A palavra é um maravilhoso instrumento de comunicação. Mais que isso: a palavra constrói mundos, constrói amizades, poemas e canções. É pela palavra que abençoamos as pessoas, os filhos e o nosso cônjuge.
Entretanto, a bíblia nos mostra que a palavra pode ser usada de forma inapropriada, fora de tempo, com raiva, e, ao invés de construir, ela destrói, ao invés de fortalecer laços ela separa e desune, ao invés de aproximar as pessoas, ela afasta. E quando deveria ser canal de benção ela pode ser fonte de maldição.
Vamos meditar em algumas advertências encontradas na bíblia acerca das palavras:
1.Fale somente a verdade.
“Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade…” (Ef. 4.25). Alguém disse certa vez que “os dentes podem ser postiços, mas a língua tem de ser verdadeira”. E a grande vantagem de se falar a verdade é que você não precisa ficar preocupado em lembrar-se do que disse.
2.Cuidado com o falar em excesso.
“No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente” (Pv 10.19). É necessário haver um controle de nossas palavras. Não podemos sair por aí falando de tudo. A Bíblia diz que há momentos de falar e momento de ficar calado. Não banalize a palavra. Não fique falando, falando e falando a todo o momento, a toda hora, com seu filho, com seu cônjuge. Não fique procurando defeitos neles e nos outros. Não é pelo muito falar que os problemas se resolvem. Valorize o que as pessoas têm de bom.
3.As palavras podem trazer vida mas também podem trazer a morte.
“A morte e a vida estão no poder da língua” (Pv 18.21). Palavras curam, palavras trazem alívio, trazem alegria, trazem novo ânimo, palavras agradáveis são como favo de mel (Pv 16.24). Mas as palavras também são poderosas armas usadas pelo inimigo para provocar as discórdias, as lutas, as separações. “A palavra branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv 15.1). O crente é chamado para falar de vida e não de morte, falar das virtudes do próximo e não de seus defeitos e através da palavra “confessar uns aos outros dos seus pecados” (Tg 5.16) para que sejamos curados.
4.Não ceda ao impulso de falar, de responder, de reagir imediatamente. Busque a direção do Espírito:
“Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar (Tg 1.19). Nossa primeira reação diante de algo que nos ofendeu ou nos magoou é reagir imediatamente com palavras duras. É muito comum depois nos arrepender por não termos permanecido calados. A coisa é tão séria que a Bíblia chega a dizer que “maior é aquele que domina o seu espírito, do que o que toma uma cidade” (Pv 16.32). Mas não tem jeito: ou o Espírito nos domina ou seremos dominados pelo nosso gênio. E depois agüente as conseqüências.
Por isso, não fale nada que não edifique. Não fale nada pela carne. Não fale nada quando estiver com raiva. Não fale nada que você venha a se arrepender mais tarde. Não fale nada que diminua o seu irmão.
Não fale nada fora de hora. Faça como Abigail que esperou o marido ficar sóbrio para lhe contar o que fizera; fale na hora certa, no momento certo…
Não fale nada se não tiver algo a dizer. Saiba que a presença silenciosa de um irmão ao lado de quem sofre traz mais conforto que uma multidão de palavras.
Não fale qualquer coisa, não fale por falar. Se tiver de exortar ou corrigir, fale chorando, fale com dor, fale com amor, fale com temperança, mas não fale nada além do necessário.
Não banalize a palavra, seja comedido no falar, fale com sabedoria. Se você fala pouco e com discrição, vão lhe procurar para ouvi-lo. Se você fala muito, se você fica repetindo a todo momento sempre as mesmas coisas, você está banalizando a palavra. As pessoas vão te escutar, mas não vão te ouvir.
Deus criou o mundo pela palavra. As palavras têm poder: podem criar mas também podem destruir. Quantos casamentos e quantas igrejas sofrem pelo nosso mau uso da palavra (e depois a culpa recai em Satanás). Palavra é para ser benção. Quando falar, fale só para abençoar.
A oração que fazemos a nosso Deus é: “Senhor, ensina-nos a falar somente o necessário, somente o que edifica, somente o que traz vida. Que a nossa boca não seja ora uma fonte de benção, ora de maldição. Amém!”