazia assim, temos várias passagens que contam que ele se retirava para orar. Lucas 6.12-16 relata que ele passou uma noite inteira na presença de Deus antes de escolher os doze discípulos. Eram vários os seguidores de Jesus, e acredito que ele talvez escolheria diferente se não tivesse passado a noite orando.
Precisamos consultar a Deus em nossas decisões, não agir precipitadamente para não errar o caminho porque senão tomaremos decisões erradas.
2. Tomamos decisões corretas: v.18-21
Imagine a indignação de Josué e dos líderes para com os gibeonitas. Como eles se atreveram a fazer isso conosco! Não bastasse isso, “Toda a comunidade, porém, queixou-se contra os líderes” (v.18b). Mas eles aprenderam a lição e não agiram precipitadamente. Havia um juramento em nome de Deus, eles não poderiam voltar atrás. Assim, Israel modificou o acordo, tornando os gibeonitas escravos, lenhadores e carregadores de água para a casa de Deus (v. 23). O juramento de paz permaneceu. Atitude correta.
Uma das implicações deste juramento era defender os gibeonitas em caso de guerra. Cinco reis amorreus ao redor uniram forças contra Gibeom. Estes por sua vez pediram socorro aos israelitas que imediatamente se prontificaram a ajudar. Atitude correta. Josué sabia que ao defender Gibeom estaria defendendo seu próprio povo. Ao receber uma palavra de Deus que venceria todos os cinco reis (v. 8), Josué se esforçou e “após uma noite inteira de marcha desde Gilgal, Josué os apanhou de surpresa” (v.9). Atitude correta. Moody recomenda: “trabalhe como se tudo dependesse de você e ore como se tudo dependesse de Deus”.
Aplicação: Graças a Deus que nós também tomamos decisões corretas! Muitas vezes, mesmo em situações tensas, nós mantemos a nossa palavra e Deus nos honra. Manter a palavra nem sempre é muito fácil, existem conseqüências que precisamos assumir. Devido ao juramento, Josué enfrentou as consequências. Foi somente depois de partir com seu exército para defender os gibeonitas que Deus confirmou a vitória (v.7 e 8).
Para manter uma palavra ou um compromisso assumido, não precisamos consultar Deus, só precisamos agir. Apesar da atitude correta, nem sempre será fácil. Apesar da promessa de vitória precisamos nos esforçar e agir em conjunto com Deus. Josué enfrentou uma noite inteira de jornada para enfrentar o inimigo pela manhã. Todos eles estavam cansados, mas conseguiram surpreender o inimigo. Precisamos pegar nosso inimigo de surpresa!
Jesus não parava de trabalhar, de se esforçar, de testemunhar, mesmo sendo filho de Deus, alias, com o exemplo de Deus: “Meu Pai continua trabalhando até hoje, e eu também estou trabalhando.” (João 5.17 – NVI). Mesmo sabendo que venceria principados e potestades, ele desceu até o hades, mesmo sabendo que venceria a morte ele teve que enfrentá-la.
CONCLUSÃO:
Vimos nos dois tópicos o comportamento do ser humano. Mas na parceria que temos com Deus precisamos lembrar do comportamento dele. Ele é fiel e está sempre por perto. Assim como foi com Josué e Israel, ele é conosco. Ele é imutável. Deus transforma decisões erradas em bênção. Até mesmo os gibeonitas se beneficiaram das ações de Deus. Eles seriam mais um povo destruído pelos israelitas caso não fizessem um acordo. Deus abençoa nações através de nossas vidas.
A promessa de Deus era terra por herança. Com o acordo surgiu a oportunidade de vencer cinco reis da região de uma vez só. Após uma noite inteira de jornada (40Km), Josué e seus guerreiros estavam fatigados, não conseguiriam vencer todos o amorreus. Mas Deus lançou grande confusão no meio do arraial do inimigo que lhes impôs grande derrota (v.10). Além da confusão, lançou sobre eles grandes pedras de granizo, que mataram mais gente do que as espadas dos israelitas (v.11). Aqui vemos ações de Deus que muitas vezes nós não percebemos, ou não reconhecemos como sendo oportunidades de Deus. Colocar confusão no inimigo ajudou tremendamente Josué e seus guerreiros, aliás foi decisivo para a vitória. Quantas vezes Deus fez algo semelhante por nós e até hoje a gente não percebeu? Outro episódio fundamental foi a chuva de pedras grandes. Se não caísse naquele momento e somente no inimigo a vitória não aconteceria. Creio que muitas vezes Deus usou e vai continuar usando, quando necessário, elementos da natureza que estão sob seu comando para nos ajudar em situações decisivas. Deus é o mesmo hoje e sempre.
Não bastassem dois milagres, Josué pediu que o sol parasse sobre Gibeom (v.12). Ele precisava de mais tempo de claridade para derrotar os inimigos. Deus atendeu. Um tremendo milagre. Principalmente se levarmos em conta que o sol e a lua eram tidos como deuses por aqueles povos pagãos. Então a gente descobre que Deus opera grandes milagres para que outros povos possam ver a sua glória! Não foi uma mera ajuda a Josué, representou muito mais que isso. Para Deus operar milagres em nossas vidas é o nome dele que precisa ser glorificado e não o daquele que fez o pedido.
Boa notícia: Sem dúvida o Senhor lutava por Israel (v.14). Sem dúvida o Senhor luta pelo seu povo, aleluia!
A conquista continua, apesar dos nossos erros, mesmo quando acertamos, dependemos sempre do agir de Deus. Uma parceria que sempre dá certo. Afinal …
PARA QUEM ESTÁ EM CRISTO, NO FINAL TUDO DÁ CERTO!