Que grande privilégio, o ser pastor! E como pastor, que grande privilégio, o alimentar as almas das ovelhas do Senhor com o alimento espiritual da Palavra de Deus.
A responsabilidade é na proporção do privilégio! Que grande responsabilidade a do pregador!!!
De fato a pregação é a principal tarefa de um pastor. A exemplo de Jesus, que conforme Lc 4:42-44 “pregava nas sinagogas da Judéia” “Kerusso”, ‘proclamar, anunciar como um arauto’. Mc 1:14 diz que Jesus foi para a Galiléia “pregando o Evangelho de Deus”.
Mt 9:35 “pregando o evangelho do reino”.
Mc 3:13-15 nos diz “depois subiu ao monte, e chamou a si os que ele mesmo queria; e vieram a ele. Então designou doze para que estivessem com ele, e os mandasse pregar…”
Lc 9:2 “E os enviou a pregar o reino de Deus e a fazer curas”
A pregação também era a tônica do ministério de Paulo:
2Tm 4:17 “Mas o Senhor esteve ao meu lado e me fortaleceu, para que por mim fosse cumprida a pregação”
Neste mesmo capítulo 4 de 2Tm Paulo recomenda: “Prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo”.
O célebre pregador inglês falecido no princípio da década passada concordava com a primazia da pregação: “a pregação é a mais elevada, a maior e a mais gloriosa vocação para a qual alguém pode ser chamado” (“Pregação e Pregadores”)
No afã e sermos competentes neste santo ministério da pregação devemos encarar alguns dois desafios:
1º) O desafio de conhecer as ovelhas
v. 23 “Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; cuida bem dos teus rebanhos”
o exemplo de Jesus: João 10:27 “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem”
O desafio da contemporaneidade, da relevância da pregação para o ouvinte. O desafio de responder às suas questões. De falar sobre seus problemas. Suas necessidades.
O desafio de conhecer o homem moderno.
Francis Schaeffer em “A Morte da Razão”
“A responsabilidade da Igreja Cristã não é apenas professar os princípios básicos da fé cristã, à luz das Escrituras; cumpre-lhe comunicar estas verdades imutáveis à geração em que situa.
Cada geração cristã defronta com este problema de aprender como falar a seu tempo de maneira comunicativa. É problema que se não pode resolver sem uma compreensão da situação existencial, em constante mudança, com que se defronta.”
É preciso conhecer para poder diagnosticar as reais necessidades do rebanho.
2º) O desafio de dar o alimento que as ovelhas precisam
v. 25 “Quando o feno é removido, e aparece a erva verde, e recolhem-se as ervas dos montes…”
A incapacidade do pregador em oferecer os alimentos que as ovelhas precisam irá enfraquecê-las, espantá-las do aprisco, desanimá-las, torná-las improdutivas… para que alimentemos nossas ovelhas:
a) Intimidade com o Espírito Santo
Os diversos afazeres do ministério nos podem privar nesta intimidade, desta preocupação mais vital e fundamental para nosso principal ofício, pregar.
John Henry Jowett, no livro “O Pregador: Sua Vida e Obra”
“no ministério os Senhores não demorarão a descobrir que é possível estar o ministro barulhentamente ocupado com o que diz respeito ao lugar santo e ao mesmo tempo perder a maravilhosa percepção do Senhor Santo.”
Outra razão que pode afastar o pregador do auxílio do Espírito é o orgulho (auto suficiência). Lloyd-Jones afirmou que esta é “a mais letal de todas as tentações que podem assaltar a um pregador”.
Charles Spurgeon defendeu a busca do auxílio do Espírito Santo como fundamental à eficiência do pregador. Ele foi capaz de encontrar oito motivos para esta busca:
a) Porque Ele é o Espírito de Conhecimento
b) Porque Ele é chamado Espírito de Sabedoria e sabedoria é a arte de usarmos acertadamente o que conhecemos
c) Porque precisamos do Espírito como a brasa viva tirada do altar tocando nossos lábios
d) Porque Ele age como óleo que unge, e isto se relaciona com todo o trabalho da pregação
e) Porque dependemos do Espírito para produzir o objetivo que temos em mira, traspassar o coração dos homens
f) Porque Ele é o Espírito de súplicas, que faz intercessão pelos santos e é preciso que abundante oração acompanhe a pregação zelosa
g) Porque Ele é o Espírito de santidade e uma parte muito considerável e essencial do ministério cristão é servir de exemplo
h) Porque Ele é o Espírito de Discernimento e conhece as mentes dos homens.
b) Dedicação ao Ministério da Pregação
Pregação eficiente exige empenho, trabalho, dedicação.
Spurgeon escreveu: “Subir ao púlpito normalmente despreparado é presunção imperdoável. Nada poderá rebaixar-nos mais efetivamente no nosso ofício”
É preciso haver a consciência de Davi, quando comprou a eira de Araúna: “não tomarei para o Senhor o que é teu, nem oferecerei holocausto que não me custe nada” (2 Cr 21.24).
c) Criatividade
Nelson Kirst, no livro “Rudimentos de Homilética” diz que o bom pregador é aquele que consegue provocar no ouvinte o efeito surpresa, a sensação da descoberta, que o leva a dizer mentalmente “poxa, mas é mesmo!”.
Uma pregação enfadonha atrai nenhum interesse.
Variedade na pregação.
Para John A. Broadus, o fato de uma pessoa não ter uma mente criativa a desqualifica para a função de pregador:
“Se uma pessoa não tem poder inventivo, terá errado sua vocação quando se propôs a ser pregador. Depois do caráter e da piedade, esse é o elemento mais importante do seu equipamento.”
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