Autoridade no país

Introdução

Depois de refletirmos sobre a autoridade suprema de Deus, a autoridade na família e a autoridade na Igreja, encerramos hoje focalizando a autoridade em nosso País. Julgamos oportuno este assunto tendo em vista as eleições de outubro.
Com base em Romanos 13.1-7, aprendemos o dever de obediência às autoridades superiores e a prática da cidadania pelas seguintes razões:

1ª – AS AUTORIDADES SUPERIORES SÃO INSTITUÍDAS POR DEUS

Paulo afirma que “não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas”. Por isso, “aquele que se opõe à autoridade, resiste à ordenação de Deus” (13.1-2). Paulo escreveu no contexto da primeira geração depois da morte de Jesus, quando a autoridade romana considerava o cristianismo como parte do judaísmo, que era religião lícita (Atos 18.12-15). No texto, Paulo ensina o princípio básico da relação do crente com o estado que é de obediência.
O Estado, no entanto, só pode exigir obediência dentro dos limites pelos quais foi instituído. Se for além, a resposta é simples: “Antes importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5.29). Em Apocalipse 13 o poder imperial que extrapola sua autoridade, é simbolizado pela besta que emerge do mar (13.1-10); ela persegue os cristãos e tem como objetivo levar todos a adorarem o dragão (diabo); o culto ao imperador é a besta que emerge da terra (13.11-17) e tem como objetivo levar todos a adorarem a primeira besta; ela também seduz as pessoas através de sinais e prodígios.
Os cristãos não devem ser românticos quanto ao Estado e ao poder político. A trindade satânica de Apocalipse 13, que imita a trindade divina (Pai = dragão; Filho = poder político; Espírito Santo = culto ao poder), tem operado durante toda a história da Igreja e vai se manifestar plenamente no reinado do Anticristo. Devemos ler Romanos 13 em equilíbrio com Apocalipse 13.
O princípio básico é a obediência, mas precisamos estar preparados para enfrentamentos quando o Estado tenta usurpar o lugar de Deus. A Missão Portas Abertas nos presta um grande serviço quando nos transmite informações sobre o sofrimento de irmãos nossos em diversas partes do mundo. Não podemos ficar indiferentes diante do preceito bíblico: “Alegrai-vos com os que se alegram, e chorai com os que choram” (Romanos 12.15). É incalculável hoje o número de cristãos que sofrem perseguição e dos pequeninos do Senhor que estão famintos, sedentos, refugiados, nus, enfermos e presos (Mateus 25.34-40) por sistemas políticos e econômicos injustos que oprimem, matam e roubam. A Igreja precisa clamar aos céus pelos que sofrem e levantar a sua voz profética contra a injustiça e em favor dos que não têm voz nem vez.

2ª – AS AUTORIDADES PROMOVEM O BEM COMUM E RESTRINGEM O MAL

A autoridade é ministro de Deus para servir os que fazem o bem e para castigar os que praticam o mal (13.4). Os benfeitores são louvados pelas autoridades, mas os malfeitores devem temer “porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal” (13.3-4).
Como cristãos, devemos, todos, ser benfeitores louvados por autoridades legítimas e justas. Paulo ensina que é dever de cada cristão não ter “em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros” (Filipenses 2.4). Por isso, o cristão deve lutar pelo bem-comum.
A comunidade cristã descrita em Atos 2.42-47 é sinal e antecipação da realidade do reino de Deus. Essa comunidade não precisa de polícia nem de fiscais nem de cadeias. Portanto, somos desafiados a viver como comunidade do reino para que sejamos “sal da terra” e “luz do mundo” (Mateus 5.13-16).

3ª – A CIDADANIA É UM DEVER CRISTÃO

Devemos obedecer às autoridades “não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência” (13.5).
Como filhos de Deus, somos cidadãos da pátria celestial e da pátria terrestre. Obedecemos ao preceito de Jesus, o nosso Senhor e Mestre: “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Marcos 12.17).
O cristão não fica devendo nada a ninguém, exceto o amor, pois quem ama o próximo, cumpre a lei (Romanos 13.8-10). O ensino apostólico no nosso texto é claríssimo: “Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra” (13.7).
Como cidadãos do céu, somos peregrinos na terra. Devemos viver na terra de acordo com a nossa vocação celestial (Efésios 4.1-2). A maneira como exercemos a cidadania em nosso país deve demonstrar a todos que estamos assentados nas regiões celestiais em Cristo Jesus (Efésios 2.6).
A obediência e a honra às autoridades é princípio cristão básico. As autoridades humanas, em qualquer esfera, não são perfeitas. Devemos honrar tanto o presidente da República, que tem autoridade delegada pela nação brasileira, quanto o guarda de trânsito que exerce legítima autoridade também por delegação cuja origem remonta ao presidente da República, à nação brasileira, a Deus.

Conclusão

O apóstolo Pedro, depois de lembrar nossa condição de peregrinos, nos dá razões para um exercício consciente de cidadania: “Sujeitai-vos a toda instituição humana POR CAUSA DO SENHOR, quer seja ao rei, como soberano, quer às autoridades, como enviadas por ele, tanto para castigo dos malfeitores como para o louvor dos que praticam o bem. Porque assim é a vontade de Deus, que, pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos; como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto de malícia, mas vivendo como servos de Deus. Tratai todos com honra, amai os irmãos, temei a Deus, honrai o rei” (1 Pedro 2.13-17).
Esse dever de cidadania inclui o voto criterioso e consciente nas eleições de outubro. Como já vimos, as pessoas que exercem autoridade não são perfeitas. Oremos para que Deus nos ilumine na escolha dos candidatos, das candidatas que têm pelo menos mínimas condições de exercer autoridade como servos e servas de Deus e do povo brasileiro.

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