TEXTO ÁUREO
Aos quais também, depois de haver padecido, se apresentou vivo, com muitas provas infalíveis, aparecendo-lhes por espaço de quarenta dias, e lhes falando das coisas concernentes ao reino de Deus. Atos 1.3.
VERDADE PRÁTICA
A ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo é a principal doutrina do Novo Testamento. Sem ela o Cristianismo seria impossível.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Ora, eu vos lembro irmãos, o evangelho que já vos anunciei; os quais também receberam, e no qual perseverais pelo qual também sois salvos, se é que o conserva tal como vo-lo anunciei; se não é que crestes em vão. Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; que foi sepultado; que foi ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras; que apareceu a Cefas, e depois aos doze; depois apareceu a mais de quinhentos irmãos duma vez, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormiram; depois apareceu a Tiago, então a todos os apóstolos; E por derradeiro de todos apareceu também a mim, como a um abortivo. Pois eu sou o menor dos apóstolos, que nem sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a igreja de Deus. I Coríntios 15.1-9
INTRODUÇÃO
A ressurreição de Jesus Cristo não consiste no mero fato de ter Ele voltado à vida e de se terem reunido Nele corpo, alma e espírito. Ele é “as primícias dos que dormem” “o primogênito de entre os que dormem”. Nele a natureza humana, tanto o corpo como a alma, foi restaurada à sua pureza, força e perfeição original, e elevada até a um nível superior, enquanto o corpo e a alma se uniram novamente para formar um organismo vivo. Ele se tornou Espírito vivificante. A ressurreição de Jesus Cristo é a causa de nossa justificação, regeneração, e ressurreição final.
I. A DOUTRINA DA RESSUREIÇÃO DOS MORTOS
1. O ensino de Paulo sobre a ressurreição.
O apóstolo Paulo dedica de forma especial o Capítulo 15 de Primeira Epistola aos Coríntios 15.12. Os gregos criam na imortalidade da alma, mas não na ressurreição do corpo, para eles o corpo, o corpo era a fonte da fraqueza e do pecado homem; a morte, portanto, era o meio bem-cindo pelo qual a alma se libertava do corpo. A ressurreição, em seu pensamento, somente voltaria escravizar a alma. Alguns Coríntios estavam ensinando que a ressurreição dos crentes é somente espiritual, e que ele já se realiza nesta vida I Coríntios 15.16-19; II Timóteo 2.18. “Para tais pessoas, declara Paulo, se não há ressureição de mortos, então Cristo não ressuscitou” I Coríntios 15.13. Mas Jesus Cristo não estava morto e sepultado. Mas Ele ressuscitou e apareceu, em várias ocasiões, a muitas testemunhas. I Coríntios 15.3-8. Paulo escreve convicto de que a ressurreição de Cristo. Romanos 1.4, simboliza o que acontecera aos crentes na sua justificação, no novo nascimento, e acontecerá na ressurreição futura. Romanos 6.4, 5,9; 8.11; I Coríntios 6.14; 15.20-22; II Coríntios 4.10,11, 14; Colossenses 2.12: I Tessalonicenses 4.14.
2. A Bíblia e a ressurreição.
A ressurreição é uma realidade Bíblica, Os mortos não serão todos ressuscitados ao mesmo tempo; não terão todos o mesmo destino; mas todos serão ressuscitados. João 5.28,29. A ressurreição é ensinada no Antigo Testamento por declarações positivas. Jó 19. 25-27; Salmos 16.9-11; Daniel 12.2; A ressurreição, tanto de Cristo como dos homens, é assunto tratado nas profecias do Antigo Testamento, ainda que sua menção seja muito mais limitada que a de outras questões proféticas. Isaias 26.19; Oséias 13.14; O Antigo Testamento demonstra distintamente a ressurreição corporal dos mortos. II Reis 4.32-35; I Reis 17.17-24; II Reis 13.29,21. A ressurreição é ensinada no Novo Testamento João 5.21; Atos 26.8,22, 23; I Pedro 1.3. O próprio Cristo falou dela. João 5.28,29. De vários modos a Bíblia Sagrada ensina claramente nos dois testamentos a ressurreição dos mortos.
II. OS QUE NÃO CRÊEM NA RESSURREIÇÃO
1. Os saduceus.
Compunha-se de um número comparativamente reduzido de homens educados, ricos e de boa posição social. Atos 4.1; 5.17. Descendiam de Zadoque Ezequiel 40.46. Os saduceus limitavam o seu credo às doutrinas que encontravam no texto sagrado. Sustentavam que só a palavra da lei escrita os obrigava, defendiam o direito do juízo privado na interpretação da lei; cingiam-se à letra das escrituras mesmo nos casos mais severos da administração da justiça. Negavam a ressurreição e juízo futuro, afirmavam que a alma morre com o corpo Mateus 22. 23-33; Atos 23. 8; Negavam a existência dos anjos e dos espíritos, Atos 23. 8; e qualquer intervenção e Auxílio de Deus ao viver do homem, eram essencialmente materialistas. Marcos 12.18-27: Lucas 20.27; Atos 23.8.
2. Os gregos.
Demócrito de Abdera, filósofo grego, procurava explicar a natureza através de massas formadas por corpúsculos indivisíveis, os átomos, fundamento do sistema mecanicista. Segundo ele a origem do mundo não teria origem numa inteligência espiritual e ordenadora, mas material, mediante corpúsculos que se movem com velocidades variadas. No período helenístico, o pensamento filosófico dominante era o epicurismo e estoicismo, sendo o epicurismo uma reprodução do atomismo materialista de Demócrito, tendo se denegerado em um materialismo grosseiro e vulgar. Eles não criam na mensagem da Cruz que Paulo pregou no Areópago. Atos 17.18. Porém muitos gregos já havia se convertido e principalmente moravam em Corinto e Tessalônica. Atos 17.4, o que levou Paulo a escrever. I Coríntios 15.1-58 e I Tessalonicenses 4.13-17, pois alguns gregos novos convertidos faziam resistência à doutrina da Ressurreição e da Segunda Vinda do Senhor Jesus. Pois ainda não tinham a fé amadurecida. I Tessalonicenses 1.9; 3.2,10.
3. A insensatez dos incrédulos.
A doutrina da ressurreição sempre encontrou opositores, Aliás, dizia Agostinho que “nenhuma questão da fé cristã sofre maior oposição do que a da ressurreição da carne”. Ainda hoje, muitos há que não crêem na ressurreição. Têm os materialistas, como os saduceus. Para eles a morte é o fim, uma postura que leva ao desespero. I Coríntios 15.19. Outro grupo dos que afirma que o homem é apenas um espírito. A imortalidade não seria pessoal, o homem morto desapareceria se misturando na divindade. Essa “imortalidade impessoal” não satisfaz as expectativas humanas e nem tem apoio Escriturístico. O outro modo inventado pela criatividade humana para negar a ressurreição, acaba caindo em uma das posições já citadas. Trata-se da doutrina da metempsicose (transmigração das almas) defendida por Pitágoras, e hoje semelhante a doutrina da reencarnação, embora seus defensores digam que reencarnação e metempsicose sejam coisas distintas. Tradicionalmente a reencarnação era vista como um mal, que obedecia à lei do karman (lei de ação e conseqüência) e que deveria ser superada. Só assim o espírito purificado, liberto do ahamkara (a ilusão do eu) poderia mergulhar no nirvana (conforme a tradição budista) ou no Brahma (conforme a tradição hinduísta). Mas existe hoje em dia, outro modo de entender a reencarnação, que é vista como meio para segurar a alma na terra o máximo possível. Escolas ocultistas, mais ou menos secretas inventaram técnicas exóticas para “cristalização” do que chama de “corpo astral”, que, após a morte, traria de volta a alma a terra,
A fé cristã é bem diferente de tudo isso. Nós cristãos, sabemos que a ressurreição não é uma mera hipótese. Em Jesus, primogênito dentre os mortos, ela já é uma experiência, que fez de Jesus o Senhor da vida e da morte, Apocalipse 1.17-18. Na Ceia do Senhor celebramos a morte e a ressurreição de Jesus, e cremos na ressurreição da Igreja triunfante. I João 3.2
III. A RESSURREIÇÃO DE CRISTO
1. Segundo as Escrituras.
A ressurreição de Jesus é um dos fatos mais bem comprovado na história humana. É sustentado e apoiado por provas coroborativas, como bem poucos fatos Históricos, mas principalmente a ressurreição de Jesus Cristo é firmemente estabelecida nas escrituras. II Timóteo 2.8; Mateus 28.6; Marcos 16.6; Lucas 24.6: I Coríntios 15.4-8. Os que primeiro publicaram a história da ressurreição de Jesus criam que era fato. Baseavam sua fé, não só no tumulo vazio, como no fato de terem visto Jesus vivo depois do sepultamento; não uma vez, nem duas, mas pelo menos dez vezes, de que se sabe; não apareceu a pessoas isoladas, mas grupos de dois, sete, dez, onze, quinhentas.
2. Evidencias das testemunhas pessoais.
De madrugada, no primeiro dia da semana, as mulheres foram levar especiarias para o sepulcro a fim de acabar a tarefa de ungir o corpo de Jesus. Encontraram o tumulo vazio. Lucas 24.1-8: João 201-8, e dois anjos lhes anuncia que Jesus ressuscitou. Pedro e João correram ao sepulcro e verificaram o que as mulheres lhes haviam falado. Alguns guardas foram à cidade e relataram as suas experiências estranhas, mas foram subornados pelos principais dos sacerdotes para que eles contassem que, enquanto dormiam, os discípulos haviam furtado o corpo. Mateus 28.2, 11-15. Jesus foi visto por Maria Madalena, por dois discípulos no caminho de Emaus. Lucas 24.13-15, e por Simão Pedro. No mesmo dia apareceu a dez apóstolos, exceto a Tome, que estava ausente. Depois quando estava Tomé apresente. Marcos 16.9-11; João 20.11-18; Ao romper de uma manhã Jesus aparece aos discípulos na praia do mar. Mateus 28. 9,10; Marcos 16.12,13. Jesus aparece novamente aos onze e depois a quinhentos discípulos. Lucas 24.36-43; I Coríntios 15.6, e finalmente em Jerusalém fora visto por Tiago. I Coríntios 15.7
3. Quinhentas testemunhas.
O fato de alguns líderes Coríntios negarem a ressurreição, faz Paulo insistir empregando a mais enérgica linguagem de que é capaz, em que, excluída a esperança de ressurreição, não havia justificativa para o cristianismo existir. Foi um fato atestado por testemunhas reais, que viram Jesus vivo após a ressurreição. O que ocorrera com Paulo na estrada de Damasco não fora ilusão ou alucinação. Jesus mesmo lhe aparecera.
Além de muitas aparições aos apóstolos, isoladamente ou em grupos, Jesus aparecera a mais de quinhentos discípulos de uma vez, quando Paulo descreve esse fato muitos ainda viviam. Essa multidão estivera no monte das Oliveira, quando Jesus dera as suas últimas instruções antes de ser assunto aos céus. Era o quadragésimo dia de sua ressurreição; provavelmente, senão todos, a maioria desses quinhentos discípulos foram ao cenáculo esperar pela promessa que Jesus havia reafirmado que viria. Lucas 24.50. Atos 1.3-9, nem todos perseveraram, pois quando chegou o dia de Pentecostes, se encontravam quase cento e vinte discípulos reunidos que foram empactados da efusão do Espírito prometido nas Escrituras. Joel 2. 28.29. Atos 1.15, e a maioria deles viram ao Senhor vivo. I João 1.1-3.
4. Foi visto até pelos que não criam.
Os discípulos estavam atemorizados e sem esperança. Jesus ressurreto aparece no meio deles e diz: “paz seja convosco!”. Eles não haviam crido nas mulheres e agora o próprio Jesus veio visitá-los não em espírito, não em visão, mas em corpo ressurreto mostrando-lhes as mãos e o lado. Jesus não censurou os discípulos pela falta de fé ou pelo medo que sentiam. Fugiram para não ser presos eles mesmos. Mateus 26; Pedro renegou o Senhor. Mateus 26. 33?35. 0 caso de Tomé é o mais significativo: resistiu ao testemunho dos demais Apóstolos e pediu provas palpáveis da ressurreição. João 20. 24?29. Somente após a evidência do fato, rendeu?se à verdade. Não passava espontaneamente do espírito dos Apóstolos a noção de um Deus feito homem, morto na Cruz e ressuscitado: tal idéia era escandalosa para Israel (como era loucura para os gregos), conforme Paulo em I Coríntios 1.23. Só após séria relutância os Apóstolos reconheceram o fato da ressurreição de Jesus; Mateus 28. 17; Marcos 16. 11-13; Lucas 24. 11, 25-45. Tiago, o irmão do Senhor, talvez tenha crido em Jesus por uma aparição particular que o Senhor ressurreto lhe proporcionara.
IV. O SIGNIFICADO DA RESSURREIÇÃO
1. A ressurreição do corpo.
A ressurreição de Jesus Cristo é o cumprimento das promessas de Deus feito aos pais. Gênesis 22.18; 26.4; Gálatas 3.16; Gênesis 3.15. Confirmam a divindade de Cristo além de qualquer dúvida Romanos 1.4; e fornece uma base inexpugnável para a certeza de nossa própria ressurreição. II Coríntios 4.14.
Os corpos dos homens, depois da morte, voltam ao pó e vêem a corrupção; mas as almas que nem morrem e nem dormem, possuindo uma substancia imortal, voltam imediatamente para Deus que as deu. As almas dos justos, sendo então aperfeiçoadas em santidade, são recebidas no mais alto dos céus onde contemplam a face de Deus em luz e glória, esperando a plena redenção de seus corpos; as almas dos ímpios são lançadas no inferno, onde permanecerão em tormento e em trevas espessas, reservadas para o juízo do grande dia. Além destes dois lugares destinados às almas separadas de seus respectivos corpos, as Escrituras não reconhecem nenhum outro lugar. Gênesis 3.19; Atos 13.36; Lucas 23.43; Filipenses 1.23; II Coríntios 5.6-8; Lucas 16.23; Romanos 8.23; Lucas 16.23,24; II Pedro 2.9.
No arrebatamento da Igreja, os que estiverem vivos não morrerão, mas serão transformados; todos os mortos serão ressuscitados com seus mesmos corpos, e não outros, embora com qualidades diferentes. I tessalonicenses 4.17; I Coríntios 15. 42-44, 51,52.
Os corpos dos injustos serão, pelo poder de Jesus Cristo, ressuscitados para desonra; os corpos dos justos serão, pelo seu Espírito, ressuscitados para a honra e para serem semelhantes ao próprio corpo glorioso de Cristo. Atos 24.15; João 528,29; Filipenses 3.21.
2. Seu significado.
O significado teológico da ressurreição de Cristo significa que Deus aprovou a Jesus Cristo, isto é Deus confirmou as palavras e obras de seu Filho. Pedro, no seu sermão no dia de Pentecoste, referiu-se a Jesus como varão aprovado por Deus diante de vos, Atos 2.22, Jesus foi rejeitado e desaprovado pelos homens, mas foi aprovado por Deus. Deus apro9vou a sua pessoa, sua mensagem e sua morte. Romanos 1.4. Quando Deus aprovou a pessoa de Cristo, demonstrou que Ele é o filho de Deus e tudo o que Jesus disse é a verdade, e a aprovação da sua morte significa que a morte de Cristo salva o pecador arrependido e cumpre a justiça de Deus em relação ao pecador. Romanos 4.25; I timóteo 3.16
CONCLUSÃO
A ressurreição corporal de Jesus Cristo de entre os mortos é o tema central da fé crista. “Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda estais em vossos pecados”.
A estrutura do Cristianismo não seria feito de qualquer esperança de vida eterna, e não teria sentido a existência humana se não fosse fato real a ressurreição de Jesus Cristo.
O fato de sua ressurreição é o evento mais importante da história e por tanto, mais real de toda a historia. É sustentado por uma variedade de testemunhas e de outras evidências mais amplas que de qualquer outro fato histórico desde o inicio do mundo.
Paulo ao escrever aos Coríntios afirma que a ressurreição dos crentes é uma coisa certa, porque Cristo ressuscitou, é a garantia de que nós também ressuscitaremos com Ele. “Ora Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder”.