Você pode descrever como é o seu jeito ou estilo de adoração? De que modo você se sente melhor ao se relacionar com Deus? Você prefere um local fechado ou em meio à natureza? Você prefere explorar mais a sua razão ou seus sentidos ao se relacionar com Deus?
* Nesta série, vamos apresentar os vários estilos que podem ser adotados para adorar a Deus.
* O modo Naturalista e Sensível são dois meios de perceber e expressar a reverência, fé, e prestar um culto a Deus.
Primeiramente, vamos falar sobre os naturalistas. Nós podemos nos conectar com Deus e adorá-lo em meio à natureza. Mas, será este um estilo ratificado pelas Escrituras?
A Bíblia nos fala que podemos conhecer e adorar a Deus no contato com as coisas criadas. Trata-se do estilo de adoração preferido das pessoas naturalistas.
ADORANDO A DEUS EM MEIO À NATUREZA.
Vamos ver algumas lições sobre este estilo de adoração.
A Bíblia diz:
Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos. Um dia fala disso a outro dia; uma noite o revela a outra noite.
Sem discurso nem palavras, não se ouve a sua voz. Mas a sua voz ressoa por toda a terra, e as suas palavras, até os confins do mundo.
Nos céus ele armou uma tenda para o sol, que é como um noivo que sai de seu aposento e se lança em sua carreira com a alegria de um herói.
Sai de uma extremidade dos céus e faz o seu trajeto até a outra; nada escapa ao seu calor.
Sl 19.1-7
Este texto ensina sobre a revelação natural. Deus se revelou aos povos, em todos os lugares da terra, através da sua criação. É consenso que a revelação natural não é suficiente para que o homem conheça a Deus e os seus propósitos para o mundo, salvação e juízo, mas ensina que ele existe, e que deve ser adorado.
Nesse sentido, o apostolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, reconheceu essa verdade ao escrever a sua carta aos Romanos, no capítulo primeiro.
À luz destes textos, vamos ver algumas lições que podemos aprender quando buscamos a Deus em meio à natureza.
1. VOCE PODE VER DEUS COM MAIS CLAREZA.
A Bíblia diz:
“(…) pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis”. (grifo meu)
Rm 1.19-20
Gary Tomas cita que John Glenn, 77 anos, retornou ao espaço, e disse: “Olhar a Terra daquele ângulo privilegiado; ver uma criação como essa e não acreditar em Deus, para mim, é impossível”.
Diante da beleza e complexidade da criação, somente nos resta enxergarmos o quanto somos finitos, diante de um Deus tão poderoso e infinito. Isso nos remete a humildade.
Ele criou o universo e tudo quanto podemos conhecer. Desde os seres microscópios, até os grandes animais. Ele criou tanto os grãos de areia do mar, como também as galáxias.
Conforme o autor de Gênesis, “No principio criou Deus os céus e a terra” E, Paulo escreve que em Cristo foram criadas, tanto as coisas visíveis quanto as invisíveis (Gênesis 1.1-25; Colossenses 1.15-16).
Você já parou para observar a natureza e a sua diversidade, e a força e precisão das leis físicas que a regem?
Diante de tanta perfeição e ordem, somente um Criador perfeito e muito habilidoso poderia tecer tamanha obra de arte.
2. VOCE PODE OUVIR A VOZ DE DEUS, ATRAVÉS DA NATUREZA.
Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos.
Um dia fala disso a outro dia; uma noite o revela a outra noite.
Sem discurso nem palavras, não se ouve a sua voz.
Mas a sua voz ressoa por toda a terra, e as suas palavras, até os confins do mundo. (grifo meu)
Sl 19.1-4
O naturalista percebe a linguagem discursada e revelada através da diversidade da criação de Deus e de suas leis naturais.
Há uma linguagem descrita diante dos nossos olhos. Há alguém por trás de tamanha obra. A criação denuncia a presença de Deus. Ela fala por si só.
A natureza também fala da abundância de Deus, cuja misericórdia e amor são inesgotáveis.
Para o verdadeiro naturalista cristão, a criação é um lugar sagrado que nos convida a orar.
A natureza é um grande templo, o grande santuário onde podemos adorar a Deus.
3. VOCE PODE COMPREENDER E ADORAR A DEUS, OBSERVANDO AS OBRAS DA SUA CRIAÇÃO.
A Bíblia diz:
“(…) pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis;” (grifo meu)
Rm 1.19-20
Um dos modos de compreendemos alguém é interpretando as suas obras. As artes, uma composição musical ou poesia, e outras formas de expressão, fruto da criação, revelam muito acerca daquela pessoa.
A Bíblia nos ensina que os atributos divinos são claramente revelados por meio das obras criadas. Podemos compreender melhor o seu poder, a sua criatividade, o seu amor e bondade, o seu juízo, a sua grandeza.
O lugar onde adoramos pode afetar profundamente a qualidade de nossa adoração.
Muitas manifestações de Deus ocorreram em lugares em regiões incultas. Deus encontrou-se com Hagar em um deserto, com Abraão em uma montanha, com Jacó em um riacho e com Moisés em uma sarça ardente. O sermão mais famoso de Jesus se deu em uma montanha (O Sermão do Monte). Ali, Jesus deu profundas lições acerca de Deus, usando como exemplos a natureza e seus diversos elementos.
Por isso, quando você sentir que está estagnado, e que apenas o modo racional e lógico para se conectar com Deus está limitado, vá até a Grande Catedral, a natureza, e observe a criação de Deus para se conectar com ele. Jesus disse para olharmos os lírios do campo, para as aves do céu, para descobrimos como Deus se importa conosco, uma vez que ele se ocupa de cuidar das mais elementares criaturas vivas.
E Jesus confirmou em alto e bom som, que você é muito importante para Deus, mais do que os todos os seres vivos, os quais ele também cuida.
ADORANDO A DEUS ATRAVÉS DOS SENTIDOS.
De modo semelhante, muitas pessoas usam mais os seus sentidos para adorar a Deus.
Trata-se de uma experiência de adoração mais sensorial. Isso se refere aos cinco sentidos: paladar, tato, olfato, audição e visão. Os sentidos foram criados por Deus, para nos conectarmos com o mundo ao nosso redor.
Quando restringimos todas as formas de adoração cristã ao entendimento intelectual, forçamos os cristãos adorarem a Deus de uma forma incompleta.
Quando abraçamos o uso dos sentidos, ficamos totalmente abertos a novos caminhos de adoração. Grant fala do Som, Cheiro, Visão, Toque e Gosto.
Vamos pensar aqui sobre o Som, a Visão e sobre o Gosto, como caminhos para uma experiência de adoração.
1. VOCE PODE USAR A MÚSICA E A VOZ PARA SE CONECTAR COM DEUS.
Se restringirmos o silêncio como o único meio válido em uma experiência profunda de adoração, fica difícil conciliar tal ensino diante dos relatos bíblicos sobre a glória de Deus. O silêncio é importante e tem o seu lugar, mas não é o único caminho para a adoração.
A Bíblia relata som de trovões, o barulho das asas dos anjos, exposição de relâmpagos, de pedras preciosas, fumaça, chama de fogo, som de muitas águas, brilho intenso, e grandes visões são marcadas por intensas experiências fantásticas que chegam a arrebatar os sentidos daqueles que experimentaram tais momentos (leia: Ezequiel, Daniel, Jeremias, Isaías, Paulo e João).
O livro dos Salmos é um exemplo de como a música deve ser utilizada na adoração a Deus (Sl 147, 149 e 150), dentre tantos outros, e conclama os crentes a adorarem a Deus pela música e pelos instrumentos musicais.
Grandes compositores como Handel, compunham suas canções com essa consciência.
Como Criador Deus sabe que a linguagem aliada à música, estimula o cérebro mais do que somente à linguagem falada.
O som é mais eficaz que somente a meditação. Lutero dizia que as Escrituras foram feitas para serem ouvidas e não lidas. Ele achava que nossos corações são mais transformados e desafiados quando ouvimos a palavra de Deus.
A ciência já provou a legitimidade da revelação de Lutero. Quando ouvimos as palavras da Bíblia, nossas mentes ficam mais ativas do que quando apenas lemos.
Por isso, leia a Bíblia em voz audível. Você experimentará mais intensidade ao citar a palavra de Deus com fé.
2. VOCÊ PODE EMPREGAR OS RECURSOS VISUAIS NA SUA ADORAÇÃO.
Você pode colar versículos em lugares chaves, próximos e visíveis a você, ver um bom filme, olhar para a natureza, para os céus, etc.
O autor conta que Henri Nouwen (pastor e escritor cristão) teve uma experiência profunda diante de um quadro que retratava A volta do filho pródigo de Rembrandt. Embora já tivesse lido exaustivamente aquele trecho, a pintura o levou a ver além da simples leitura daquela narrativa. Segundo as suas próprias palavras: “(…) a imagem do pai com a mão no ombro do filho me tocou de uma forma que jamais tinha sentido antes”.
O uso da visão na adoração e oração cristãs se baseia na encarnação de Cristo. Deus esteve entre nós, em carne e osso, e vimos à glória do unigênito do Pai, conforme descreve João em sua carta.
O ambiente deve ser agradável, e inspirar as pessoas a buscarem a Deus.
Usamos todos os recursos visuais para ajudarem as pessoas a se conectarem com a mensagem bíblica e com Deus, e não nos desculpamos por isso.
Olhar para o céu, orar ou ler um salmo, em vez de atrapalhar, pode dar mais sentido às suas palavras. A visão nos afeta profundamente, por isso seria bom se a incorporássemos em nossa adoração.
3. VOCÊ PODE ADORAR ATRAVÉS DO PALADAR.
O gosto nos influencia tanto, que o usamos para descrever as coisas. É um recurso de linguagem válido. Dizemos que alguém tem bom ou mau gosto.
Segundo alguns pesquisadores, o sentido que chamamos de gosto é tão poderoso em sua capacidade de invocar grupos de sentimentos associados, que naturalmente transferimos a linguagem do gosto para todo o tipo de experiências pelas quais passamos.
A Bíblia confirma isso. Os israelitas deveriam comer ervas amargas para se lembrarem dos dias ruins quando eram escravos, e valorizarem a sua liberdade conseguida em Deus, dentre outras lições.
Jesus fala do sabor do sal, de frutos bons ou ruins, para ensinar lições a respeito da utilidade ou qualidade de algo ou alguém.
Você pode ser profundamente grato a Deus quando desfruta de forma saudável o alimento que ele concede em sua mesa, quando muitos não podem ter este mesmo privilégio, em várias partes do mundo.
Lembre-se, a visão, o som, o gosto, o toque e o cheiro são dons de Deus.
Usar os nossos corpos para glorificar a Deus é uma resposta muito melhor do que negar o papel do corpo na adoração e desviar-se e usar o corpo em áreas que levam ao pecado.
Conclusão:
Deus nos chama para sermos verdadeiros adoradores. Ele nos convida a adorar a Deus com tudo que somos e com tudo que temos.