Jesus Cristo é plenamente Deus e plenamente suficiente para nos conduzir ao pleno conhecimento de Deus Pai e ao mais alto de espiritualidade no Espírito Santo.
I. Introdução
Suficiência de Cristo…
O apóstolo Paulo apresenta Cristo, plenamente Deus e plenamente suficiente para nos conduzir ao grau mais alto de espiritualidade e ao pleno conhecimento do Pai.
“Tudo quanto pertence à vida e à piedade, através do verdadeiro conhecimento de Cristo” ( 2 Pe 1.3).
Nele temos sabedoria, justiça, santificação e redenção (1 Co 1.30).
A graça de Cristo é suficiente para cada situação (2 Co 12.9).
Nele somos abençoados com toda sorte de bênçãos espirituais (Ef 1.3).
Através de uma única oferta Ele nos aperfeiçoou para sempre (Hb 10.14).
Somos perfeitos em Cristo (Cl 2.10).
O que mais alguém poderia acrescentar a Cristo?
Confiar em Senhor Jesus Cristo como único e suficiente Salvador é ter todo o recurso espiritual… Toda a sabedoria, força, consolo, alegria, paz, significado, propósito, esperança e realização na vida, agora e para sempre, estão inseparavelmente contidos Nele.
“O cristianismo é um relacionamento todo-suficiente como um Cristo todo-suficiente” (John MacArthur, Nossa suficiência em Cristo. Fiel: São J. dos Campos, 1995).
Ilustração – seis homens cegos que foram conhecer um elefante… Cada um teve uma percepção diferente do que era um elefante…
II. A Pessoa de Cristo e Sua posição.
A. A imagem do Deus invisível, v. 15
Col 1:15 o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação…
“Imagem” (eikōn), palavra que expressa a idéia de representação e manifestação. Cristo é a perfeita imagem de Deus, Ele é Deus.
Deus é espírito, invisível, e desconhecido a não ser mediante Sua auto-revelação.
Essa revelação é vista clara e totalmente no Filho, em Jesus Cristo, 2 Co 4.4-6; Hb 1.1-4. Ele é a imagem, a própria realidade, sendo Ele – Deus.
B. Primogênito de toda criação, v. 15
Col 1:15 o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação…
“Primogênito” (prōtotokos), palavra que enfatiza a pré-existência e a singularidade de Cristo, bem como a Sua superioridade sobre a criação. Pode estar presente também a idéia de herdeiro da criação – na família judaica o primogênito era o principal herdeiro.
“Primogênito”, não que Ele pertença à criação de Deus, sendo criado, mas sim como sendo o agente através de quem foram criadas todas as coisas, Cl 1.16.
Ele preexiste à totalidade da criação, Cl 1.17.
Col 1:17 Ele é antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas…
Ele é o sustentador da criação, Cl 1.17 – “subsiste”, todas as coisas são coerentes, são sustentadas, têm harmonia (sunistaō / sunistanō / sunistēmi) Nele (por isso se a criação é fruto do acaso, no acaso não há ordem, harmonia, mas sim caos).
Ele é soberano, tem domínio, Cl 1.18, “cabeça”.
Col 1:18 também ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio, o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência…
Ele é o fundador de um novo “princípio”, “primogênito”, Gn 49.3, LXX, usando os mesmos termos ‘prōtotokos ’ – ‘arche’… Esta combinação sugere que o primogênito é o fundador de um novo povo, Rm 8.29.
C. Nele residi toda a plenitude, Cl 1.19
Col 1:19 porque aprouve a Deus que nele habitasse toda a plenitude…
Col 1:20 e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus.
Deus expressou a totalidade da sua atividade salvífica e reconciliadora em Jesus – reconciliação pelo sangue da cruz… A RECONCILIAÇÃO TEVE SEU LUGAR CENTRAL NA SUA TEOLOGIA DA CRUZ. O efeito da morte de Cristo é o efeito de um feito de amor dando seu fruto numa vida humana que é tocada por Ele.
Paz – a reconciliação tem a ver primeiramente com a restauração de relacionamentos. Paz é mais do que um fim às hostilidades. Aponta para a presença de bênçãos espirituais e o bem estar do ser humano todo e como um todo, tanto individual como socialmente.
III. Aplicação
Cl 1.21-23.
Cristo faz história…
A. Antes (Passado)
Col 1:21 A vós também, que outrora éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más…
Estranhos, fora da harmonia com Deus. A reconciliação pressupõe a alienação…
Inimigos no entendimento – mentes hostis, insubmissas, rebeldes.
Obras malignas – misto de idolatria e imoralidade.
B. Agora (Presente)
Col 1:22 agora contudo vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, a fim de perante ele vos apresentar santos, sem defeito e irrepreensíveis…
Reconciliou (apokatallassō)– da inimizade para a amizade – no corpo da Sua morte (contra o docetismo – espírito bom, corpo mau; logo um espírito perfeito não pode habitar num corpo… Jesus tinha aparência de corpo… / contra o gnosticismo – dar sentido pela gnose, sabedoria, conhecimento… Coisas espirituais restrito a um círculo de privilegiados por sua inteligência e ou valor moral)…
Para nos apresentar diante de Deus – sem mancha, algo que nos possa tornar indignos, rejeitados na Sua presença; livres de acusação – não há acusação jurídica, legal, que possa ser levantada contra a pessoa…
C. Depois (Futuro)
Seu propósito é levar a efeito uma transformação moral expressa na formação do caráter cristão. Este caráter é conhecido pela vontade de agradar a Deus, e de viver uma vida consistente com Sua vontade e caráter.
Tudo por Ele – agente; e para Ele – alvo.
Cl 1.23 – advertência…
Col 1:23 se é que permaneceis na fé, fundados e firmes, não vos deixando apartar da esperança do evangelho que ouvistes, e que foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, fui constituído ministro.
Alicerçados (themelioō) – colocar fundamentos, fundação segura…
Firmes (hedraios) – refere-se a firmeza da estrutura – necessária em tempos de desencorajamento, de tensões e crises (1 Co 15.58).
“Não vos deixeis afastar da esperança do Evangelho…”
Jesus Cristo é plenamente Deus e plenamente suficiente para nos conduzir ao pleno conhecimento de Deus Pai e ao mais alto de espiritualidade no Espírito Santo.