Porque somos provados

Introdução

Há muitos anos ouvi numa reunião de oração, dirigida por adolescentes, a leitura de um pensamento que me tem feito pensar: “Se não fossem as provações, a igreja estaria cheia de hipócritas”.
Deus permite que sejamos provados através das tentações até o limite em que podemos suportar (1 Co 10.13). Do lado do diabo, ele pretende destruir nossas vidas pelas provações, mas Deus nos prova para que sejamos aprovados, maduros, frutíferos. Para que Pedro pudesse fortalecer os irmãos, Deus permitiu que ele fosse joeirado como trigo (Lc 22.31-32).
Somos confortados com a verdade de que Deus é fiel e não permitirá que sejamos provados além das nossas forças. Ele provê uma saída triunfal das provações. Por isso, estamos iniciando hoje uma série de mensagens sob o tema geral: Vivendo no limite de Deus.
As tentações são inevitáveis (Jo 17.15), e até mesmo desejáveis, pois quando perseveramos nas provações somos aprovados e recompensados (Tg 1.12). Por isso, Jesus nos ensinou a orar diariamente para não cairmos em tentação. É uma oração preventiva. Sendo assim, qual o propósito de Deus em relação às provações que enfrentamos como crentes?

1º – AS POVAÇÕES REVELAM AS PROVISÕES DA GRAÇA DE DEUS – 1 Co 10.1-4.

Paulo fala sobre as provisões de Deus para o povo de Israel em sua caminhada no deserto rumo à terra prometida (10.1-4). A experiência do deserto era necessária como provação para o povo de Deus (Dt 8.2-4). A disciplina de Deus em nossa vida é expressão do seu amor paternal (Dt 8.5).
O texto fala do maná que desceu do céu (Ex 16.35) e da água que brotou da rocha (Ex 17.6). Para saciar a fome no deserto só pela providência divina. Deus permite experiências semelhantes hoje para que possamos reconhecer que dele procedem toda a boa dádiva e todo o dom perfeito (Tg 1.17). Só Jesus pode saciar a alma dos famintos e sedentos (Mt 5.6; João 6.32-35).
Por mais difíceis que sejam as provações, quando perserveramos nelas aprendemos que a graça é suficiente e de que somos fortes na fraqueza (2 Co 12.7-10), como aprendeu Paulo!

2º – AS PROVAÇÕES REVELAM E REPROVAM A INCREDULIDADE – 10. 5-11

Todos passaram pelas mesmas provações e receberam as mesmas bênçãos. Mas Deus não se agradou da maioria deles (10.5) e por isso não chegaram à terra prometida, mas ficaram prostrados no deserto (Nm 14.29-30). O texto nos adverte quanto às conseqüências da rebeldia e da incredulidade (10.6, 11)! Façamos parte da minoria crente, como Calebe e Josué, os únicos daquela geração que saiu do Egito e que entraram em Canaã. Os demais, que entraram, nasceram no deserto! A incredulidade e rebeldia nos privam das bênçãos e fazem os nossos filhos amargar os sofrimentos do deserto!
A incredulidade e rebeldia se manifestaram e se manifestam em (1) cobiça (10.6; Nm 11.4), (2) idolatria (10.7; Ex 32.4-6), (3) imoralidade (10.8; Nm 25.1-18), (4) atitude de provar a Deus (10.9; Nm 21.5-6) e (5) murmuração (10.10; Nm 16.41, 49).
Foi por essas atitudes de rebelião e incredulidade que a maioria ficou prostrada no deserto! Esses fatos estão registrados como advertência para nós hoje (10.6 e 11). O nosso Deus é amoroso, mas é igualmente justo!
A incredulidade desonra Deus e Deus desonra a incredulidade!

3º – AS PROVAÇÕES REVELAM E APROVAM A FÉ NO DEUS VIVO

Os crentes são exortados à vigilância para que permaneçam de pé e não caiam (10.12). As tentações (provações) são comuns a todos os seres humanos. A fidelidade de Deus não permite que sejamos tentados além do nosso limite, mas provê para nós uma saída vitoriosa! (10.13)!!!
A perseverança na fé em meios às provações nos faz felizes porque, através delas, somos aprovados e nos tornamos frutíferos (Tg 1.2-4, 12; 1 Pe 1.6-9)
O fogo não destrói o ouro, mas queima as escórias e faz com que ele brilhe mais! O crisol não destrói a prata, mas faz com que o metal seja revelado mesmo como prata. O mesmo acontece com o crente. Quando provado, o seu caráter brilha e ele manifesta a glória de Deus (Pv 17,3; Pv 27.21; Mt 5.16).
A fé honra a Deus e Deus honra a fé!

Conclusão

A Marinha mercante inglesa estava tendo prejuízo porque muitos navios estavam se afundando por excesso de carga. O parlamento, então, aprovou uma lei que obrigava cada navio a ter um sinal no casco que indicava o limite de carga. Se a carga ficava aquém do limite, dava prejuízo por trabalhar com capacidade ociosa; se ia além do limite, dava prejuízo porque naufragava. Todos deveriam trabalhar no seu limite. Portanto, quando somos provados no limite de Deus, tornamo-nos maduros, frutíferos e felizes! Este é o nosso alvo!

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