LEMBRAI-VOS DA MULHER DE LÓ

Evangelho de Lucas ( NT ) capítulo 17 verso 32 – O médico amado narrou: “Lembrai-vos da mulher de Ló”.

Oração (pelo pastor)

A palavra, a Bíblia Sagrada, principalmente no AT, tem tantas histórias interessantes, tantas histórias que a gente gosta de relembrar na igreja, principalmente contar para as crianças em casa, histórias de heróis, heroinas, histórias de atos de coragem, atos de covardia, enfim, a Bíblia está cheia destas histórias. Ela procura revelar as pessoas como elas são, isto é interessante na Bíblia.

Algumas histórias a gente lembra com mais freqüência, outras a gente não lembra todos os detalhes, mas o interessante é que estas histórias estão lá, na Bíblia, para nos ensinar alguma coisa, para nos trazer algum ensinamento, e o texto que nós lemos vem da própria boca de Jesus, aliás é o 2º versículo mais curto de toda a Bíblia. O 1º todos sabem, aquele que nós recitávamos na Escola Dominical: “Jesus chorou”, e a professora chorava também porque ele só sabia falar esse versículo. Mas depois que ele se tornou pastor, ele decorou uns outros, e o 2º é este.

Interessante esta palavra de Jesus: “ Lembrai-vos da mulher de Ló ”. Eu fiz um teste no 1º culto, quero fazer aqui também. Quem hoje se lembrou da mulher de Ló? Levante a mão para eu ver, ninguém. Você lembrou da mulher de Ló esta semana? Este mês? Interessante não é verdade. Jesus disse: -“Lembrai-vos da mulher de Ló”! Talvez um marido ou uma mulher diga: – eu não quero que meu marido pense na mulher de Ló. Mas aqui é Jesus falando, “Lembrai-vos da Mulher de Ló”, sendo que ele nos pediu para que nós lembrássemos.

Eu gostaria de lembrar 3 aspectos sobre a mulher de Ló, e eu creio que Deus vai estar falando ao seu coração, enquanto nós estivermos aqui, relembrando alguns aspectos desta mulher.

1º Lugar – Devemos lembrar da mulher de Ló como alguém cuja vida era demasiadamente apegada ao pecado.

Ela com toda a sua família morava em uma das cidades mais pecaminosas da época do registro bíblico, morava em Sodoma, e esta cidade é conhecida por causa dos seus pecados, das suas idolatrias e das imoralidades tremendas que aconteciam naquela cidade. Lá morava Ló com sua mulher e suas filhas, chegou um momento em que Deus esgotou a sua paciência em relação a cidade e ao seu pecado, e Deus manda dois anjos que tragam um aviso que aquela cidade ia ser destruída. Mas por causa da oração de Abraão, a família de Ló escapa da Destruição. Mas Deus através dos anjos ordena o seguinte: – Quando vocês estiverem fugindo e estiverem correndo da destruição, disse o anjo, não olhes para trás. Mas a mulher de Ló estava muito apegada aos pecados da cidade; ainda que ela estava agora, correndo por aquela montanha, fugindo da destruição, o seu corpo estava então se ausentando da cidade, o seu coração permanecia imerso na cidade da qual ela amava, e os pecados cujas raízes do seu coração estavam então entrelaçados. Portanto, esta mulher de Ló, menosprezou a força do pecado na vida do ser humano. E gente, se há alguma coisa que tem uma força tremenda na vida do ser humano, é o pecado. E a pessoa que menospreza esta força, a pessoa que não leva a sério a força do pecado, está propensa a deixar o seu coração no pecado. Aqui nós vemos essa mulher com sua família fugindo da cidade e ela imaginou que, estando agora longe fisicamente, o seu corpo estando longe, ela poderia olhar para trás, e isto foi fatal para esta mulher, porque o seu coração estava lá, o seu coração estava naquela cidade onde estava o seu pecado.

Portanto, vidas que tem corações aprisionados ao pecado, vidas que não conseguem correr, fugir do pecado e brincam com o pecado, imaginando que a qualquer momento eu posso escapar, vidas que pensam que podem manipular o pecado e tornar o pecado, quem sabe, um bichinho de estimação. De vez em quando você se assenta em frente a TV e chama o pecado, fala assim: – Vem pecadinho, e você fica alisando, amaciando o pecado, faz “bilu, bilu” na bochecha do pecado. Não é isso? E você fala: – isso aqui eu mato a qualquer hora! Eu liquido com este pecado!

Só que nós não estamos levando em consideração, que este pecado tem a força de um assassino, este pecado tem a frieza de um criminoso, desses que a gente vê na televisão, principalmente nos filmes, que de repente pega uma arma, uma metralhadora e mata uma família e depois ainda a pessoa pede uma pizza. Tanto faz a vida humana para certos criminosos, o pecado não se importa com a sua vida, o que o pecado quer na verdade, é matar você, ele não tem a menor estima por você.

A mulher de Ló tinha sua vida demasiadamente apegada ao pecado, e este pecado exercia sobre ela uma força tamanha que ela não conseguiu fugir sem olhar para trás. As luzes da cidade eram tão atraentes para esta mulher, que ela não conseguia se desprender. Não pense você meu irmão, minha irmã, visitante, que sua vida pode ser mudada de uma hora para a outra, sem que você corte as raízes do seu apego ao pecado. Não pense você que será possível isto. É como você dar banho num porquinho, por exemplo, passa perfume, solte o bichinho e ele corre para a lama imediatamente, porque lá é onde ele se sente melhor. Não pense você que é possível uma transformação radical na sua vida, sem uma operação radical com o seu envolvimento com o pecado.

A Mulher de Ló, disse Jesus, lembrai-vos dela. Lembre-se dela. Ela achou que podia correr para uma nova vida, olhando para o pecado, correndo ao lado de Deus para um novo horizonte, olhando para o pecado. Ou você escapa do pecado ou você se atola no pecado. A Bíblia tem no Apocalipse uma instrução para isso: “quem é sujo, se suje mais ainda e quem é imundo torne-se mais imundo ainda”. Você pode até pensar, mas que conselho esquisito esse da Bíblia, mas é porque não temos muitas alternativas. Ou nós corremos do pecado, ou nos atolamos no pecado. E disse Jesus: lembre-se da mulher de Ló, cuja vida era demasiadamente atolada no pecado.

O que mais nós devemos lembrar desta mulher:

2º lugar – Devemos lembrar da mulher de Ló como alguém que morreu, mas não precisava ter morrido.

A tragédia da mulher de Ló, é a tragédia do ser humano de uma maneira geral. E qual é esta tragédia? É não levar Deus a sério. As pessoas pensam que Deus está brincando de ser Deus, as pessoas pensam que Deus não tem o que fazer e de vez em quando Ele faz uma intervenção aqui, outra ali, e de vez em quando Ele manda um terremoto para ver se a vida fica mais emocionante. As pessoas não levam Deus a sério. Deus mandou o anjo dizer: fuja e não olhes para trás. A “tontona” da mulher de Ló, achou que isto aí não pode ter vindo de Deus, isto aí não deve ser verdade, isto aí é fantasia. – Eu vou olhar para trás; – Eu pago para ver. Ela nem recebeu o troco do que ela pagou, imediatamente, diz o texto, foi transformada em uma estátua de sal. As pessoas não levam Deus a sério. Ele fala uma coisa e você imagina que Ele falou outra, não, Ele falou exatamente aquilo: “não olhes para trás”. Você diz: – eu vou olhar só pra ver. Deus disse: – faça isto, e você diz: – eu acho que eu não vou fazer. Deus dá uma orientação na sua palavra, você pensa assim: – isto aqui é mais para minha irmã do que para mim. Deus está confundindo as irmãs.
O ser humano, principalmente e crente, o cristão, tem uma dificuldade de levar Deus a sério que é incrível, e quando as pessoas não levam Deus a sério, elas começam a passar por um processo pelo qual passou a mulher de Ló, elas começam a morrer, e as pessoas vão morrendo aos poucos, as pessoas vão deixando de ser uma bênção no Reino de Deus, e têm suas vidas imersas e tragadas numa angústia tão profunda que elas vão perdendo o respeito pela Palavra, o amor por Deus, o amor por Jesus Cristo, vão perdendo o desejo de estar em comunhão com o Senhor, de estar na igreja, tanto faz como fez, não me importa mais o que está acontecendo. Estas pessoas vão passando por um processo de também se transformarem em uma estátua de sal. Por que? Porque não levam Deus a sério e mais ainda, porque elas não crêem na possibilidade de uma vida melhor.

Lembre-se da mulher de Ló! Lembrar o quê dela? Lembrar que ela morreu e não precisava ter morrido. E por que ela morreu? Porque ela não acreditou que Deus tinha uma vida melhor para ela, e ela imaginava que o melhor de sua vida estava em Sodoma, e quem sabe, quando ela subia aquela montanha, ela pensava consigo mesma: – que miséria! Agora que eu tenho amigas da sociedade, agora que eu tenho chazinho das 5 com as madames, agora que eu fui aceita depois de tanto tempo sendo forasteira em Sodoma, vem Deus com esse “blá, blá, blá” de sair da cidade. Será que Deus não entende o sacrifício que é a gente ser do meio dessa turma aí? Gastei tanto dinheiro fazendo chazinho! Eu até destesto chá! Ela deve ter imaginado. Mas eu tomo alegre, satisfeita, porque eu quero pertencer ao meio, e agora Deus fala sai, e Ele ainda não quer que eu dê nem um “tchauzinho” pra turma? Minhas amigas lá dizendo: tchau, tchau! E eu aqui correndo igual a uma “desmiolada”. Eu vou olhar para trás!

Ela não acreditou na possibilidade de uma vida melhor. E quantos de nós acreditamos? Quantos de nós acreditamos na possibilidade de uma vida melhor? Muito mais fácil, às vezes, é imergirmos a nossa vida em um passado e usarmos esse passado até mesmo como uma máscara, e não temos então a coragem de crer na possibilidade de uma vida melhor ao lado de Deus. Se esta mulher tão somente tivesse chegado do topo do monte, ela descortinaria um novo horizonte para a sua vida e para a vida da sua família. E você conhece a história bíblica, a tragédia que foi a sua família, o incesto dele com suas filhas, porque a mãe não estava mais presente, porque ela tinha que olhar para trás. Ela não conseguiu vencer esses 50 metros que a levariam a enxergar uma nova vida, que Deus havia prometido para a sua família.

Pessoas estão morrendo porque não conseguem descobrir que Deus tem algo melhor para as suas vidas. Isso aqui é uma tragédia. Olhando para trás o tempo todo, fazendo de Deus um tamanho “idiota”, que promete: Eu vou estar com você na curva do rio! Chegue até ali, Eu estou contigo. Não, eu tenho que olhar para trás, eu tenho que continuar com meus pés atolados na lama do passado e do pecado. Ah! Se esta mulher tivesse a noção ou conceito do apóstolo Paulo quando ele disse: “Esquecendo as coisas que para trás ficam…” Ele disse, “eu não trago comigo essas coisas e avançando para as que diante de mim estão”. Então, tem coisas para trás, tem coisas para frente. Paulo disse: eu posso (como a mulher de Ló), olhar para trás, mas eu não vou fazer isto, eu vou olhar para frente. Prossigo para o alvo, para o prêmio que está reservado para os que olham para frente, da soberana vocação em Deus, em Cristo Jesus.

Lembre-se da mulher de Ló, ela morreu sem precisar ter morrido, virou uma estátua de sal de bobeira, porque não era necessário. Deus não tinha planejado isto para a vida dela.

3º Lugar – Lembre-se da mulher de Ló como alguém que se tornou um monumento da alma incrédula.

Alguém que cuidou só dos seus interesses, das suas paixões e pouca importância deu à sua alma. Essa mulher veio a se tornar uma estátua de sal. Eu imagino, naquela montanha, aquela estátua, e todas as pessoas que passaram por ela puderam dizer: aqui está a estátua de uma pessoa incrédula. É um monumento. Deveria ter uma plaquinha, alguém colocou lá embaixo: “Esta estátua é uma estátua da incredulidade”, é um monumento à falta de fé, para que todos possam se lembrar de que é necessário exercitar a fé no Deus que fala, que age e quer que nós o levemos a sério. Quantas pessoas, aqui mesmo, estão no processo, estão sendo esculpidas e vão se tornar também estátuas de sal, vão ser monumentos de incredulidade. Você pode perguntar: – Pastor, é possível, que eu me torne uma estátua de sal? Não só é possível, como tem muitas por aí.

A única diferença entre a nossa estátua de sal e a dessa mulher, é que a nossa estátua de sal, nós a levamos para cima e para baixo, é até pior que a dela. A dela ficou parada lá na montanha, todo mundo olhava, mas tinha que ir lá para ver. A nossa não, nós levamos para a escola, colocamos no meio do pátio: aqui jaz uma estátua de sal, monumento da incredulidade. Leva para a escola, para o emprego, dirige um carro, você olha para o lado e vê uma estátua de sal dirigindo um carro e fala: – Nossa, que engraçado!!

Monumentos da incredulidade: pessoas que não acreditam em Deus, pessoas que não acreditam que este Deus que fala, vai agir. Preferem viver no passado, olhando para trás, gastando a vida suspirando por aquilo que foi abandonado um dia, chorando porque teve que deixar a cidade imoral. O texto imediatamente a este diz: “E quem quiser preservar a sua vida, perdê-la-á, e quem a perder, de fato a salvará”. O mesmo Jesus está dizendo estas palavras, há um urgência aqui, diz Jesus, você quer ser uma estátua de sal? Ou você quer perder a sua vida para ganhá-la? E todos quantos quiserem ganhar, vão perder, porque vão se tornar uma estátua de sal.

Monumentos pomposos, cujas vidas interiores, não condizem com o exterior. Lembre-se da mulher de Ló esta semana, e lembre-se para o resto de sua vida, desta mulher. Porque, ela se tornou um monumento da alma incrédula. O anjo disse: – “não olhes para trás”. Jesus, que pediu que nós nos lembrássemos dela, também disse estas palavras: – “Ninguém que tendo posto a mão no arado, olhe para trás é apto para o Reino de Deus”. Ele poderia ter dito: – “Ninguém que tendo posto a mão no arado, olhe para trás, vai se tornar uma estátua de sal”. E é isto mesmo que vai acontecer. Se você um dia, aceitou Jesus como salvador de sua vida, isso quer dizer que você colocou as mãos no arado, você se submeteu ao senhorio de Jesus Cristo, mas como um “banana”, agora fica olhando para trás: Ah! Como era gostosa aquela vida de pecado! Ah! Como era bom aquele emprego, porque ninguém “torrava” a minha paciência! Ah! Como era bom isso! aquilo!…

Nós vamos arrumar um lugar para você nesta igreja, não aqui na frente, lá na entrada, colocar teu nome embaixo e escrever: “Estátua de sal, olhou para trás”. Quem está apto para isso? Alguém se candidata? Não olhe para trás, porque Deus está falando assim com você: – Olhe para frente, suba este monte, eu vou abrir os seus olhos e você vai enxergar o que eu tenho preparado para a sua vida. Não olhe para trás; porque quem olha para trás, não é apto para o Reino de Deus. Vai se tornar uma estátua de sal, Jesus está dizendo. Vidas que perdem o sentido, vidas que não têm nenhuma razão mais de viver, vidas que não têm propósito, meras estátuas de sal. Por isso disse Jesus: – “Lembre-se da mulher de Ló”, como alguém cuja vida era demasiadamente apegada ao pecado, como alguém que morreu mas não precisava ter morrido, como alguém que se tornou monumento da alma incrédula.
Agora, você, eu, nós que aqui estamos, estamos no processo de subir esta montanha e esperar o momento quando Deus descortinar um novo horizonte para nossas vidas. E, pela fé, nos apropriamos dessa certeza inabalável, ou estamos no momento de olhar para trás? O que é que nós queremos para nossas vidas? O que é que nós queremos de Deus, a esse respeito?

Cuidado para que você também não venha a se tornar uma estátua de sal, e o seu cristianismo venha ser tão somente um monumento da alma incrédula e passe para a história, como a mulher de Ló. Você lembra de “tal” sujeito? Lembro, virou uma estátua de sal! E aquela menina? Ela era tão animada na igreja, cantou no louvor e agora? Uma estátua de sal. E aquela senhora? Não, aquela senhora foi bem, mas chegou um momento na vida que ela olhou para trás, virou uma estátua de sal.

Que Deus nos abençoe e que, nesta comunidade, não venhamos encontrar nenhuma estátua de sal, absolutamente nenhuma. Mas se nesta noite, você está num processo de petrificação, você está se tornando uma estátua, que você possa orar a Deus para que ele possa quebrar isso, colocar um coração novo na sua vida, trazer um espírito vivificante no seu coração, para que você não olhe para trás, mas olhe para frente ao lado de Deus!

Oração final (Pastor)

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