Isaú, causas da derrota de um Cristão

INTRODUÇÃO:

1. Porque será que existem muitos crentes derrotados? É possível que você esteja fazendo parte deste grupo de cristãos derrotados, sem poder espiritual, caídos, abatidos.

2. O Apóstolo Paulo, fala em Rm 8.38 que “Em Cristo nós somos mais do que vencedores”. Ele diz também em 2 Co 10.4-5, que “As armas de nossa luta não são carnais, mas são poderosas em Deus para destruição das fortalezas”.

3. Não há razão para nós fazermos parte do grupo dos derrotados. Contudo se não levarmos à sério nossa vida cristã, podemos amargar sérias derrotas.

4. Existem algumas causas dentro dos textos lidos que podem nos levar a derrotas na vida cristã.

“VEJAMOS NESTA NOITE AS CAUSAS DA DERROTA DE UM CRISTÃO”:

I – FALTA DE DOMÍNIO PRÓPRIO – DESCONTROLE EM NOSSOS IMPULSOS CARNAIS

GN 25. 29-32

“29 Jacó havia feito um guisado, quando Esaú chegou do campo, muito cansado; 30 e disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou muito cansado. Por isso se chamou Edom. 31 Respondeu Jacó: Vende-me primeiro o teu direito de primogenitura. 32 Então replicou Esaú: Eis que estou a ponto e morrer; logo, para que me servirá o direito de primogenitura?”

1. Torna-se difícil o controle dos impulsos carnais quando estamos relativamente fracos. “Esaú voltou do campo esmorecido”, Vs. 29. Esta expressão indica que ele estava muito cansado, esgotado. Satanás usa estes momentos de fraqueza para nos tentar e nos arrastar ao pecado. Foi desta forma que ele tentou seduzir Jesus, Mt 4.1-4, “1 Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo. 2 E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome. 3 Chegando, então, o tentador, disse-lhe: Se tu és Filho de Deus manda que estas pedras se tornem em pães. 4 Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”.

2. Porém em Rm 8.3, Paulo nos informa que Cristo “venceu o pecado na carne”: “Porquanto o que era impossível à lei, visto que se achava fraca pela carne, Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, na carne condenou o pecado”.

3. O exercício da carnalidade nos leva à inimizade contra Deus, Rm 8.7, “…O pendor (inclinação, propensão) da carne, é inimizade contra Deus”.

4. A inclinação para a carnalidade, pode nos levar a ofender a Deus, Nm 11.4-9, “4 Ora, o vulgo que estava no meio deles veio a ter grande desejo; pelo que os filhos de Israel também tornaram a chorar, e disseram: Quem nos dará carne a comer? 5 Lembramo-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça, e dos pepinos, dos melões, dos porros, das cebolas e dos alhos. 6 Mas agora a nossa alma se seca; coisa nenhuma há senão este maná diante dos nossos olhos. 7 E era o maná como a semente do coentro, e a sua aparência como a aparência de bdélio. 8 O povo espalhava-se e o colhia, e, triturando-o em moinhos ou pisando-o num gral, em panelas o cozia, e dele fazia bolos; e o seu sabor era como o sabor de azeite fresco. 9 E, quando o orvalho descia de noite sobre o arraial, sobre ele descia também o maná”. Nesta passagem, notamos o povo chorando de saudade das comidas do Egito. A ira de Deus se ascendeu contra eles, Vs. 10, “Então Moisés ouviu chorar o povo, todas as suas famílias, cada qual à porta da sua tenda; e a ira do Senhor grandemente se acendeu; e aquilo pareceu mal aos olhos de Moisés”.

5. Paulo fala claramente: “Os que estão na carne, não podem agradar a Deus”, Rm 8.8. Aquele que obedecem a sua natureza terrena, mundana, desagradam ao Senhor.

6. Um exemplo de satisfação da carne, e reprovação de Deus, é o exemplo do “Rico Insensato”, Lc 12.19-20, “19 e direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te. 20 Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?”

7. Em razão de sua inclinação carnal, Esaú foi chamado de “formicário” e “profano”, Hb 12.16, “e ninguém seja devasso, ou profano como Esaú, que por uma simples refeição vendeu o seu direito de primogenitura”. A palavra “formicário”, tem a ver com o “imoral”; e a palavra “profano”, tem a ver com alguém “sem respeito às coisas sagradas”.

8. Não permitamos que nossa vida seja governada por impulsos carnais, pois tal comportamento nos levará a derrotas espirituais.

II – NÃO VALORIZARMOS A GRAÇA DE DEUS

GN 25. 32-34

“32 Então replicou Esaú: Eis que estou a ponto e morrer; logo, para que me servirá o direito de primogenitura? 33 Ao que disse Jacó: Jura-me primeiro. Jurou-lhe, pois; e vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó. 34 Jacó deu a Esaú pão e o guisado e lentilhas; e ele comeu e bebeu; e, levantando-se, seguiu seu caminho. Assim desprezou Esaú o seu direito de primogenitura”.

1. Normalmente isto ocorre, quando o homem se deixa levar pela carne. Vejam a reação de Esaú: “Estou pronto a morrer, de que me vale o direito de primogenitura?”.

2. Esaú por ser o primeiro filho, embora gêmeo de Jacó, Gn 25.24-26, gozava do direito de primogenitura, que consistia basicamente de três coisas:

a) Chefia da família na falta do pai.

b) Recebimento de quinhão dobrado da herança, Dt 21.17, “mas ao filho da aborrecida reconhecerá por primogênito, dando-lhe dobrada porção de tudo quanto tiver, porquanto ele é as primícias da sua força; o direito da primogenitura é dele”.

c) Entrada para a linhagem do Messias.

3. Esaú desprezou este direito, Vs. 34, que simbolizava a graça de Deus.

4. Quantos crentes, em razão de seus momentos de fraqueza, ou de prazer, têm também desprezado a graça de Deus? Muitas vezes, um prato de comida, um baile de carnaval, um cigarro, etc., tem levado você para longe das promessas de Deus. A Palavra de Deus nos exorta a não amar o mundo, uma vez que tudo no mundo é passageiro, 1 Jo 2.15-17, “15 Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. 16 Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vem do Pai, mas sim do mundo. 17 Ora, o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus, permanece para sempre”.

5. O comportamento de muitos crentes, pode ser comparado ao comportamento de alguns israelitas, a caminho da terra prometida, que tinham saudades das comidas que comiam no Egito, não levando em consideração o estado de extrema escravidão quando lá viviam, Nm 11.4-5, “4 Ora, o vulgo que estava no meio deles veio a ter grande desejo; pelo que os filhos de Israel também tornaram a chorar, e disseram: Quem nos dará carne a comer? 5 Lembramo-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça, e dos pepinos, dos melões, dos porros, das cebolas e dos alhos. Desejavam trocar o Maná, (Pão de Deus), pelas comidas egípcias, (pão da escravidão)”.

6. Podemos ver este comportamento no exemplo do filho pródigo, que preferiu trocar a casa de seu pai, onde havia fartura e abundância pela fome, desgraça e miséria do mundo, Lc 15.11-16, “11 Disse-lhe mais: Certo homem tinha dois filhos. 12 O mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me toca. Repartiu-lhes, pois, os seus haveres. 13 Poucos dias depois, o filho mais moço ajuntando tudo, partiu para um país distante, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. 14 E, havendo ele dissipado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a passar necessidades. 15 Então foi encontrar-se a um dos cidadãos daquele país, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos. 16 E desejava encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam; e ninguém lhe dava nada”.

7. Alguns servos de Deus do passado fizeram escolhas mais vantajosas:

a) Moisés “Trocou os prazeres transitórios do Egito para viver junto ao seu povo”, Hb 11.24-26, “24 Pela fé Moisés, sendo já homem, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, 25 escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que ter por algum tempo o gozo do pecado, 26 tendo por maiores riquezas o opróbrio de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa”.

b) Daniel não aceitou contaminar-se com as comidas servidas na mesa do rei da Babilônia, Dn 1.8, “Daniel, porém, propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar”.

8. Muitos têm desprezado a graça de Deus. Espero que você não esteja entre estes, pois desprezar a graça de Deus, é trilhar o caminho da derrota.

III – BUSCARMOS O ARREPENDIMENTO TARDIAMENTE

HB 12.16-17

“16 e ninguém seja devasso, ou profano como Esaú, que por uma simples refeição vendeu o seu direito de primogenitura. 17 Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado; porque não achou lugar de arrependimento, ainda que o buscou diligentemente com lágrimas.

1. Tal foi o seu sofrimento com o pecado, que Esaú, não conseguiu arrepender-se literalmente, embora, tenha buscado o arrependimento com choro.

2. Aquele que tenta servir a Deus, mas continua envolvido com o pecado, chegará a um ponto em que perderá a sensibilidade do pecado e não conseguirá arrepender-se:

a) 1 Tm 4.1-2, “1 Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios, 2 pela hipocrisia de homens que falam mentiras e têm a sua própria consciência cauterizada”.

b) Ef 4.19, “os quais, tendo-se tornado insensíveis, entregaram-se à lascívia para cometerem com avidez toda sorte de impureza”.

3. Uma pessoa que conhece a graça de Deus, e a dispensa, pelo gozo do pecado, se envolvendo seriamente com mundo, chegará a um ponto de apostasia total que tornará difícil, até mesmo impossível um retorno para Deus, Hb 6.4-6, ” 4 Porque é impossível que os que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, 5 e provaram a boa palavra de Deus, e os poderes do mundo vindouro, 6 e depois caíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; visto que, quanto a eles, estão crucificando de novo o Filho de Deus, e o expondo ao vitupério.”.

4. A Palavra de Deus afirma que tais pessoas, recusaram o sacrifício do Filho de Deus e serão atingidas pelo fogo do juízo de Deus, Hb 10.26-27, “26 Porque se voluntariamente continuarmos no pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, 27 mas uma expectação terrível de juízo, e um ardor de fogo que há de devorar os adversários.

4. Temos um exemplo de arrependimento tardio em 1 Sm 15.24-28, “24 Então disse Saul a Samuel: Pequei, porquanto transgredi a ordem do Senhor e as tuas palavras; porque temi ao povo, e dei ouvidos a sua voz. 25 Agora, pois, perdoa o meu pecado, e volta comigo, para que eu adore ao Senhor. 26 Samuel porém disse a Saul: Não voltarei contigo; porquanto rejeitaste a palavra do Senhor, e o Senhor te rejeitou a ti, para que não sejas rei sobre Israel: 27 E, virando-se Samuel para se ir, Saul pegou-lhe pela orla da capa, a qual se rasgou. 28 Então Samuel lhe disse: O Senhor rasgou de ti hoje o reino de Israel, e o deu a um teu próximo, que é melhor do que tu. 5. Devemos tomar muito cuidado com o pecado. Podemos chegar a uma situação como a situação de Esaú onde não “há mais lugar para arrependimento”.

CONCLUSÃO:

1. Como tem sido a sua vida cristã? Uma sucessão de derrotas, ou uma sucessão de vitórias?

2. Se você não controla seus impulsos carnais, despreza a graça de Deus, e busca o arrependimento tardiamente, você é um cristão derrotado, que nem pode ser chamado de um cristão. Clame diariamente pela graça de Deus. Faça como o publicano, Lc 18.13, “Mas o publicano, estando em pé de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: ó Deus, sê propício a mim, o pecador!”

3. Não crente: A graça de Deus, é oferecida a você nesta noite. De maneira alguma você deve trocar a graça de Deus pelo gozo do pecado e pela miséria deste mundo, 1 Jo 2.15, “Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele”.

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