Quando mencionamos o nome igreja, muitos pensamentos ocorrem em nossas mentes. Como pode a igreja sendo uma instituição divina, ser alvo de tantas contradições? Como pode a igreja pregar a paz em Jesus Cristo e dentro das suas fileiras as pessoas estão muitas vezes se digladiando? Como pode a igreja pregar uma ética cristã baseada no reino de Deus e dentro dela as pessoas estão fazendo as mais incríveis idiotices?
• Por que a igreja é contraditória? Creio que devemos meditar sobre este tema com mais freqüência, porque a cada dia que passa esta mesma igreja esta sendo alvo dos mais diversos ataques de quase todos os setores da sociedade.
Transição:
• Analisemos, ainda que brevemente, algumas causas que levam a igreja a ser contraditória. Quatro coisas que não podemos esquecer:
1. Não podemos nos esquecer de que mesmo salvos pela graça de Deus, ainda estamos sujeitos ao pecado.
• Muitas vezes a nossa velha natureza volta e volta com força tal que nós agimos com impulsos carnais. Quando isto acontece, não somente pecamos contra Deus, mas cometemos ações que serão alvos de olhares reprovadores.
“Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniqüidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça” (Rm 6.12-14).
“Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?” (Rm 6.1-2).
• Devemos zelar para que o princípio do pecado não mais nos domine. Devemos vigiar para andarmos sempre à vista diretiva do Espírito Santo.
2. Não podemos nos esquecer que nós somos um corpo diversificado.
• Ainda que a nossa unidade esteja fundamentada em Cristo nós temos uma grande diversidade de dons e talentos na igreja. Muitas vezes não sabemos trabalhar esta questão com sabedoria.
“Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito” (1Co 12.12-13).
• Uns querem impor um pensamento, uma idéia sem levar em consideração o todo da igreja. A solução é respeito pelo outro e seus pensamentos.
“Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros” (Fp 2.3-4) .
3. Não podemos nos esquecer que dentro da igreja há pessoas que não são salvas.
• Pessoas que parecem que são crentes porque praticam certas atividades tais como cantar no coral, participar de alguns departamentos, dar o dizimo, etc. Todavia, não experimentaram a graça salvadora ainda.
“Deixai-os crescer juntos até à colheita, e, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro” (Mt 13.30).
• Devemos incentivar sempre para que a entrega da vida seja a Cristo e não a uma instituição chamada igreja. A igreja é o meio pelo qual a pessoa cresce e desenvolve a vida crista, mas ela não salva a ninguém.
“Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas” (Fp 3.18-19).
4. Não podemos nos esquecer de que existe o problema da liderança que não está em sintonia com o rebanho.
• Líderes que não entendem que o papel a eles confiado foi de apascentar o rebanho e não de dominar sobre ele.
“Rogo, pois, … pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho” (1Pe 5.1-3).
• Os que exercem a liderança na igreja devem ser humildes para governar com atitudes semelhantes àquelas encontradas nas páginas das Escrituras e modelar a liderança no exemplo do Servo Sofredor: Jesus Cristo.
“Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.15).
Conclusão:
• Todos nós somos indistintamente responsáveis pela imagem da igreja. Cada um tem que cumprir com a sua parte no corpo de Cristo para que o todo seja aperfeiçoado. Ajudaria muito se falássemos menos da igreja de maneira negativa e gastássemos o mesmo tempo orando por ela. O exemplo a ser seguido é o de Jesus Cristo que amou a igreja e por ela se entregou. Ele pagou o alto preço da morte para que nas pudéssemos viver em harmonia.
Antonio Carlos Barro
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