Jejum aceitável ao Senhor.

São diversas as razões pelas quais jejuamos: para conquistarmos bênçãos de Deus (Jn 3); para recebermos unção e sermos cheios do Espírito Santo (At 1.14; 2.1-4); para termos autoridade sobre os demônios (Mt17.21). Todas são bíblicas e são praticadas pelo povo do Senhor.
Entretanto, muitos de nós pensamos que o jejum passa somente pelo sacrifício de ficar um período com fome e entendem que o sacrifício é que é agradável ao Pai. Quero que compreendam que o jejum é muito mais nobre do que essa interpretação:
1.Faz-nos conhecer a nós mesmos e nos ensina a doutrinar a carne;
2.Fortalece o Espírito;
3.Deve ser feito como ato de amor e não como sacrifício.

1. Conhecer e doutrinar a carne.

A bíblia nos ensina que a carne deve ser crucificada – Gl 5.24 “E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências”. O meio pelo qual crucificamos a carne é pelo jejum, pois, a fome é uma necessidade da carne que é muito difícil de ser controlada, se conseguirmos controlar esse desejo, então, é certo que conseguiremos controlar todos os outros.
Quando estamos em jejum conhecemos a nossa carne porque os demais desejos se manifestam. Acredito que o Inimigo tenta nos demover do propósito e consegue o intento quando consegue que deixemos forte a carne de modo a vencer o espírito. Por essa razão, o jejum deve ser acompanhado de oração, pois constantemente seremos fortalecidos pelo Senhor.

2. Fortalecer o espírito.

Todos nós sabemos que o Espírito luta contra a carne – Gl 5.17 “Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro, para que não façais o que quereis”.
Aprendemos que no dia da conversão o Espírito Santo vem a nós e permanece em nós, porém, Ele fica como que latente, esperando para fluir em sua plenitude. Vide a experiência dos grandes homens de Deus, como Charles Finney e John Wesley. Enquanto um tem o fluir do Espírito quando está em oração profunda em um bosque, o outro o tem durante um Culto na Rua Aldersgate. Ambos se tornaram grandes avivalistas.
Para o Espírito vencer é necessário que enfraqueçamos a carne e vivamos de acordo com a vontade do Senhor. Para sermos filhos de Deus devemos ser guiados por seu Espírito – Rm 8.14 – “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus”.

3.Ato de amor e não de Sacrifício.

Os servos do Senhor no passado tinham uma noção clara de que Deus não tinha prazer nenhum em sacrifícios prestados a Ele pelo ser humano – (Sl 51.16,17,19). Samuel ensinava que o Senhor tinha mais prazer na obediência do seu povo do que nos sacrifícios – (1Sm 15.22). Como os servos do passado, necessitamos aprender que relacionamos com o Pai em níveis de obediência e amor. É neste prisma que jejuamos, como ato de amor.
O texto base nos fala desse relacionamento de amor. Quando o povo questiona por que Deus não atenta para o jejum oferecido e nem para a aflição da alma? A resposta é clara, o jejum é feito em caráter egoísta, como sacrifício, com fim interesseiro. Deus apresenta o modo como Ele gostaria que o jejum fosse feito para lhe ser agradável.
As bênçãos do Senhor virão sobre nós por lhe sermos agradável e por amá-lo e não pelos sacrifícios que somos capazes de oferecer-lhe. Se modelarmos o nosso comportamento pelo que Isaías nos ensina sobre o jejum, certamente seremos contemplados, não por merecimento, mas pela graça do Deus vivo, com as bênçãos necessárias para nossa vida.
Considerações FinaisO jejum deve ser feito com um fim nobre, deve ir além dos nossos próprios interesses, deve ser agradável ao Senhor. Ele pode ser feito para alcançarmos bênçãos; pode ser feito para termos unção e enchimento com o Espírito Santo; pode ser feito para termos autoridade sobre os demônios, mas, existe um jejum que é mais agradável ao Senhor, o jejum altruísta.
O jejum altruísta visa antes o querer de Deus para o seu povo, não os interesses pessoais. Trata-se de um jejum oferecido ao Pai em amor e não como sacrifício.
Jejuamos não somente para Deus mover o seu braço em nossa direção e nos abençoar, também, e principalmente, para nos conhecermos e doutrinar a nossa carne, crucificando-a e a colocando sujeita ao Espírito.
O Senhor Deus por sua infinita graça nos abençoa por ser fonte de bênçãos, por ser bondoso e misericordioso, por se alegrar com o nosso ato de amor.
Que Deus abençoe a todos.

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