– Trouxe para você este coelho que acabei de pegar – disse orgulhoso, ao entrar na casa. – Vai dar um belo almoço.
Djuha ficou muito feliz; preparou um excelente guisado e sentaram-se para o banquete.
Logo no dia seguinte, um estranho bateu à porta de Djuha.
– Quem é? – perguntou Djuha.
– Sou vizinho do seu amigo caçador, que lhe trouxe um coelho ontem – disse ele.
Djuha convidou-o polidamente a entrar e serviu-lhe o almoço.
– São os restos do nosso guisado de coelho – disse Djuha; e o visitante comeu com grande apetite.
Um dia depois, outro estranho bateu à porta de Duha.
– Quem é? – perguntou Djuha.
– Sou primo do vizinho do seu amigo caçador, que lhe trouxe o coelho – explicou ele.
– Entre – disse Djuha.
Chamou o homem para se sentar à mesa e serviu-lhe uma vasilha de água quente.
– O que é isso? – perguntou o estranho.
– Isso – disse Djuha – é água fervida na mesmíssima panela do coelho do meu amigo, que é vizinho do seu primo.
* folclore árabe
Publicado originalmente em O Livro das Virtudes II – O compasso moral – Ed. Nova Fronteira