Por que sigo sonhando?

1) Porque, por sonhos, Deus, também, nos fala.
Na maioria das vezes, os sonhos são alvos que visam a exaltar a nós mesmos, ou obter bens e vantagens pessoais. Meu sonho é ver a Igreja Metodista ganhando vidas para Cristo; nossa meta é alcançar um milhão de vidas para Cristo no Estado do Rio de Janeiro, e estou convencido de que é possível. Afinal, a população de nosso Estado é de cerca de dezesseis milhões de pessoas.
A maioria das pesquisas em nosso estado constata que grande parte das pessoas tidas como cristãs, católicas e até mesmo alguns evangélicos, são somente nominais, não estão integrados a uma igreja, e nem apresentam um testemunho cristão, ou seja, no estado do Rio de Janeiro há pelo menos 10 milhões de pessoas que não nasceram de novo em Cristo, e não o servem, e necessitam serem salvas e conhecer a Cristo como Senhor e Salvador, e tornarem-se seus discípulos/as, em santidade de vida. Portanto pensar em ganhar um milhão de vidas para Cristo, não é um absurdo. O metodismo nos Estados Unidos alcançou muito mais do que isto. Na Coréia já são um milhão e seiscentos mil, numa população quatro vezes menor que a nossa. Isto sem falar da África, onde nossa Igreja cresceu e segue crescendo.
Sim, estou convencido de que a ordem de Jesus: “Ide, portanto, e fazei discípulos de todas as nações…” (Mt 28.19) continua verdadeira; creio nela, e mais: creio que Deus está disposto a abençoar aqueles que a levam a sério, e estão dispostos a gastar sua vida nessa tarefa. Eu estou! E espero que cada pastor/pastora, cada membro da Igreja Metodista na 1ª Região Eclesiástica também esteja.
Um irmão me perguntou, há algum tempo: Bispo, o senhor não tem medo de cair no ridículo, e não conseguir alcançar tal meta? Eu não respondi, mas pensei: O meu maior temor é do ridículo, do fracasso, de desistir do que considero ordem e plano de Deus. Depois, Deus colocou no meu coração esta visão, que não é minha; é de Deus, é de todos nós. Assim, prefiro o ridículo de não alcançar ao ridículo de desistir. Depois, convenhamos que quem nos chamou, quem deu a ordem, foi Deus. E se Deus é por nós, quem será contra nós? Só nossa incredulidade, falta de empenho e zelo, podem nos impedir de alcançar o alvo. Afinal, ouçamos mais uma vez o que nos diz Jesus: “E os que ouviram disseram: Sendo assim, quem pode ser salvo? Mas ele respondeu: Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus.” (Lc 18.26-27).

2) Quando Deus faz possíveis os nossos impossíveis.
Comecemos a nos surpreender com os aparentes impossíveis na natureza humana. Augusto Cury, no seu livro Nunca desista dos seus sonhos, conta uma história conhecida, mas que vale a pena ser lembrada: “Nada é mais grave para um músico do que perder a audição. Beethoven, um dos gênios da música, perdeu-a depois de ter feito belas composições. Os recursos médicos ineficazes o levaram a uma profunda crise psíquica. Seus pensamentos agitaram-se como ondas rebeldes, sua emoção tornou-se um céu sem estrelas. Não havia flores nos solos da vida. Perdeu o encanto pela existência. Deixar de ouvir e compor músicas era tirar o chão de Beethoven. Cogitou, assim, do suicídio. Mas algo aconteceu: Quando todos pensavam que seus sonhos tinham sido sepultados pelo inquietante silêncio da surdez, surgiram, sorrateiramente, os mais espetaculares sonhos no árido solo da sua emoção. Ante sua condição miserável, ele decidiu superá-la. Ou Beethoven se calaria diante da surdez ou lutaria contra ela, e faria o que ninguém jamais fez: produzir músicas, apesar de não ouvi-las. No entanto, apesar de surdo, ele aprendeu a ouvir o inaudível, aprendeu a ouvir com o coração. Não desistiu da vida; ao contrário, exaltou-a. Os sonhos venceram. O mundo ganhou. Com indescritível sensibilidade, Beethoven compôs belíssimas músicas após a surdez. Entre outras atitudes, ouvia as vibrações das notas no solo.”
Pense bem, quer algo mais extraordinário do que um surdo compor melodias sublimes, as quais ele mesmo não podia ouvi-las?
Se Deus estiver dirigindo nossa vida, o que pode acontecer? Para começar, ouçam o que Jesus disse sobre o meu e o seu potencial, se estivermos em suas mãos: “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.” (Jo 14.12).
Já que falamos de um surdo, que tal lembrarmos de um gago? É isso mesmo, Moisés! Ele era um homem de baixa estima; ele mesmo disse: “Ah! Senhor! Eu nunca fui eloqüente, nem outrora, nem depois que falaste a teu servo; pois sou pesado de boca e pesado de língua.” (Ex 4.10). E, em seguida, o que Deus lhe respondeu? “Respondeu-lhe o SENHOR: Quem fez a boca do homem? Ou quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o SENHOR? Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar.” (Ex 4.11-12). Quantos impossíveis dos homens foram vencidos por Moisés? E lembremos que, muitas vezes, o povo inteiro se colocava contra ele; aparentemente, não havia solução. Mas, em todas as vezes, Deus o abençoou e o livrou, e lhe deu vitória!
Moisés enviou espiões à terra de Canaã, para avaliarem quem habitava, se a terra era fértil, enfim, havia uma promessa de que habitariam uma terra que manava leite e mel. Quando voltaram, a maioria dos espiões relatou da seguinte maneira: “Fomos à terra a que nos enviaste; e, verdadeiramente, mana leite e mel; este é o fruto dela. O povo, porém, que habita nessa terra é poderoso, e as cidades, mui grandes e fortificadas; também vimos ali os filhos de Anaque.” (Nm 13.27-28). Como conseqüência, o povo de Israel se rebelou contra Moisés, e com grande incredulidade, disseram: “Tomara tivéssemos morrido na terra do Egito ou mesmo neste deserto! […] E diziam uns aos outros: Levantemos um capitão, e voltemos para o Egito.” (Nm 14. 2 e 4). Aparentemente, os espiões diziam a verdade, era só o que podiam enxergar: as fortalezas, os homens gigantes. Tudo era impossível. Só que, crer nisto, era chamar Deus de mentiroso, pois este lhe prometera aquela terra. Quem estava com a razão?
Mas a história não termina aí; entre os espiões havia dois homens de Deus, que criam nos sonhos que Deus dera a Moisés; eram eles Calebe e Josué. Vejamos o que disseram: “Então, Calebe fez calar o povo perante Moisés, e disse: Eia! Subamos e possuamos a terra, porque, certamente, prevaleceremos contra ela.” (Nm 13.30). E, também: “E Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, dentre os que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes, e falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra muitíssimo boa. Se o SENHOR se agradar de nós, então, nos fará entrar nessa terra, e no-la dará, terra que mana leite e mel.” (Nm 14.6-8). Que diferença faz, no meio do povo de Deus, homens e mulheres de fé que crêem que os impossíveis dos homens são possíveis para Deus! Lembrem de Davi, pequeno, cantor, sem experiência de guerra, diante do gigante Golias, que já matara dezenas de soldados! Disse Davi a Golias: “Tu vens contra mim com espada, e com lança, e com escudo; eu, porém, vou contra ti em nome do SENHOR dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado.” (1 Sm 17.45). Preciso dar mais exemplos?
Mas, para encerrar, desejo deixar um testemunho de Jesus: “Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados – disse ao paralítico: Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa. Então, ele se levantou e, no mesmo instante, tomando o leito, retirou-se à vista de todos, a ponto de se admirarem todos e darem glória a Deus, dizendo: Jamais vimos coisa assim!” (Mc 2. 10-12).
Que tal, vamos prosseguir com fé; nossa nação espera por um povo forte, santo, verdadeiros discípulos/as de Jesus, prontos para crer no Deus que traz à existência as coisas que não existem. Assim é que os impossíveis aos homens tornam-se os possíveis de Deus, pois, como Paulo, confessamos: “Tudo posso naquele que me fortalece.” (Fp 4.13). É Ele quem realiza em nós o seu propósito, e este é que: “… se dobre todo joelho, nos céus, na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.” (Fp 2.10-11).

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